Editora: Editorial Presença
Ano de Publicação: 2012
Nº de Páginas: 304
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É seguramente um livro que tem estado em foco nos últimos dias. Milhares de leitores terão um exemplar na sua cabeceira. Muitos deles serão cinéfilos, visto este romance ter sido adaptado ao grande ecrã; ter ganho um Globo de Ouro e (como se isso não bastasse) o filme estar nomeado para os Óscares deste ano, na categoria de melhor filme (entre outras). A autora é Kaui Hart Hemmings, e este, o seu segundo livro, publicado pela primeira vez em 2007.
O protagonista do romance é Matthew, um advogado workaholic abundantemente rico - por ser o último descendente de uma princesa hawaiana. Sempre foi um pai e marido ausente, causando o afastamento – físico e afectivo - das suas filhas Scottie e Alex e de Joanie, a mulher. Este homem tem uma família disfuncional, todavia é necessário um «abalo» para que o seu discernimento seja perceptível.
De um momento para o outro, ele vê-se forçado a tomar conta das filhas - indisciplinadas, revoltadas, desprezadas - quando a mulher sofre um acidente, que a deixa em contínuo estado inconsciente. Esta personagem é dada a conhecer ao leitor, através da perspectiva do marido, das filhas, dos amigos e a dos seus pais. É nesta altura que o leitor é confrontado com duas opções: ou acredita no ponto de vista desses personagens ou se põe na veste de Joanie - a única personagem que não pode se defender do que é dito sobre ela, tornando-a na peça fundamental deste enredo.
O tom dramático neste livro é traçado muito ao de leve por Kaui Hart Hemmings, escritora astuta. Não foi seu objectivo criar um melodrama envolto de um ambiente hospitalar, até porque - por oposição - temos o cenário paradisíaco do Hawai para lá da janela do quarto em que uma pessoa em coma permanece.
As emoções dos personagens não fluem celeremente, ao mesmo ritmo que a dor que eles sentem. Mas é Matthew que ao atravessar um momento difícil, descobre algo que o fará tomar uma decisão importante…
Os Descendentes sublinha o poder da redenção, de que o ser humano pode sempre mudar o rumo da sua vida, até porque nunca, nunca é tarde para recomeçar.