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sexta-feira, 20 de junho de 2025

«África Minha», o livro da vida de milhares de leitores, ganha uma nova edição

Além da reedição de As Nove Magníficas, obra onde Helena Sacadura Cabral sublinha a importância do poder feminino na nossa História, a 2 de Julho a Clube do Autor reedita também África Minha, da escritora dinamarquesa Karen Blixen. Esta obra foi adaptada para o cinema em 1985, com interpretações de Meryl Streep e Robert Redford.
Este título - prefaciado por Laurinda Alves - pertence à Colecção 'Os Livros da Minha Vida', que conta com obras como Mulheres Apaixonadas, Terra Abençoada, Retrato de uma Senhora, entre outros.

Texto sinóptico
Em 1914, Karen Blixen chegou ao Quénia com o marido para gerir uma plantação de café. Imediatamente conquistada pelo mágico local, a autora passou aí os anos mais felizes da sua vida, até ao colapso da plantação. Foi então forçada a regressar à terra natal, a Dinamarca, onde escreveu África minha. No livro, Blixen despede-se, de forma comovente, da adorada terra e revela a sua profunda amizade pelas paisagens, pelas pessoas, pelos animais - e por Denys Finch- Hatton.
Escrito com uma vivacidade que nos faz sonhar imediatamente com o continente africano, África minha retrata um estilo de vida desaparecido para todo o sempre.
Em Sombras no capim, Karen Blixen retoma a história cativante da sua vida no Quénia iniciada em África minha. Com afeto e sensibilidade, estas histórias iluminam o seu amor tanto pelos africanos, pela sua dignidade e tradições, quanto pela beleza e exuberância das paisagens, Sombras no capim é, assim, um capítulo final emotivo na apaixonante história de Karen Blixen sobre África.

A autora
Karen Blixen nasceu em 1885 na Dinamarca, de uma família nobre, e com o marido partiu para Nairobi, onde em 1914 iniciaram uma plantação de café. Separou-se do marido em 1921 e manteve-se à frente da fazenda, com a ajuda do irmão Thomas durante os dois primeiros anos, e sozinha nos restantes oito. Neste período, Denys Finch Hatton viveu com Karen na fazenda. 
Em 1931, falida a fazenda, e morto o companheiro num acidente de aviação, regressou à Europa. É na Europa que publica toda a sua obra, que, para além de África Minha, inclui Ironias do Destino e Ehrengard - A ninfa do lago. Karen Blixen morreu em 1962.

Outras publicações da Clube do Autor que chegam às livrarias também no próximo dia 2: Porque Falham os Negócios (de Anna Faelten, Michel Driessen e Scott Moeller), Dá-me o Teu Amor (de Corinne Michaels) e Afterglow (de Phil Stamper).

quinta-feira, 19 de junho de 2025

O novo tríler psicológico de Louise Candlish intitula-se «As Últimas Férias»

A Clube do Autor publica já no próximo dia 25 o novo tríler psicológico de Louise Candlish, uma obra em que os ingredientes principais são inveja, traição e crime. 
As Últimas Férias (Our Holiday de seu título original)  é um tríler tenso, envolvente e replecto de reviravoltas sobre tensões sociais, ambição e ressentimento. 

Este é quinto título desta autora inglesa, actualmente com 57 anos, que é traduzido para o nosso idioma, após O Passageiro Misterioso (2022), um êxito junto dos leitores em vários países, incluindo Portugal, A Nossa Casa (2023), que venceu o British Book Award para o Melhor Thriller do Ano, O Único Suspeito (2024), distinguido com o prémio de Thriller do Ano por Capital Crime Fingerprint, e Nas Alturas (2025), editado no início deste ano.
O próximo livro de Louise Candlish será publicado em Inglaterra a 17 de Julho, segundo consta no seu site: www.louisecandlish.com

Texto sinóptico
As férias com vista para as águas turquesa de Pine Ridge são insuperáveis. O casal trabalhou arduamente para comprar a casa – por que não a aproveitar? Este verão, terão a companhia dos amigos que compraram uma propriedade na mesma comunidade costeira. Juntos, planeiam dias preguiçosos na praia e fins de tarde a beber rosé na varanda voltada para o mar.
Mas há problemas no paraíso. Um grupo de moradores não poupará esforços para que os proprietários de segundas habitações paguem pela sua arrogância. Uma onda crescente de pequenos atos criminosos transforma-se em algo mais ameaçador. Até ao final do verão, famílias e amizades serão dilaceradas e a localidade será conhecida por mais do que as suas praias. Será conhecida por homicídio. 
Conhece aqui outros livros da editora que serão publicados a 25 de Junho.

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Novo livro de Marco Neves: «Gramática & Pontuação: Guia Prático para Escrever Melhor»

Desde o dia de hoje que pode ser adquirido nas livrarias Gramática & Pontuação: Guia Prático para Escrever Melhor, da autoria do professor universitário Marco Neves, onde este descreve as regras essenciais da gramática e da pontuação em português. Esta é uma obra prática e útil, que não deve ser guardada na estante, mas mantida sempre ao alcance do leitor.

O livro
Gramática & Pontuação: Guia Prático para Escrever Melhor é um instrumento de trabalho útil não só para quem escreve, mas também para quem, numa só leitura, deseja conhecer melhor o corpo (as palavras e as regras) e a roupa (a pontuação) do português na sua versão escrita e padronizada. a obra inclui ainda um breve guia para escrever melhor e uma lista de dúvidas.

