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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Excertos de «Emigrei - chove música nas minhas mãos»


«Como posso ficar e partir, ficar e partir quando as rochas choram sob o verde que as já não cobre; onde te encontro se o chão está coberto de chuva e as mãos forradas de Inverno se calam dentro de tanto vento fatigado.» (p. 16)
http://silenciosquefalam.blogspot.pt/2013/11/coisas-de-ler-editora-publica-novo.html
«Do alpendre contemplo este pedaço de terra regada a mar e o horizonte que trouxe nos bolsos, colhido dentro de portas benévolas que se abriram numa cidade longínqua, para poder, hoje, ter um lugar, o meu, aqui. Inventei, forjei lugar para ter lugar; o lugar de pertencer, que não me foi cedido sem apelo, sem esforço. Só que já não sei onde pertenço… Emigrei, e a dor que choveu dentro de mim derramou-se em raízes líquidas.» (p. 46)
in  Emigrei - chove música nas minhas mãos, de Maria João Saraiva


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