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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Ser Poeta, segundo Florbela Espanca



Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendos
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e cetim…
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente…
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

(Florbela Espanca, «Charneca em Flor», in «Poesia Completa»)

domingo, 27 de novembro de 2011

O existencialismo e a sabedoria das nações - Simone de Beauvoir

Editora: Esfera do Caos
Nº Paginas: 104
Ano publicação: 2008
Os textos deste ensaio filosófico foram publicados originalmente na revista Les Temps Modernes, que foi fundada por Simone de Beauvoir e Sartre em 1945. A autora de O Segundo Sexo, 1949, – que vendeu milhões de exemplares, foi professora de filosofia, exímia filósofa e militante política. Uma mulher emancipada que quebrou vários tabus, provocando constrangimentos morais tradicionais, numa era em que a sociedade pouca desperta estava para os pensamentos feministas.
Figura fulcral da doutrina ético-filosófica do existencialismo - que foi inspirado em obras de Fiódor Dostoiévski e de Friedrich Nietzsche, Beauvoir defendia a ideia de que cada um era responsável por si próprio, pelas suas acções e consequências.
Os textos que compõem este livro estão separados em quatro capítulos: O Existencialismo e a sabedoria das nações, Idealismo moral e realismo político, Literatura e metafísica e Olho por olho. Deles sublinho as seguintes citações:

«Cada um gosta de contar as suas próprias histórias, mas escutar as dos outros é maçador.» Pag.27
«Demasiada bondade torna-se fraqueza, imbecilidade; um homem demasiado bom dá um mau exemplo.» Pag.27
«Nada é mais decepcionante do que obter-se o que se deseja.» Pag.28; «Entra-se, grita-se e é a vida; grita-se, sai-se e é a morte.» Pag.29
«Lia muito, quando tinha dezoito anos; lia como não se lê senão nessa idade, com ingenuidade e com paixão. Abrir um romance era verdadeiramente entrar num mundo, num mundo concreto, temporal, povoado de figuras e de acontecimentos singulares….Lembro-me do espanto vertiginoso que tomava conta de mim no momento em que voltava a fechar o livro.» Pag.64;
«Uma obra significa sempre qualquer coisa, mesmo aquela que procure o mais deliberadamente possível recusar qualquer sentido, manifesta ainda recusa.» Pag.66

Estes pensamentos e divagações da ensaísta e romancista, remete-nos a pensar que cabe ao ser humano, a somente ele, afirmar a sua visão em foco dos seus objectivos. 
Esta filosofia convence-o a recusar a unanimidade e traçar ele próprio o seu caminho, mas não abnegando o convívio social nem tornando-se um indivíduo solitário e egoísta. 
Simone de Beauvoir sublinha que o existencialismo não despreza o amor, a amizade e a fraternidade.
Livro recomendado ao leitor que tenha gosto por divagar em outras paragens e que aprecie filosofia.

sábado, 26 de novembro de 2011

Passatempo: «O Poder de Dar» - Azim J. & Harvey M.

O blogue em parceria com a Caleidoscópio tem para oferecer 1 exemplar do livro descrito em epígrafe.
 
O passatempo decorrerá até às 23h59 de 1 de Dezembro.
Mais informações sobre o livro
Sinopse: Este pequeno guia ensina-lhe uma lição inestimável: quanto mais se dá, mais se recebe – e ajuda-o a descobrir os dádivas imponderáveis que é capaz de dedicar aos outros. Segundo os autores todos nós temos algo que podemos dar aos outros, seja tempo, dinheiro, conhecimentos, atenção. E esse simples acto de dar torna-nos melhores pessoas. Tem excelentes elogios de autores como Seth Godin, um guru da área da Liderança e Motivação, com diversos livros publicados em Portugal, e de Jack Canfield, autor da série Canja de Galinha para a Alma.

Para participar, só tens de ser seguidor aqui e responder acertadamente ao questionário seguinte, e esperar seres o feliz contemplado.





Regras do Passatempo:
1) O passatempo decorrerá entre os dias mencionados, sendo exclusivo a participantes residentes em Portugal (Continental e Ilhas);
2) Será validado exclusivamente as participações com as respostas acertadas e será aceite apenas uma participação por pessoa ou email;
3) O vencedor será sorteado aleatoriamente através do Random.org e o seu nome publicado aqui no blogue, além de ser comunicado ao mesmo via e-mail.