- O que é a norma do português?
- Como escrever frases mais claras?
- Escrevemos «porque» ou «por que»?
- Quando e como usar a vírgula?
- Quando devemos usar a maiúscula?

O autor
É professor na NOVA FCSH e investigador na área das línguas, literaturas e culturas. É autor de mais de uma dezena de livros sobre temas linguísticos, como Doze Segredos da Língua Portuguesa, Dicionário de Erros Falsos e Mitos do Português, ABC da Tradução, História do Português desde o Big Bang, Português de A a Z, Atlas Histórico da Escrita, Queria? Já Não Quer?, entre outros. Participa frequentemente em conferências internacionais sobre línguas e tradução e dedica-se, há vários anos, à divulgação do conhecimento linguístico na sociedade. Escreve na página 'Certas Palavras' (www.certaspalavras.pt) e apresenta o programa 'Português Suave' na Rádio Observador.

terça-feira, 17 de junho de 2025

Os últimos lançamentos de Junho da Clube do Autor

Além do tríler psicológico As Últimas Férias (de Louise Candlish), de Sporting - 366 Dias de Conquistas (de Rui Miguel Tovar) e de Chefs Sem Reservas (de Nelson Marques)a 25 de Junho a Clube do Autora faz chegar às livrarias os seguintes livros.

Se nos Voltarmos a Encontrar, de Ana Huang
Farrah Lin vai apaixonar-se pela primeira vez enquanto estiver a estudar no estrangeiro. Ela tem a certeza disso. O único problema? O possível candidato namora com a sua nova amiga. Não há nada pior do que se apaixonar por alguém que não se pode ter... Mas, então, porque continua ela a fantasiar com aquele estudante arrogante e com duas covinhas tão atraentes?
Blake Ryan era uma estrela do futebol americano. Deixou tudo para trás para ir para Xangai, onde pretende levar uma vida simples. Sem competições. Sem compromissos. Sem romance. Mas, por mais que tente, não consegue tirar uma bela morena da sua mente... ou do seu coração.
A atração transforma-se em algo mais profundo e Blake e Farrah são arrebatados pela magia de Xangai — e um pelo outro. Mas têm apenas um ano pela frente, e há forças fora do seu controlo que ameaçam separá-los. A relação deles vai sobreviver… ou simplesmente não estavam destinados?


Mulheres a Bordo!, de Mariana Gonçalves Caldeira
A expansão marítima dos séculos XV e XVI tem constituído um dos temas centrais de análise da historiografia portuguesa, perdurando na memória coletiva nacional nomes como os de D. Afonso V, D. Manuel I, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral ou do Infante D. Henrique – reis, capitães, fidalgos e clérigos, todos eles homens. Estudada no masculino durante séculos, a época das Grandes Navegações contou também com a participação ativa e determinante das mulheres. 
Secundarizadas ou ignoradas pela historiografia tradicional, as referências à mulher são, a maior parte das vezes, registadas com timidez nas entrelinhas da documentação ou permanecem ocultas, sob densas camadas de pó, nas funduras dos arquivos nacionais. 
Recusando uma interpretação da realidade elaborada exclusivamente a partir da ação dos agentes masculinos, este livro mostra-nos uma faceta ignorada pelos investigadores (as mulheres nos navios, as condições de vida a bordo e as dinâmicas de convivência quotidianas), constituindo um importante contributo para um maior conhecimento da expansão marítima portuguesa. 


Conheça os Tugas, de Christopher L. Jones
«Ao chegar com centenas de milhares de outros — a que nos referimos como “expatriados” —, apercebi-me de que, se tivesse pensado em Portugal uma década antes, teria considerado este país (…) como um país da América Latina. Nunca adivinharia que era uma nação cuja história remonta há mil anos, e um povo ainda mais antigo. Mas, após três anos a viajar por todos os cantos, costas, ilhas, vulcões, vinhedos, aldeias e cidades deste país, compreendi a essência da sua grandeza, do orgulho. A razão pela qual Portugal marcou o mundo, e, por sua vez, o mundo cunhou este cantinho de país. Era imperativo descobrir a razão pela qual a minha renda disparou, e o que atraía pessoas de todas as partes do mundo a refazerem as suas vidas aqui.»

Esta é uma longa viagem por uma nação beijada pelo sol, com cicatrizes de batalhas, barcos atracados e vinho a rodos, vista pelos olhos de um viajante que quer compreender o seu coração e a sua alma. Para descobrir a glória, a tragédia, as armadilhas e os triunfos que estão gravados, por vezes secretamente, na terra, nos seus edifícios e nas suas gentes.

Edição em inglêsMeet The Tugas

domingo, 15 de junho de 2025

«Prado do Repouso», o livro que colige toda a poesia de Jorge Reis-Sá

Lápide

Esperamos a morte dos outros
única forma de não morrermos com eles.

