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terça-feira, 10 de setembro de 2019

Reedições de livros de Hemingway e Camus

Esta quinta-feira, a Editora Livros do Brasil publica dois emblemáticos livros de Ernest Hemingway e Albert Camus.

Fiesta – O Sol Nasce Sempre (tradução de Jorge de Sena) é um livro de culto do autor de O Velho e o Mar que nos transporta para a boémia Paris dos anos 20, onde convive a disruptiva geração de artistas e escritores como Picasso, Miró, Gertrude Stein, James Joyce e F. Scott Fitzgerald. Numa luta entre esta agitação e um sentimento de vazio, está um jornalista que, juntamente com outros intelectuais, viaja até ao universo mais tradicional de Espanha, em Pamplona.

Do autor de O Estrangeiro chega-nos uma nova tradução, elaborada por Maria Etelvina Santos, da obra eloquente, apaixonada e polémica que é O Homem Revoltado. Este ensaio abalou o panorama cultural francês assim que foi revelado em 1951.
O enredo de Fiesta – O Sol Nasce Sempre decorre na Europa do pós-Primeira Guerra Mundial. À exceção do toureiro Pedro Romero, todos os seus heróis são expatriados dos Estados Unidos da América ou da Grã-Bretanha, e todos eles, quer busquem aventura ou algo indefinido com que preencher o vazio das suas vidas, se instalam em Paris. É esta Geração Perdida a protagonista deste que foi o romance que, lançado em 1926, estabeleceu Hemingway como um dos grandes autores do século XX. No centro da história estão Jake Barnes e Brett Ashley – ele, rapaz infeliz; ela, dona de uma exuberância vibrante – e o seu percurso da Paris boémia às brutais praças de touros de Espanha, em dias de falência moral e dissolução espiritual, de amor frustrado e ilusões perdidas. Este é um romance de culto do período de entre as duas guerras e um retrato brilhante de uma geração de jovens intelectuais que para sempre o marcariam.

Escrito por um dos mais influentes pensadores do século xx, O Homem Revoltado é um ensaio em torno de dois conceitos-chave na obra de Albert Camus: o absurdo e a revolta. O impulso para a revolução é, para Camus, uma das dimensões essenciais do ser humano, expressa não só a nível individual, na constante luta do homem com a sua existência, mas também coletivo, nas sucessivas rebeliões populares contra a ordem instituída. Contudo, e pondo-se do lado da liberdade humana e da defesa da dignidade, o autor faz um apelo à reflexão – sobre as consequências da revolta, sobre os riscos da tirania, sobre as lições que se impõem no pós-Segunda Guerra Mundial. Eloquente, apaixonado, polémico, este texto abalou o panorama cultural francês assim que foi revelado em 1951 e, duramente criticado por Jean-Paul Sartre, acabaria com a amizade entre os dois autores.

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