Resultado do Passatempo: «Para Sempre»

Mais um passatempo chegado ao fim aqui no Silêncios que Falam.

Quero agradecer à Presença pela coloboração e a todos os 185 participantes do passatempo Para Sempre” de Susanna Tamaro.

O vencedor escolhido aleatoriamente através do randon.org, é:

Participante nº107 - Marco Caetano
(Olival Basto)
 
Parabéns e boas leituras!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Novidade Alfanje Edições (Divulgação)

         1ª edição: novembro de 2011
 edição original: 1884, Londres e Edimburgo
 páginas: 254
 isbn: 978-989-97271-1-3
 preço de venda ao público: 16,50 €
  (dia 21 nas livrarias)
a obra
Longe de panfletário, Spencer orquestra aqui uma profunda análise da sociedade, ao ponto de a tratar como um organismo propriedade, economia, justiça, educação, as condições da paz e do progresso, nada escapa à sua lupa científica e polemiza com escritos de Hobbes, Thomas Huxley, Bentham ou até com normas de Hotentotes, Veddas ou Polinésios.
Segundo postula, o mercantilismo e a liberdade contratual são índice e condição de sociedades pacíficas, conquanto liberdade e propriedade sejam respeitadas. Já as disposições socialistas se assemelham ao estado de guerra, em que grande parte da vida dos cidadãos está sujeita ao arbítrio dos governantes.
Se é verdade que a dada altura parece resvalar para o dogma, o seu furor anti-colectivista e anti-paternalista não deixa de ser exemplar. Decerto ficaremos a matutar nas questões levantadas: Qual é a competência do governo? Até que ponto o poder das maiorias não é coercivo? Que direitos existem de inalienáveis no indivíduo? Que é afinal isso de liberalismo?

o autor
 Filósofo, biólogo, sociólogo e renomeado teórico liberal, Herbert Spencer nasceu em Derby, Inglaterra, a 27 de Abril de 1820, e faleceu a 8 de Dezembro de 1903.

      Na juventude beneficiou duma educação naturalista empírica e individualista por via do pai, George, que lhe infundiria a sua paixão pela natureza e o desprezo pelas autoridades. O seu tio, o Rev. Thomas, antigo professor de Cambridge, ensinou-lhe matemática, física e química, e os rudimentos de francês, grego e latim. Assistia ainda a palestras na Derby Philosophical Society, associação fundada em 1790 por Erasmus Darwin, avô de Charles.

      Em 1837 engajou-se como engenheiro civil na construção dos caminhos-de-ferro ingleses, empresa que cumpriu com denodo até 1841 (numa segunda fase entre 1845 e 1848), chegando inclusive a publicar artigos especializados, e cuja eficiência lhe viria fortalecer a fé na actividade privada que perpassa pela sua obra.
a sua determinação literária e a sua veia interventiva levá-lo-iam a publicar uma série de cartas intituladas The Proper Sphere of Government no The Non-Conformist, em 1842. de resto, ao longo da sua carreira a sua participação na imprensa seria extensa, com artigos publicados por exemplo na North British Review, na British Quarterly Review, na fortnightly review e na Westminster Review.  Em 1848 foi aliás convidado para o cargo de vice-editor do Economist, jornal de grande pendor liberal, fundado por um opositor das Leis do Milho, mas acabaria por deixar o cargo em 1853 para se dedicar à escrita a tempo inteiro, tirando partido da herança legada pelo testamento do seu tio Thomas.

     em 1851 havia publicado Social Statics, expressão tomada de empréstimo de Auguste Comte, no qual já manifestava alguma influência positivista, mas também evolucionista, por via de Lamarck. O seu editor, John Chapman, levou-o ao salão frequentado por muitos dos mais proeminentes e progressistas pensadores da capital, como Stuart Mill, Harriet Martineau, George Lewes, George Eliot e Thomas Huxley, com os quais viria a trocar pródiga correspondência. Nos anos 70 era já o filósofo mais famoso da época, subsistindo inteiramente dos proventos das vendas das suas obras, depois de ter sido eleito para o selecto clube intelectual londrino Atheneum, e de ter recusado ser membro da Royal Society.
o seu fero pacifismo e anti-imperialismo, particularmente durante as campanhas das guerras boers, acabariam contudo por lhe valer o descrédito na grã-bretanha.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

As meninas dos chocolates - Annie Murray

Editora: ASA
Nº Paginas: 496
Ano publicação:2011
Chocolate + guerra. Uma mistura doce ou amarga? Comprovem a acridez.