A antologia Prado do Repouso, que colige 
25 anos de produção poética de Jorge Reis-Sá (n. 1977) foi a grande vencedora do Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2024. Este livro retrospectivo editado pel'A Casa dos Ceifeiros, inclui poemas inéditos

Segundo José Carlos Seabra Pereira, presidente do júri deste prémio literário, «A polifacetada intervenção cultural de Jorge Reis-Sá culmina na sua multifacetada criação literária de confronto com as situações-limite propiciadas pelas novas tecnologias e com vidas de rotina e perda, mas também do sentido da sobrevida, da busca de resgate na memória afectiva e no mistério do amor infindo.» Referir que este prémio já distinguiu autores de renome como Teolinda Gersão, José Tolentino Mendonça, Maria do Rosário Pedreira, Djaimilia Pereira de Almeida e António Lobo Antunes. 

escritor, editor, apresentador e biólogoestreou-se na literatura em 1999 com um livro de poemas. Desde então, além de poesia (um dos livros intitula-se Instituto de Antropologia), publicou contos, crónicas, romances e textos infanto-juvenis. No romance destacam-se Todos os Dias (Dom Quixote, 2006) e A Definição do Amor (Guerra & Paz, 2015). Alguns dos seus títulos estão traduzidos para italiano e tem diversos livros editados no Brasil.

Jorge Reis-Sá fundou em 1999 as Quasi Edições, em 2013 a Glaciar e em 2017 a A Casa dos Ceifeiros. Actualmente é consultor editorial de várias instituições e editoras.   

Os seus livros mais recentes são Campo dos Bargos – O futebol ou a recuperação semanal da infância (FFMS, 2022), o livro de contos A Hipótese de Gaia (A Casa dos Ceifeiros, 2022), O Sino da Minha Aldeia (Paulus, 2023) e Vila Nova de Famalicão (Centro Atlântico, 2025).

Última Lápide

Deixaste pousado à entrada da sala
O casaco com que dizem teres saído 

«Memórias de um Sargento de Milícias», um dos mais importantes romances brasileiros de todos os tempos

Os primeiros volumes da colecção 'Biblioteca da Academia', da Glaciar Editora, foram Os Romances de Machado de Assis e Dialética da Colonização. Actualmente, esta colecção que conta com o apoio da Academia Brasileira de Letras, tem treze títulos. O mais recente, Memórias de um Sargento de Milícias, quase ignorado pelos contemporâneos, é hoje considerado um dos grandes Clássicos da Literatura brasileira. 

A Colecção
A Biblioteca da Academia é um projeto conjunto da Glaciar e da Academia Brasileira de Letras. Funda-se no desejo de oferecer ao público português uma visão panorâmica altamente representativa da produção literária brasileira por meio das obras dos seus escritores académicos nos campos da ficção, da poesia e do ensaio.

Texto de apresentação
«De facto, as Memórias constituem um dos poucos romances cômicos do romantismo nacional, afastando-se dos traços idealizantes que caracterizam boa parte das obras sérias dos autores de então. Publicadas na forma de livro pela primeira vez em 1854-1855, as Memórias são pioneiras em mais de um sentido: trata-se de um dos primeiros romances brasileiros, publicado quando o gênero ainda engatinhava entre nós, após as experiências iniciais de Teixeira e Souza e Joaquim Manuel de Macedo. O modo pelo qual as Memórias pintam a sociedade, representando-a a partir de um ângulo abertamente cômico e satírico, também era relativamente novo nas letras brasileiras do século XIX»
Do prefácio de Mamede Mustafa Jarouche

O autor
Manuel Antônio de Almeida
, escritor e jornalista brasileiro, militante na imprensa liberal, nasceu no Rio de Janeiro, em 1831 e faleceu em 1861. Além das Memórias de um sargento de milícias, publicadas primeiramente no jornal carioca Correio Mercantil entre 1852 e 1853 e depois em livro entre 1854 e 1855, escreveu também a ópera Dois amores (1961). Participou, com Machado de Assis e outros, da malograda tradução do trabalho O Brasil pitoresco, de Charles Ribeyrolles. Além disso, escreveu artigos e poesias na imprensa, vários deles assinados, mas a maioria sem assinatura, em virtude do anonimato que muita vez predominava nesse meio. Entre 1857 e 1859, exerceu o cargo de diretor da Tipografia Nacional, e foi ali que fez amizade com Machado de Assis. Parece ter passado por grandes apuros materiais. Formado em Medicina, com tese defendida em 1855, jamais praticou esse ofício. O valor de sua obra só foi efetivamente reconhecido no século XX, sobretudo a partir do Movimento Modernista, deflagrado em 1922. 

Jodi Picoult regressa com um romance histórico imperdível


Duas mulheres, quarto séculos. Um legado de coragem que perdurará para sempre


Esta é a premissa 
do novo livro de Jodi PicoultBaseada em fontes históricas e narrada em duas linhas temporais que se entrelaçam, Na Sombra do Teu Nome é uma história épica de ambição, coragem e desejo, em que duas mulheres, separadas por quatro séculos, lutam para fazer com que a sua voz seja finalmente ouvida.
O livro ficará disponível a 2 de Julho, numa edição a cargo da Presença, que desta escritora já publicou livros extraordinários como Tempo de Partir.

Sinopse
Em 1581, Emilia Bassano é forçada a tornar-se amante de Lorde Chamberlain, responsável pelas produções teatrais de Londres. Dotada de uma enorme paixão pela escrita, Emilia planeia secretamente levar a sua própria peça ao palco. Sendo mulher, sabe que nunca poderá ser reconhecida como autora. Para que as suas obras ganhem vida, decide confiar em William Shakespeare, um ator famoso, para fazer passar as suas peças como se fossem dele. Na sombra da invisibilidade, sacrifica a sua identidade, desafiando uma sociedade que marginaliza as vozes femininas.
No século XXI, a jovem dramaturga Melina Green enfrenta os mesmos obstáculos que Emilia Bassano num teatro ainda hostil às mulheres. Ao escrever uma peça inspirada em Emilia, Melina decide submetê-la a um festival usando um pseudónimo masculino para garantir que a sua obra seja reconhecida.

