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terça-feira, 23 de maio de 2023

Os novos tríleres psicológicos de Camilla Läckberg e Leslie Wolfe, e o livro-sensação de Freida McFadden

A temperatura começa a aquecer e com ela, o desejo da chegada das férias para muitos leitores portugueses. Para momentos de suspense, na espreguiçadeira e com o sol a raiar, eis três tríleres que a Porto Editora e Alma dos Livros estão a preparar publicar nos próximos dias.
Destaque para O Cuco (
traduzido diretamente do sueco por João Reis), o novo livro da Rainha do tríler escandinavo, que regressa ao cenário de A Princesa de Gelo (o primeiro livro da saga, reeditado também pela Porto Editora) com um enredo capaz de nos deixar com dúvidas até à última linha. Gritos do Passado, o segundo livro da série, tem lançamento marcado para dia 15 de Junho. Os restantes 8 títulos da coleção serão republicados em edições revistas.

O Cuco, de Camilla Läckberg
Dois terríveis acontecimentos, sem ligação óbvia, abalam os alicerces de Fjällbacka. Um fotógrafo famoso é encontrado brutalmente assassinado numa galeria de arte. Henning Bauer, prestes a receber o Prémio Nobel da Literatura, encontra-se refugiado na sua luxuosa ilha quando um triplo homicídio destrói a sua família.
Patrik Hedström e os colegas da polícia de Tanumshede deparam-se com enormes dificuldades na resolução destes casos. As pistas apontam numa direção, mas a intuição de Patrik diz-lhe que algo não bate certo. Ao mesmo tempo, Erica Falck começa a sua própria investigação sobre a morte de uma mulher trans em Estocolmo, nos anos 80.
Aos poucos, Erica percebe que o que aconteceu no passado está ligado aos crimes do presente e que os velhos pecados deixaram um rasto sombrio.

A Rapariga na Água, de Leslie Wolfe
Uma menina desapareceu do seu quarto há muitos anos.
Uma das poucas pistas que a polícia tinha era que usava um medalhão vermelho ao pescoço na noite em que desapareceu.
Agora, uma jovem foi encontrada morta a boiar nas águas de um rio.
E está a usar o mesmo medalhão. Será a menina desaparecida?
Quem é a Rapariga na Água?
Kay Sharp é chamada para uma ocorrência perto das cascatas do rio Blackwater. A vítima é uma rapariga de dezassete anos que foi encontrada a flutuar nas águas do rio. A única pista que a polícia tem é o medalhão vermelho que traz ao pescoço. Ao investigar, Kay depara com o caso de Rose Harrelson, uma menina que desapareceu do seu quarto há catorze anos e que usava um medalhão vermelho.
Esse mistério não resolvido ainda hoje assombra a memória das pessoas da cidade. Mas a rapariga que encontraram a boiar no rio está morta há apenas algumas horas. Caso se trate de Rose, onde é que esteve escondida, afinal, durante este tempo todo? E se não é ela, por que motivo está esta jovem a usar o mesmo medalhão?
Kay sabe que tem de resolver o caso do desaparecimento de Rose para conseguir desvendar o crime da rapariga na água. Só que quanto mais investiga, mais depara com uma teia de mentiras e enganos no seio da família de Rose e da sua comunidade.

 

A Criada, de Freida McFadden
Por trás de cada porta, ela consegue ver tudo.
«Bem-vinda à família», diz Nina Winchester enquanto me cumprimenta com a sua mão elegante e bem cuidada. Sorrio educadamente e olho para o longo corredor de mármore.
Este emprego caiu-me do céu. Talvez seja a minha última oportunidade para mudar de vida. E o melhor de tudo é que aqui ninguém sabe nada acerca do meu passado. Posso esconder-me e fingir ser aquilo que eu quiser. Infelizmente, não tardo a descobrir que os segredos dos Winchester são muito mais perigosos do que os meus…
Todos os dias limpo a bela casa dos Winchester de cima a baixo, vou buscar a filha deles à escola e cozinho uma deliciosa refeição para toda a família antes de subir e comer sozinha no meu quarto minúsculo no sótão.
Tento ignorar a forma como Nina gera o caos só para me ver limpar. Como conta histórias inverosímeis sobre a filha. E como o seu marido, Andrew, parece cada dia mais destroçado. Quando o vejo, e àqueles belos olhos castanhos tão tristes, é difícil não me imaginar no lugar de Nina. Com o marido perfeito, a roupa chique, o carro de luxo. Um dia, experimentei um dos seus vestidos só para ver como me ficava. Mas ela percebeu... e foi aí que descobri porque é que a porta do meu quarto só trancava pelo lado de fora...
Se sair desta casa, será algemada.
Devia ter fugido enquanto podia. Agora, a minha oportunidade desapareceu. Agora que os polícias estão na casa e descobriram o que está no andar de cima, não há volta atrás.
Estão a cerca de cinco segundos de me ler os direitos. Não sei muito bem porque não o fizeram ainda. Talvez esperem induzir-me a dizer-lhes algo que não devia.
Boa sorte com isso.
O polícia com o cabelo preto raiado de grisalho está sentado ao meu lado no sofá. Muda a posição do seu corpo entroncado sobre o cabedal italiano cor de caramelo queimado. Pergunto-me que tipo de sofá terá em casa. Não um, certamente, com um preço de cinco dígitos como este. Provavelmente de uma cor foleira como laranja, coberto de pelo de animais de estimação e com mais do que um rasgão nas costuras. Pergunto-me se estará a pensar no seu sofá em casa e a desejar ter um como este.Ou, mais provavelmente, está a pensar no cadáver lá em cima no sótão. 

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