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terça-feira, 5 de novembro de 2024

Os novos livros dos autores da Gradiva Ian McEwan e David Marçal

Para além de Para o Infinito e Mais Além (para os viciados em Ciência e os fãs dos enigmas do Cosmos; tradução de Carlos Fiolhais), a Gradiva lança este mês Estranha Sedução, o tão esperado novo romance de Ian McEwan, e, de David Marçal (coautor, com Carlos Fiolhais, dos livros A Ciência e os Seus Inimigos e Apanhados pelo Vírus, entre outros), o livro Como Perder Amigos Rapidamente.

Numa visita a uma cidade jamais designada, Mary e Colin despertam a atenção de Robert, um homem carismático mais velho que transporta consigo uma história por contar. Mas quanto mais conhecem Robert - e a sua mulher deficiente, Caroline - mais evidente se torna de que há algo de profundamente misterioso nestes seus novos amigos.

Com uma escrita rica em descrições e pormenores Ian McEwan convida o leitor a partilhar a intimidade deste casal. Apercebemo-nos com eles do perigo e ignoramos com eles os sinais desse mesmo perigo iminente. Marcado pela obsessão erótica e por uma crueldade latente, o romance Estranha Sedução revela Ian McEwan no auge do seu talento criativo.


«Portanto, eu não gosto de ter amigos? Será que desenvolvi realmente técnicas apuradas e eficazes para perder amigos rapidamente e aconselho o leitor a seguir o meu brilhante exemplo? Nem por sombras, muito longe disso. Na realidade, com um título irónico, este livro faz parte da minha tentativa de não perder amigos. É uma forma de explanar ponderadamente os meus argumentos, de uma forma cuidada e precisa, evitando o mais possível melindrar pessoas. Sou um grande adepto do dissenso, do confronto de posições contrárias, de modo a conseguirmos encontrar as melhores soluções para os nossos problemas da vida em comum. Para isso, é preciso ir mantendo o diálogo possível, mesmo perante a horda tribalista que procura intimidar usando linguagem desbragada e ameaças de todo o tipo. É necessário que as pessoas que discordam profundamente entre si se possam sentar e falar de modo franco, mas civilizado, sobre quaisquer assuntos que as dividam, mesmo os mais delicados e importantes. Chegado a este ponto, poderia desejar-lhe uma boa leitura. E desejo. Mas, dadas as actuais circunstâncias da nossa vida colectiva, que está extremamente polarizada, talvez votos de boa sorte sejam mais apropriados!».

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