A história deste livro, publicado pela Edições ASA, baseia-se em torno de três mulheres, Edie, Ruby e Janet, que têm personalidades e ambições muito diferentes e cujas vicissitudes da vida se entrelaçam pela guerra e decadência de felicidade nas vidas matrimoniais.
Elas trabalham na fábrica de chocolate Cadbury, em Birmingham, na Inglaterra. 
[A Cadbury existe também em Portugal, sendo o portfolio constituído por marcas líderes como Trident, Bubblicious, Bubbaloo, Cadbury, Chiclets e Halls. (E não, não vou receber caixas destes produtos pela publicidade!)]
A acção do enredo irá deambular perante o antes, o durante e o pós segunda guerra mundial.
Edie vem de uma família pequena governada por uma mãe austera que tem modos crueis e insensíveis. Ruby, por outro lado, tem uma mãe excêntrica, ex- bailarina, que sempre esteve ausente, e portanto, que não acompanhou o crescimento da filha. Janet é uma mulher calma e refinada (aparentemente), que vive em casa com sua mãe viúva, Francês, uma mulher bondosa em demasia.
A eclosão da guerra significa um fim para produção de chocolate e a fábrica onde as amigas trabalham, começa a industrializar outros produtos. A guerra também trás muitas mudanças para a vida pessoal destas mulheres.
Numa noite, quando Edie faz o seu trabalho de voluntariado, e lhe é destinado socorrer uma família, em que a casa foi bombardeada, Edie depara-se com uma criança recém nascida nos braços…
Edie dá-lhe o nome de David e durante a década e meia seguinte, educa-o, com o apoio de Frances, a mãe da sua amiga Janet. Depois a história é principalmente sobre Edie e David e de como o amor que os une, pode também os afastar.
Este romance dá uma visão extremamente vívida sobre o impacto emocional sobre os homens que voltam da guerra, com traumas enormes e que não mais regressam à normalidade. A trama aborda também as consequências do Holocausto sobre os sobreviventes, na sua maioria judeus.

Fraquezas: o título original deste livro e a tradução fiel do mesmo para português não terá sido a opção mais correcta. Em primeiro lugar, as três personagens femininas principais não são meninas, são mulheres. Depois é verdade que elas trabalham na fábrica de chocolate, mas em apenas algumas passagens do livro, é que a autora faz algumas referências á fábrica e aos chocolates. Claro que o marketing por vezes obriga a que os títulos dos livros não façam jus ao seu conteúdo. Não pensem encontrar o cheiro dos chocolates ao virar cada página, podem sim contar com alguns episódios de abortos espontâneos e/ou não e de mortes. 

Um ponto forte: a saga mostra a guerra vista de vários ângulos, mas principalmente, uma guerra que não sobressai em tons cinzentos e densos, pelas linhas das páginas escritas pelo punho de uma autora atenta.
Outro post it a salientar: os capítulos estão distribuídos de forma a não maçar o leitor, com os “bombardeamentos” da guerra; toda a parte gráfica do livro e em especial o invólucro em que o livro é apresentado nas livrarias está muito original e cativa a comprá-lo, sem mesmo antes ler o título ou sinopse. 

Um romance de leitura fácil, que não é anódino, com personagens femininas fortes e interessantes. Não é um romance de grande importância literária, mas é um livro que retrata as emoções dos personagens e suas naturezas.
A autora fez um grande trabalho de pesquisa, é notório. Nalgumas cenas no livro, o leitor sente que está na página com os personagens, vivendo suas vidas naquele momento também. O enredo não contém muito mistério, pois é fácil prever onde a trama irá seguir e que fim terá.
Annie Murray foi uma autora que não me causou displicência e quem sabe, um dia voltar a lê-la.

sábado, 19 de novembro de 2011

Passatempo: «Para Sempre» - Susanna Tamaro

O blogue em parceria com a Editoral Presença tem para oferecer 1 exemplar do livro 
Para Sempre” de Susanna Tamaro.

O passatempo decorrerá até às 23h59 de 25 de Novembro.
Mais informações
Sinopse: Desde Vai Aonde Te Leva o Coração que Susanna Tamaro não escrevia uma história de amor tão rica, intensa e poética como esta. O protagonista é Matteo, um homem que vive há vários anos no cimo de uma montanha e se confronta diariamente com a sua própria consciência através de um fluxo de recordações que nos vão revelando as personagens e os acontecimentos que determinaram o seu passado e o conduziram até ali. Para Sempre é uma narrativa extraordinária que toca os temas mais relevantes da nossa existência com uma simplicidade rara que nunca deixa de nos fascinar.