«O melhor da autora até agora. Jodi Picoult combinou a sua característica pesquisa com uma história surpreendente e comovente, enraizada na verdade, transformando-a num romance arrebatador.» Jojo Moyes

sábado, 14 de junho de 2025

«Doze Mapas» reúne toda a produção poética de Mário Cláudio

Além da poesia reunida de Casimiro de Brito (Negação da Morte), António Torrado (Das Coisas Interiores), Albano Martins (Por Ti Eu Daria) e Yvette K. Centeno (Entre Silêncios), da colecção 'Toda a Poesia | SPA', da Editora Glaciar, consta a obra Doze Mapas, que colige toda a poesia de Mário Cláudio de 1969 a 2019. Esta obra poética é prefaciada por António Carlos Cortez.


Mário Cláudio é um dos maiores ficcionistas portugueses. O que poucos saberão, é que é também um poeta extraordinário, com um caminho único na história da poesia lusitana. Reunindo toda a sua produção de 50 anos - a maior parte dela inédita em livro - este livro vem comprovar isso mesmo. 

Feles

Por todo um inverno, 
o amor lhe dilacerou o ventre, 
com fundas garras de gelo.

E a primavera zumbiu, 
sobre sua cabeça, 
numa vertigem de pólen.

Senta-se agora, 
junto à lareira do outono, 
e é um bule de porcelana.


Entre os vários prémios literários que Mário Cláudio (n. 1941) já recebeu, destacam-se o Prémio Pessoa e o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores pelos títulos Amadeo e Trilogia da Mão. São da sua autoria livros como A Quinta das Virtudes, O Pórtico da Glória, Teoria das Nuvens e o mais recente livro de contos Cruzeiros de Inverno (a publicar pela Dom Quixote no dia 27 deste mês).

quinta-feira, 12 de junho de 2025

Novos livros de Annie Ernaux e Cesare Pavese

A colecção 'Dois Mundos' da Livros do Brasil vai ficar mais rica com mais dois títulos - um romance e um livro de contos -, que chegam às livrarias a 26 deste mês.  Relembrar que os volumes anteriores, editados recentemente, foram estes.

Texto de apresentação

Ela é uma mulher de trinta anos, professora, casada e mãe de duas crianças. A sua casa é agradável e o quotidiano, seguro. Como tantas outras mulheres, também ela se vê atarefada entre a ida às compras, a preparação do jantar, o banho dos filhos, a organização do trabalho do dia seguinte - tudo num ciclo maquinal, sem curiosidade, excitação ou felicidade. Aquilo que aos olhos dos outros corresponde à vida normal de uma mulher está no entanto a corroê-la. Sente-se suspensa.

Publicado originalmente em 1981, A Mulher Suspensa é um romance de interrogação sobre o crescimento e o lugar social da mulher, que habilmente questiona a relação entre ascensão intelectual e económica e emancipação feminina. Um trabalho fundacional na obra de Annie Ernaux.

Outro romance (o 1.º publicado) da Nobel de Literatura 2022: Os Armários Vazios.


Texto de apresentação
Dividido em três partes e percorrendo vinte e nove narrativas breves, Férias de Agosto reúne frescos de um verão italiano carregado de paixões e temores, que, sob a luz fulgurante do sol e das fogueiras, se estende pela vida do autor. Através deles reverbera o núcleo forte de temas caros a Cesare Pavese: o mito simultaneamente idílico e selvagem do campo, a alienação da cidade ou o poder das memórias de infância. Com uma linguagem de um lirismo evocativo e personagens, como escreveu Italo Calvino, «extraídas de uma matéria afetiva ainda quente; imagens raríssimas, embora ligadas de tal forma a uma verticalidade da memória que nos provocam arrepio», este é um texto marcante na obra de um autor central na literatura italiana do século XX, aqui traduzido pela poeta Ana Hatherly.

Outros livros do autor italiano listados nesta colecção: A Lua e as Fogueiras e O Belo Verão.

quarta-feira, 11 de junho de 2025

Obras de Camilo Castelo Branco editadas pela Glaciar

A Glaciar editora começou em 2016 a reunir numa colecção algumas das obras de Camilo Castelo Branco. Com a parceria da Casa de Camilo, em Sede, Vila Nova de Famalicão, fixaram-se os textos dando-lhe a roupagem definitiva que uma colecção desta qualidade merece. Todas as obras têm na capa desenhos com a assinatura de Júlio Pomar. O mais recente volume (VIII) da colecção Obras de Camilo Castelo Branco foi publicado em 2024. Em Julho está previsto sair o oitavo volume.
Anátema | Vingança
"Camilo é o mais moderno dos nossos autores clássicos - com ele, o Romance não é o monstro monumental que domina o século XIX e prolonga a sua vida até hoje (cheio de pedagogia, compromissos, moralidade, princípios, ciência, programas ideológicos, esquemas formais e uma ontologia própria), mas uma euforia sem regras nem geometria". Francisco José Viegas

Coração, Cabeça e Estômago | Aventuras de Basílio Teles Enxertado
Romances aclamados de Camilo Castelo Branco que fazem um retrato de época e da sociedade do país.
Prefácio da autoria de Pedro Mexia.


