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domingo, 15 de junho de 2025

«Memórias de um Sargento de Milícias», um dos mais importantes romances brasileiros de todos os tempos

Os primeiros volumes da colecção 'Biblioteca da Academia', da Glaciar Editora, foram Os Romances de Machado de Assis e Dialética da Colonização. Actualmente, esta colecção que conta com o apoio da Academia Brasileira de Letras, tem treze títulos. O mais recente, Memórias de um Sargento de Milícias, quase ignorado pelos contemporâneos, é hoje considerado um dos grandes Clássicos da Literatura brasileira. 

A Colecção
A Biblioteca da Academia é um projeto conjunto da Glaciar e da Academia Brasileira de Letras. Funda-se no desejo de oferecer ao público português uma visão panorâmica altamente representativa da produção literária brasileira por meio das obras dos seus escritores académicos nos campos da ficção, da poesia e do ensaio.

Texto de apresentação
«De facto, as Memórias constituem um dos poucos romances cômicos do romantismo nacional, afastando-se dos traços idealizantes que caracterizam boa parte das obras sérias dos autores de então. Publicadas na forma de livro pela primeira vez em 1854-1855, as Memórias são pioneiras em mais de um sentido: trata-se de um dos primeiros romances brasileiros, publicado quando o gênero ainda engatinhava entre nós, após as experiências iniciais de Teixeira e Souza e Joaquim Manuel de Macedo. O modo pelo qual as Memórias pintam a sociedade, representando-a a partir de um ângulo abertamente cômico e satírico, também era relativamente novo nas letras brasileiras do século XIX»
Do prefácio de Mamede Mustafa Jarouche

O autor
Manuel Antônio de Almeida
, escritor e jornalista brasileiro, militante na imprensa liberal, nasceu no Rio de Janeiro, em 1831 e faleceu em 1861. Além das Memórias de um sargento de milícias, publicadas primeiramente no jornal carioca Correio Mercantil entre 1852 e 1853 e depois em livro entre 1854 e 1855, escreveu também a ópera Dois amores (1961). Participou, com Machado de Assis e outros, da malograda tradução do trabalho O Brasil pitoresco, de Charles Ribeyrolles. Além disso, escreveu artigos e poesias na imprensa, vários deles assinados, mas a maioria sem assinatura, em virtude do anonimato que muita vez predominava nesse meio. Entre 1857 e 1859, exerceu o cargo de diretor da Tipografia Nacional, e foi ali que fez amizade com Machado de Assis. Parece ter passado por grandes apuros materiais. Formado em Medicina, com tese defendida em 1855, jamais praticou esse ofício. O valor de sua obra só foi efetivamente reconhecido no século XX, sobretudo a partir do Movimento Modernista, deflagrado em 1922. 

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