Susanna Tamaro nasceu em Trieste, Itália, no ano de 1957. Formou-se em Realização no Centro Experimental de Cinematografia de Roma. Durante dez anos trabalhou para a televisão como realizadora de documentários científicos. Atualmente, é uma das escritoras italianas mais conhecidas e aclamadas em todo o mundo, e o conjunto da sua obra, que inclui títulos bem conhecidos do público português – Vai Aonde Te Leva o Coração, Com a Cabeça nas Nuvens, Para Uma Voz Só, Escuta a Minha Voz ou Regresso a Casa – vendeu vários milhões de exemplares à escala mundial. 

Para participar, só tens de ser seguidor do blogue e responder acertadamente ao questionário seguinte, e esperar seres o feliz contemplado.






Regras do Passatempo:
1) O passatempo decorrerá entre os dias mencionados, sendo exclusivo a participantes residentes em Portugal (Continental e Ilhas);
2) Será validado exclusivamente as participações com as respostas acertadas e será aceite apenas uma participação por pessoa ou email;
3) O vencedor será sorteado aleatoriamente através do Random.org e o seu nome publicado aqui no blogue, além de ser comunicado ao mesmo via e-mail.

Resultado do Passatempo: «Os Factos da Vida»

Mais um passatempo chegado ao fim e com um recorde de participações! É bom saber :)

Quero agradecer à Bizâncio editora pela coloboração e a todos os 251 participantes do passatempo Os Factos da Vida” de Graham Joyce.

Os vencedores, escolhidos aleatoriamente através do randon.org, são:

Participante nº15 - Maria Odete Silva
(Qtª do Anjo)
Participante nº178 - Roberta Frontini (Leiria)
Participante nº226 - Nuno Tavares Lopes (Castelo Branco)
 
Parabéns e boas leituras!

Novidades Papiro Editora (Divulgação)

 
Título  
Rosapálido

Autor  
Avelina Vieira

Género
Conto











Sobre o Livro
“As gavetas fechadas tinham coisas verdadeira­mente mirabolantes como escaravelhos e joani­nhas secos de mortos, velhos pedaços de roupa interior muito usada, mas estranhamente dete­riorada, caixas de fósforos, sem fósforos, com de­dos de bonecas, letras e livrinhos com caracteres estranhos de povos antigos; ou tão simples como figas, terços, postais que não eram seus mas que ela guardava porque tinham histórias embriaga­doras, boas e más.

Os problemas ligados ao corpo, ao sexo, à mastur­bação, à ideia do erro, do mal, implantaram-se no fundo da gaveta, e esta tornou-se num gavetão, criou raízes grossas que perfuraram o fundo da mesma, cercaram e vaguearam no espaço como se fossem animais castigados dependurados pe­los braços, tentáculos, pernas ou asas.”

Um pequeno conto, muito bem escrito, sobre uma estranha e misteriosa personagem, que vai deixar o leitor a morrer de curiosidade.

Sobre o autor
AVELINA VIEIRA nasceu no Porto e fez o curso complementar de Escultura na Escola Superior de Belas Artes do Porto. Para além de escrever, Avelina faz teatro e diz textos e poemas.
Tem vários contos publicados e um livro infantil – “Pedro e Rena”, editado pela Papiro Editora e seleccionado pelo PNL.


Novidades Papiro Editora (Divulgação)


Título  
Poemas de um Homem Só

Autor  
Daniel Costa

Género
 Poesia











Sobre o Livro
O promontório se eleva, o poeta se eleva ainda mais alto, procurando um outro horizonte para preencher as palavras inacabadas.
É assim com a poesia de Daniel. Uma viagem de impacto emocional, uma depuração, por vezes afirmativa, por outras, interrogativa.

A sua vasta poesia, que tenho o prazer de ler ao longo de anos, é um edifício imutável.
Consegue com mestria de um bisturi dissecar momentos e factos, transportando-nos para imagens que nos absorvem, aquecendo-nos a via clara da língua mater.