Carlota Ângela | O Retrato de Ricardina

Implantados como um duo de cariátides, a suportar o edifício em que o artista as inscreveu, Carlota e Ricardina cumprem o seu triste fadário. Submetidas ao pai despótico, ou à sociedade que o segrega, sofrerão dessa paralisia que não as inabilita para a suprema paixão, atributo dos deuses de todos os panteões. 
Obra prefaciada por Mário Cláudio. 


O Carrasco de Vitor Hugo José Alves | O Senhor do Paço de Ninães
"(..) estes dois romances são invulgares na obra de Camilo pela fé que demonstram na duração, intensidade e resistência do amor." Inês Pedrosa


Novelas do Minho
"A obra de Camilo resiste ao tempo. Em diversos aspetos é de absoluta contemporaneidade, fala-nos ainda daquilo que nos rodeia." José Luís Peixoto

A Filha do Arcediago | A Neta do Arcediago
E se com as linhas da tragédia e da melancolia se cosiam as tramas, seria com os pontos da ironia que se rematava a tela.
O sarcasmo camiliano provoca a demolição da hipérbole pungente que acabara de erguer.
Ana Margarida de Carvalho assina o prefácio.


Amor de Salvação | A Brasileira de Prazins

«O que Camilo terá influenciado, por exemplo, então, Agustina? e outros grandes escritores? Difícil quantificar, mas Camilo é claramente um ponto literário de inevitável passagem - e estes dois romances são disso um bom exemplo.» Gonçalo M. Tavares

A Bruxa de Monte Córdova | A Filha do Doutor Negro
Reúnem-se neste livro dois dos mais interessantes romances de Camilo, que celebra o bicentenário neste 2025. 
José Viale Moutinho assina o prefácio deste oitavo volume.

segunda-feira, 9 de junho de 2025

Traduzido directamente do japonês, «A Livraria do Tio Takashima» é um dos grandes lançamentos de Junho

Estes três livros, de chancelas do Grupo BertrandCírculo encontram-se disponíveis nas livrarias desde sexta-feira. Destaque vai para o novo sucesso de vendas internacional japonês, de uma das vozes mais lidas da literatura japonesa actual.

A Livraria do Tio Takashima, o primeiro romance publicado em Portugal da autora japonesa Hika Harada, uma das vozes mais queridas da literatura japonesa contemporânea. Com tradução direta da língua japonesa por André Pinto Teixeira, este livro é uma celebração da força dos laços familiares, do amor pelos livros e da forma como as histórias podem unir pessoas de diferentes gerações.
Este é um romance comovente e intimista, que se insere na tendência da ficção japonesa que tem conquistado o público português. 


Composto por textos fragmentados que exploram diferentes aspetos do quotidiano como as amizades, as aspirações, o amor e o trabalho, As Coisas Que Só Vemos Quando Abrandamos apresenta múltiplas reflexões sobre como processar emoções negativas e enfrentar desilusões em cada domínio da vida.

Haemin Sunim, autor e um dos mestres budistas mais influentes do nosso tempo, acredita que a percepção que temos do mundo é um reflexo daquilo que se passa na nossa mente. Importa, por isso, pensar sobre uma nova forma de estar presente, mais consciente e empática. 
Com base na filosofia budista, a obra relembra-nos de que, muitas vezes, é no silêncio que podemos encontrar as respostas mais importantes e reveladoras.


Em Vender é Humano, um dos autores mais conceituados nas áreas da gestão e do marketing, propõe uma nova perspetiva sobre a importância da persuasão. Este livro de Daniel H. Pink, parte da premissa de que todos somos vendedores. Não apenas de produtos ou serviços, mas de ideias, argumentos ou propostas. 

Num momento em que a comunicação e a capacidade de influenciar se tornaram competências essenciais, Pink apresenta de forma oportuna uma nova definição do conceito de «venda», libertando-o da sua conotação tradicionalmente comercial. Com base nas mais recentes descobertas nas áreas da Psicologia, da Economia e da Ciência, Vender É Humano revela aquilo que realmente nos leva a mudar de ideias, o que nos motiva e o que torna a comunicação eficaz.

sexta-feira, 6 de junho de 2025

Guia com ferramentas práticas para quebrar padrões transgeracionais


Inspirado no trabalho da prestigiada psicoterapeuta Anne Ancelin Schützenberger, o livro Repetimos o que não reparamos, editado pela Albatroz, disponibiliza práticas e ferramentas terapêuticas para o leitor evitar comportamentos que se repetem de geração em geração. 

Neste livro, as psicólogas clínicas e psicoterapeutas Manuela Maciel e Leandra Perrotta, reconhecidas internacionalmente pelo seu trabalho em psicogenealogia e terapia transgeracional, apresentam técnicas que permitem identificar e romper padrões negativos, promovendo o desenvolvimento de hábitos saudáveis e enriquecedores, que podem transformar a vida pessoal e emocional. 
Através de uma abordagem clara e concreta, a obra convida à reflexão sobre os traumas e histórias familiares que atravessam gerações e influenciam a forma como vivemos. Desta forma, o leitor descobrirá como curar essas memórias pode abrir caminho para uma renovação, libertando-se de limitações antigas e encontrando novas possibilidades para uma vida mais equilibrada e plena. 
É uma obra é indicada para todos os que desejam compreender melhor a sua história familiar e emocional e transformar a forma como se relacionam com o passado. 
Salentar que as autoras integram psicodrama, terapias expressivas, práticas somáticas, genossociograma e EMDR na sua abordagem.