Eduarda de Andrade Mendes

Sobre o Autor
Daniel Cordeiro da Costa nasceu a 4 de Outubro de 1940, em Bufarda, Atouguia da Baleia, Peniche.
Na sua terra natal trabalhou no campo até 1964. Depois, já em Lisboa, onde ainda vive, trabalhou em diversas áreas e criou a sua própria revista, a Franquia, dedicada a assuntos do âmbito da filatelia, que obteve considerável sucesso no Brasil.

Desde sempre dedicado à escrita, é autor de vários trabalhos na área jornalística, nomeadamente do extinto Jornal do Oeste (Rio Maior), das revistas F.N., Coleccionando, Crónica Filatélica da Afinsa (Madrid),  Filnumis - O Guia do Coleccionador, e ainda do Jornal da Amadora.

É autor de Café Lisboa, publicado pela Papiro Editora (2010), e Amor Guerra, publicado pela Alfarroba Edições (2010).
Um Homem Só, que agora a Papiro Editora tem a honra de publicar, é o seu primeiro livro de poesia. Alguns dos seus poemas são dedicados à sua terra natal, Peniche.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Só o amor é real – Brian Weiss

Editora: Pergaminho
Nº Paginas: 232
Ano publicação: 2010
Terceiro livro publicado do conceituado psiquiatra Brian Weiss, nascido em Nova York em 1944. As suas terapias com pacientes foram pioneiras, em temas controversos como a reencarnação, vidas passadas, progressão a vidas futuras e vida após a morte. Este livro tem como testemunho central o caso de dois seus pacientes, Elizabeth e Pedro. Acidentalmente, ou talvez não, eles (re)conheceram-se (nesta vida..) na sala de estar do consultório do doutor. Mais é proibido desvendar.

Os capítulos estão bem distribuídos e precedido de cada capítulo é citado um pensamento de pessoas ilustres sobre a reencarnação. Caso da citação de Goethe: 

«A alma do Homem é como a água;
Dos Céus provém
Para os Céus ascende
E depois retorna à Terra,
Para sempre alternando.» 

Nos últimos dois capítulos Weiss desvenda ao leitor, de como o encontro de Elisabeth e Pedro tornou-se num dos mais fascinantes testemunhos da veracidade de encontros em vidas passadas.

«O destino dita o encontro entre almas gémeas. Encontrá-las-emos. Mas o que decidimos fazer após esse encontro cai no campo da livre escolha.» - Página 16

«Temos de aprender a rejeitar todo o preconceito e ódio. Aqueles que não o fizerem, simplesmente trocarão de lugar, voltando nos corpos dos seus inimigos.» - Página 126

Este é um livro vocacionado para pessoas que acreditam na reencarnação, mas também para quem é céptico. Pode-se sempre mudar de ideias e crenças, ou não? Ai de quem leve os seus costumes sempre intactos ate ao fim da vida! É um livro de não-ficção! É real. Não tem nada de romance ficcional.
Caso queiram iniciar uma leitura desta temática, aconselho iniciar com o primeiro dos primeiros livros de Brian Weiss, Muitas vidas muitos mestres, que fez imenso sucesso, e se calhar o seu melhor livro. Depois de iniciada a leitura deste autor, difícil é não querer largá-lo.
Espero que a divulgação dos livros de Brian Weiss possam ajudar a eliminar algumas teias de aranha sobre os caminhos da espiritualidade.
Não sou Dr., todavia prescrevo este livro sem reservas.

Em uma entrevista o Dr. Weiss afirma: 

«O mais importante não é ter conhecido a reencarnação, mas sim saber que continuamos; que o nosso corpo morre e nós não; saber que não morremos porque nunca nascemos. Entramos e saímos dos corpos.»

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Silêncio - Eugénio de Andrade



O Silêncio

Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,

e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,

quando azuis irrompem
os teus olhos

e procuram
nos meus navegação segura,

é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,

pelo silêncio fascinadas.

Eugénio de Andrade
in "Obscuro Domínio"

domingo, 13 de novembro de 2011

As duas irmãs - Agatha Christie

Editora: ASA
Nº de páginas: 272
Ano de publicação: 2011
Publicado sob o pseudónimo de Mary Westmacott, As Duas Irmãs é uma das seis obras romanceadas de Agatha Christie. Um livro publicado pela primeira vez no Reino Unido em 1956. 
Laura e Shirley Franklin são as irmãs. Laura é a filha primogénita de Arthur e Angela, tendo sido uma criança concebida para amenizar a dor da perda do casal, devido à morte do pequeno Charles, o primeiro filho. Mas a menina não é o que os pais desejavam, «..é uma criança muito querida, mas é tão desenxabida…tão franzina e pálida». 
Laura cresce assim num clima familiar de desamor e indiferença. Poucos anos mais tarde nasce Shirley, um bebé encantador. Com o brotar desta nova vida no lar, Laura sente o amargo sabor do ciúme, e chega mesmo a desejar a morte da irmãzinha. Tal sacrilégio tempos depois quase torna-se real, e é então que Laura muda drasticamente a sua atitude em relação à irmã, protegendo-a como se fosse sua mãe. Quando o amor se transforma em obsessão, as consequências nunca são boas. Este é o prenúncio que marcará o resto da vida das irmãs.

A meio do livro há um corte no enredo, entrando uma nova personagem, tornando o encadeamento da acção intercalado. Embora essa segunda parte do livro seja relacionada com alguns dos personagens, há efectivamente desagrado ao saber que a primeira parte não é continuada, sem interpolações. Em As Duas Irmãs o epílogo é apresentado superficialmente, não acrescendo água à boca do leitor. Um leitor habituado ao suspense dos policiais da autora.
Tendo em base este romance atrevo-me a dizer que este não é o registo em que Agatha se destaque e não é notório o seu potencial criativo.

Somando tudo o que foi lido, acrescento que esta história engloba mais do que apenas o conto de duas irmãs. Relata sobre o amor e como um sentimento de pertença pode tornar-se destrutivo. Agatha Christie quis transmitir neste romance que alguns pais amam seus filhos de forma diferente. Mesmo fazendo-o inconscientemente.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Passatempo: Os Factos da Vida - Graham Joyce

O blogue em parceria com a editora Bizâncio tem para oferecer 3 exemplares do livro “Os Factos da Vida” de Graham Joyce.

O passatempo decorrerá até às 23h59 de 18 de Novembro. 

Sinopse
Sete irmãs extraordinárias vivem juntas sob a sombra da guerra, unidas pela lealdade, pelo amor, pelo medo e pela esperança. Até que chega uma noite alucinante em que Luftwaffe arrasa Coventry. No meio das tempestades de fogo que se propagam pela cidade, a filha mais nova experimenta um despertar mágico que resultará, anos depois, no nascimento de uma criança. Após o fim da guerra, os percursos das irmãs divergem, mas permanecem atraídas por esta criança extraordinária. À medida que o rapaz cresce, as circunstâncias conspiram para pôr à prova as suas lealdades mútuas, enquanto abrem o pano dum mundo de eventos verdadeiramente espectaculares.

Para te habilitares a ganhar um dos 3 exemplares deste magnífico livro, só tens de responder acertadamente à seguinte pergunta: Qual a editora que publicou este livro?

A resposta deve ser enviada para silenciosquefalam@gmail.com 

(Não esqueças de mencionar o teu nome e local de residência.)

Novidade Esfera do Caos (Divulgação)

 Palavras Nossas
Colectânea de Novos Poetas Portugueses
Volume I | 2011
Coordenador: Miguel Almeida

Novidade e diversidade. Novos temas, novas abordagens, estilos diferenciados, eis o que esta Colectânea tem para oferecer. Uma autêntica lufada de ar fresco no panorama da poesia em Portugal.
30 novos poetas portugueses dão-nos a conhecer o melhor da sua poesia, até agora desconhecida.
… uma agradável surpresa… … uma obra para todos os que vivem e sentem a poesia com intensidade…
OS AUTORES:Adélia Vaz, Alexandrina Coelho, Álvaro José Ferreira Gomes, Ana Maria Domingues, Ângelo Fitas, António Borrego, António Piedade, Armindo Loureiro, Bode Ranhoso do Marão (aliás Carlos Coelho), Bruno Miguel Inácio, Catarina Teixeira, Céu Cruz, Cristina Correia, Gabriel Rito, Guiomar Casas Novas, Isabel Vilaverde, João Carlos Silva, José Gabriel Duarte, Libânia Madureira, Maria Helena Almeida Lopes, Maria João Nunes, Marta Guerreiro, Nanda Rocha, Noélia de Santa Rosa, Pedro Martins, Ramiro Morais, Ricardo Bernardo Valez, São Reis, Victor Cohen, Xico Mendes.