Sinopse
Descubra como o passado molda o presente – e transforme-o. Traumas não resolvidos, padrões que se repetem, emoções que não compreendemos — muitas vezes são ecos da história da nossa família. Este livro oferece uma introdução clara e sensível à Psicogenealogia, mostrando como marcas emocionais herdadas moldam a nossa vida ao longo das gerações. Com base em mais de 30 anos de experiência clínica, Manuela Maciel e Leandra Perrotta — discípulas diretas de Anne Ancelin Schützenberger – apresentam os principais conceitos e métodos terapêuticos, como o genossociograma, o psicodrama e técnicas expressivas e somáticas. Através de exemplos reais e ferramentas práticas, as autoras revelam como legados inconscientes podem tornar-se caminhos de cura, consciência e liberdade. Uma leitura essencial para terapeutas, estudantes e todos os que desejam compreender e transformar os padrões ocultos que nos habitam. 

terça-feira, 3 de junho de 2025

Jornada de superação de doenças mentais retratada no novo livro de João Carlos Melo

Chega às livrarias a 5 de Junho um livro-testemunho de uma jovem e do seu terapeuta sobre doenças mentais. Renascer das Cinzas relata a jornada que o psiquiatra e psicoterapeuta João Carlos Melo empreeendeu juntamente com uma paciente desde 2021.

«A psicoterapia é um processo longo, que começa como um trabalho conjunto de duas pessoas e nunca mais acaba, mesmo quando as pessoas se afastam, porque o trabalho terapêutico continua dentro de cada uma.»

Sinopse
Este livro mostra-nos o que de mais inspirador e pungente podemos encontrar na natureza humana. Ao longo das suas páginas encontraremos a coragem, a resiliência, o sofrimento, a esperança, a superação e também a capacidade transformadora do amor.
A protagonista (e heroína) desta história real é Maria C., uma jovem mulher, igual a tantas outras, mas que teve a desventura de ter sido afetada por três das mais dolorosas e perturbadoras doenças mentais que podem afetar um ser humano: a Perturbação Borderline, a Mentira Patológica e, a mais ingrata e desconhecida de todas, a Perturbação Factícia ou Síndrome de Munchausen, uma doença que leva a pessoa a produzir sintomas e doenças em si própria, fazendo das idas a urgências hospitalares, consultas, exames e tratamentos desnecessários o centro da sua vida e a única forma que conhece de obter afeto e sentir-se real e capacitada para aguentar a vida. É considerada a mais incurável e de pior prognóstico de todas as doenças psiquiátricas. E tem levado muitas das suas vítimas à degradação da vida e até à morte.
Escrito pela própria Maria C. e por João Carlos Melo, o seu psiquiatra, Renascer das Cinzas fala-nos também sobre a verdade e a mentira, a confiança e a capacidade para transpor obstáculos intransponíveis. E relata como a vontade, o esforço e o desejo de melhorar desta mulher (aliados à crença e dedicação inabaláveis do seu psiquiatra) foram determinantes na sua extraordinária e inédita recuperação - uma situação raríssima em todo o mundo - e como o amor da psicoterapia a levaram a vencer as doenças. Afinal, como disse um dia Sigmund Freud, «a psicanálise é, em essência, uma cura pelo amor». 

Livros do autor
Publicou com a Bertrand Editora Nascemos Frágeis e Recebemos Ordens para Sermos Fortes, Reféns das Próprias Emoções – Um retrato íntimo das pessoas com personalidade borderline, Uma Luz na Noite Escura e Lugares Escondidos da Mente. Na Climepsi Editores tem publicados os livros As Faces do Inconsciente e O Inconsciente Está no Cérebro.

Primeiros livros a publicar sobre o Papa Leão XIV


A Dom Quixote edita no próximo dia 9 de Junho Leão XIV: O Sucessor Inesperado, do jornalista francês Christophe Henning, com prefácio do Cardeal francês Jean-Paul Vesco. A primeira biografia do novo Papa traça o seu perfil e detalha o que o seu papado pode representar num momento de tantas divisões e polarizações, tanto dentro e fora da Igreja.