Algumas Novidades Livros D'HOJE

Sinopse: 
O mais recente livro de Paulo Cardoso apresenta informações detalhadas sobre o que os astros lhe revelam para o próximo ano. As edições ASTROLOGIA e GUIA DO AMOR encontram-se agora reunidas num só volume, facilitando a consulta das previsões de cada Signo e as compatibilidades amorosas do leitor, ao longo de todas as semanas de 2012. Além da definição das características gerais de cada um dos Signos do Zodíaco, apontamos ainda algumas descrições mais específicas ou respostas às questões mais frequentes: «Como ama cada Signo?», «Como conquistar cada um deles?», «O que é a Astrologia?», ou «Há Livre Arbítrio?» Com tabelas que mostram mês a mês a tónica afectiva de qualquer pessoa, não só tendo em conta o Signo a que pertence, mas também a data de nascimento, temos não 12 mas 365 tipos de previsões diferentes, o que origina respostas mais personalizadas e, sobretudo, possibilita maiores vantagens nesta conjuntura tendencialmente difícil. Estando nós a viver um momento único na História, caminhando de crise em crise, não devemos ficar imobilizados perante os constrangimentos resultantes dos graves problemas sociais, mas antes usar todo o potencial que está patente nos «nossos astros» de nascimento, tirando partido das nossas virtudes, desenvolvendo os nossos talentos.

Sobre o autor:
Astrólogo, pintor e ensaísta, Paulo Cardoso publicou até ao momento 35 livros. Oriundo de uma família de músicos e artistas plásticos, Paulo Cardoso nasceu e vive em Lisboa. Depois de terminar o curso de Química, frequentou simultaneamente o Conservatório Nacional e a Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Na área da Astrologia realizou, até ao momento, cerca de 18.500 estudos astrológicos, sendo considerado o mais prestigiado astrólogo português. Desde 1978 que Paulo Cardoso tem publicado trabalhos em jornais e revistas de Portugal, Espanha, França e Bélgica, e colaborado com depoimentos e entrevistas destinados à realização de documentários para as televisões portuguesas, brasileiras, inglesas e alemãs.. Colabora regularmente em dez meios de comunicação social (imprensa e internet) que, no seu conjunto, contam com uma audiência de mais de 4,5 milhões de leitores.

Sinopse:  
O Peto apareceu na rua, ainda bebé, e lá viveu durante doze longos anos, comendo dos caixotes do lixo. A certa altura, duas senhoras repararam nele e foram-no protegendo como podiam, dando-lhe comida e água. E ele por ali foi ficando. Foi recolhido duas vezes por pessoas que o voltaram a abandonar porque, afinal, era grande demais ou deixava a casa cheia de pelos. Na sua vida na rua, foi agredido diversas vezes e durante muito tempo teve dificuldade em usar as patas traseiras. Foi também atropelado mais do que uma vez. Chegou a ser esfaqueado na barriga. Tinha Leishmaniose, e por dormir tantos anos ao relento sofria ainda de artrite, passando a ter de tomar medicação quatro vezes ao dia. Foi atacado diversas ocasiões por cães com «donos perigosos» e o seu corpo ficou marcado por várias cicatrizes. Enfrentou duas denúncias de vizinhos, que não o queriam ali. Numa das vezes acabou num canil para ser abatido, como tantos outros cães vadios. Mas foram buscá-lo e ele voltou à sua rua. A sua sorte mudou quando, um dia, Paula, reparou no cão meigo e triste que se arrastava cheio de sangue, terra e pó. Começou por lhe limpar as feridas. Acabou por saber a sua história e seis meses depois, em Novembro de 2005, levou-o para casa e encheu-o de amor. Peto escapou da morte nesse inverno.

Sobre a autora:
Paula Cairo nasceu em Palmela e vive por acaso no Seixal. Passou parte da infância no Alentejo onde conviveu com toda a espécie de animais e desde que se lembra sempre os adorou por os considerar seres sensíveis, puros e genuínos. Para além de cães e gatos teve um pato, um porco, uma galinha, uma pomba e ratos de estimação. Todos, em alturas diferentes da vida andaram por sua casa, uma imensidão de 12 assoalhadas. Sempre gostou de ouvir histórias contadas. Mais tarde começou a escrever algumas coisas, mas acabaram sempre no lixo. Mas foi o Peto que lhe deu coragem para se expor escrevendo para os outros lerem. Estes textos foram escritos ao longo de três anos. Neste momento tem três cadelas que adotou, uma delas em cadeirinha de rodas.