Sobre o livro
A 8 de maio de 2025, os cardeais reunidos em Conclave elegeram Robert Francis Prevost como o 267.º Papa da Igreja Católica, e o norte-americano escolheu o nome de Leão XIV. Dignitário da Cúria depois de ter sido missionário no Peru, o novo Papa é resolutamente um homem de paz e de unidade. A primeira biografia do Papa inesperado relata os dias que o conduziram à Cadeira de São Pedro. Escrito depois de um Conclave particularmente rápido, o livro revela quem é Leão XIV, de onde vem e quais poderão ser as suas prioridades numa Igreja posta à prova, entre as diferentes sensibilidades e algum desapego dos fiéis.
O relato da sua eleição é seguido de uma panorâmica dos desafios que esperam o novo Papa, bem como dos dossiês por tratar. A evocação da herança do Papa Francisco e dos últimos Conclaves permite compreender melhor como Leão XIV já faz parte da História.
A biografia também mergulha em detalhes da vida pessoal e familiar de Robert Francis Prevost, revelando uma trajetória marcada pela sua vocação precoce. Nascido em Chicago, em 1955, filho de mãe espanhola e pai de origens francesa e italiana, Prevost cresceu no bairro operário de South Side. A família vivia numa casa de tijolos adquirida em 1949 e seguia uma rotina simples, entre partidas de beisebol, banhos de piscina e viagens curtas de comboio pela cidade. Ele e os dois irmãos foram educados por religiosos da Ordem de Santo Agostinho, a qual viria a moldar profundamente o caminho espiritual de Robert.
Desde cedo, porém, algo o distinguia dos demais. Ainda criança, gostava de brincar de Missa com os irmãos e vizinhos. “Algumas crianças gostam de brincar de guerra e ser soldados? Ele queria brincar de padre”, contou John Prevost, irmão do papa, em entrevistas à imprensa americana. “Ele pegava a tábua de passar roupa da nossa mãe, cobria com uma toalha de mesa e dizia que era o altar. Sabia as orações em inglês e em latim, e fazia isso o tempo todo. Levava muito a sério.” Aos 14 anos, ingressou no seminário da congregação agostiniana, ao qual permanece. 

 


Em meados deste mês derá editado pela Planeta Leão XIV - A história do novo Papa, da autoria de Saverio GaetaEste livro conta a história do novo papa e os desafios que enfreenta.

Sobre o livro
Às 18h05 do dia 8 de maio de 2025, no segundo dia de Conclave e após apenas quatro votações, surgiu da chaminé da Capela Sistina o tradicional fumo branco que anunciava ao mundo a eleição de um novo pontífice. Na Praça de São Pedro, dezenas de milhares de pessoas reuniram-se de imediato, aguardando com expectativa para saber quem havia sido escolhido pelo Colégio de Cardeais. Quando a antiga fórmula latina Annuntio vobis gaudium magnum: habemus papam! ecoou finalmente da varanda central da basílica, entre aplausos entusiásticos, grande foi a surpresa: o sucessor de Francisco era o americano Robert Francis Prevost, que se apresentou ao mundo com as palavras: «Paz a todos vós».

Mas quem é o homem que, com o nome Leão XIV, terá agora a responsabilidade de guiar a Igreja Católica nos próximos anos? E quais foram os passos que o conduziram até ao trono de São Pedro?
Saverio Gaeta traça o primeiro retrato completo do «papa da globalização», um homem com raízes culturais diversas, que fala com clareza a língua do presente. Deste livro emerge a figura de um pastor internacional, atento aos pobres e aos marginalizados, incansável na defesa dos direitos humanos e no reforço do papel unificador da fé.
Cabe-lhe agora a difícil missão de dar continuidade à herança de Bergoglio e de levar por diante os muitos «processos em curso». É destas grandes questões, analisadas por Gaeta com rigor e profundidade, que dependerá o futuro de uma Igreja em profundo caminho de renovação — uma missão que Leão XIV assumiu com a promessa de devolver à Igreja o seu papel como «arca de salvação que navega sobre as ondas da História, farol que ilumina as noites do mundo»

segunda-feira, 2 de junho de 2025

Novo livro de Fredrik Backman, «Os Meus Amigos», acaba de chegar às livrarias


Os Meus Amigos
é o título do tão aguardado novo romance do escritor sueco 
Fredrik Backman. Publicado pela Porto Editora, com tradução de Elsa T. S. Vieira, esta obra tem a amizade como tema central. É uma narrativa profundamente humana, repleta de empatia, humor e reflexão. 
O livro, que se foca numa obra de arte cujo impacto atravessa gerações, fala-nos de laços que resistem ao tempo, de amor e luto, e da forma como nos encontramos (e nos salvamos) uns aos outros graças às relações que construímos. Através de personagens inesquecíveis e diálogos que oscilam entre o trágico e o hilariante, o aclamado autor apresenta um retrato comovente da amizade nas suas formas mais imperfeitas – e, por isso mesmo, mais autênticas. 
Este romance aprofunda temas que já são marca registada do escritor: as dificuldades da vida adulta, a saúde mental, a complexidade dos laços familiares e, acima de tudo, a força dos afetos. Com a sensibilidade que lhe é característica, Backman transforma o quotidiano num palco de grandes emoções e pequenas revoluções.
Fredrik Backman é autor de Beartown - A cidade dos grandes sonhosOs Vencedores, Um Homem Chamado OveA Minha Avó Pede Desculpa, Gente Ansiosa, Britt-Marie Esteve aqui e Nós Contra os Outros todos bestsellers do The New York Times.

domingo, 1 de junho de 2025

«O Silêncio dos Livros», de George Steiner

Editora: Gradiva
Data de publicação 3.ª edição: 28-01-2025
N.º de páginas: 80

A História tem refletido o destino da leitura e da cultura escrita num mundo em transformação. Mostra como regimes totalitários, sejam seculares ou teocráticos, buscaram controlar ou eliminar os livros por reconhecerem neles uma força subversiva. A transição de sociedades livres para sistemas dogmáticos evidencia como o pensamento crítico sempre foi alvo de censura. Exemplos como a queima de livros na Alemanha nazista ou as restrições impostas por regimes religiosos remetem a uma era medieval em que a Igreja dominava o saber e inibia a autonomia intelectual. 
Este livro colige dois curtos ensaios que abordam a censura e a repressão do conhecimento. Em O Silêncio dos Livros, uma das mais sábias vozes do nosso tempo, George Steiner, versa sobre como o silenciamento da Literatura pode afetar a sociedade. Publicado em 2006, este texto (traduzido por Margarida Sérvulo Correia a partir de Le Silence des Livres suivi de Ce vice encore Impuni) mantém uma atemporalidade inequívoca, nomeadamente em relação a ações de censura de regimes totalitários vigentes no mundo, que visam silenciar vozes dissidentes, através de uma série de políticas que restringem o acesso a conteúdos que professam ideias de progresso; um deles é a proibição de livros em escolas, muitos abordando temáticas como raça e identidade de género. «A censura é tão velha e omnipresente como a escrita. (...) Participou em todas as tiranias», relembra o autor francês.Através de exemplos de obras que mudaram a maneira como o leitor vê o mundo, desde a Antiguidade até aos dias de hoje, o ex-professor nas Universidades de Oxford e de Harvard mostra ao leitor como os livros moldaram a Humanidade.
No prefácio desta nova edição, com o selo da Gradiva, o filósofo e professor universitário Onésimo Teotónio Almeida escreve que «Somos amantes, alguns mesmo devoradores, de livros e deles não abdicamos». Esperemos que esse vício [da leitura] não volte a ser suprimido. 
No segundo texto do livro, o jornalista Michel Crépu, corrobora com Steiner e diz-nos que nestes tempos conturbados, o silêncio passou a ser um luxo: «O que nos falta é paciência e silêncio; o que nos falta é pura e simplesmente tempo (...).»
Ambos estes ensaios funcionam como metáforas para a luta contra a repressão cultural e a importância da preservação da diversidade de pensamento em tempos de cerceamento. Narrado com erudição e envolvência, este é um livro que faz refletir sobre a maior ferramenta da liberdade alguma vez dada ao ser humano: o Livro.
Excertos 
«A invenção de Gutenberg deixou a Igreja católica muito apreensiva. A censura (...) e a destruição física dos livros atravessam (...) toda a história do catolicismo romano.» George Steiner 

«A experiência da solidão (...), dessa tão estranha e doce tristeza que se esconde no fundo de cada livro como uma luz feita de sombras, essa experiência fundamental que é, afinal, a iniciação ao mundo e à finitude (...)» Michel Crépu

FFMS lança «O Poder da Literatura» e «Investimento em Ciência»

Com edição da Fundação Francisco Manuel dos Santos, chegaram recentemente às bancas os livros O Poder da Literatura, da professora Maria do Carmo Vieirae Investimento em Ciência, da autoria de Maria de Lurdes Rodrigues, reitora do Iscte – Instituto Universitário de Lisboa e investigadora no CIES-Iscte, e ministra da Educação entre 2005 e 2009.


Texto de apresentação
Será que a literatura e o seu ensino podem mobilizar a sociedade em defesa do património cultural? Nestas páginas, irá descobrir que sim. Este livro transporta-nos para a Lisboa dos anos 80, onde alunos da Escola Secundária Marquês de Pombal, sob a orientação da sua professora e a partir do contacto com a poesia de Fernando Pessoa, lideraram um movimento de preservação do velho Café Martinho da Arcada contra a descaracterização e perda de significado histórico. 
Através de uma narrativa detalhada, revelam-se os bastidores desta luta, desde a redacção de um abaixo-assinado até à criação da Associação Pessoana dos Amigos do Martinho da Arcada (APAMA), da angariação de fundos para a sua recuperação e salvaguarda até à sua transformação, exclusivamente em restaurante, contrariando o projecto original e os objectivos da APAMA.
Este livro é um manifesto apaixonado sobre o poder de a literatura inspirar novos interesses e paixões e desencadear mudanças na sociedade. Defende também o papel fundamental do professor de Português como transmissor de um legado cultural, que desafia imposições e métodos, evidenciando o contraste entre o sentido da literatura, arte da palavra, e o utilitarismo de um texto funcional.


Texto de apresentação
É inegável que ciência é futuro e, por isso, todos os governos e políticos, em todos os países, a enaltecem como um dos seus principais desígnios, fator crucial para o desenvolvimento do país e a melhoria da vida dos cidadãos. O presente livro explora os propósitos, as políticas públicas, as decisões de investimento e o desenvolvimento da ciência em Portugal, bem como os desafios e riscos envolvidos. 
Os últimos 40 anos de políticas de ciência tiveram em comum o objetivo de construir um sistema científico, de acordo com padrões internacionais de referência. Essa breve história é aqui narrada, desde as primeiras iniciativas setoriais até ao crescimento e a consolidação do sistema. Apesar da meta europeia de investir 3% do PIB em Investigação e Desenvolvimento (I&D), o progresso nacional nesta área tem sido lento. 
O investimento público estagnou, o que levanta preocupações sobre a sustentabilidade do sistema científico. O financiamento empresarial tem crescido, mas a qualidade dos recursos humanos e a contabilização dos benefícios fiscais são questões a considerar. Há que discutir políticas públicas em áreas como formação avançada, emprego científico, financiamento de unidades de investigação e cooperação internacional. O livro que tem em mãos destaca a importância do investimento público, da autonomia científica e do apoio a todas as áreas científicas para garantir um sistema científico equilibrado e sustentável. Em destaque, o reconhecimento do contributo das universidades para a produção de conhecimento.

Conhece os novos Retratos da editora, aqui.