Terraços de Teerão antes e acima de tudo, é um relato de amor. A história é contada por Pasha, um rapaz de dezassete anos que vive num bairro de classe média na cidade de Teerão, a capital do Irão.
Pasha passa as noites quentes do Verão de 1973 no terraço da sua casa, conversando sobre a vida e os seus amores, com o seu fiel amigo Ahmed. Ahmed namora a jovem Faheemeh, enquanto Pasha, secretamente tem uma queda devastadora pela sua bela vizinha, Zari, que, desde a infância, está prometida para um jovem universitário apelidado de “Doutor”.
Pasha, Ahmed, Zari e Faheemeh cedo tornam-se amigos inseparáveis e durante o longo verão, passam os dias falando sobre a vida, livros, e sobre o futuro.
O terraço da casa do narrador é o local perfeito para dormir nas noites quentes de verão e é também o local perfeito para observação de estrelas.
Tudo corria na flor e plenitude do fim da adolescência nesse verão de 1973, quando o “Doutor” é preso numa noite, e se desenrolam os acontecimentos que agitam a vida de Pasha e da rapariga que ele ama. Este é o acontecimento motriz, que levou-me, eu, leitor, a não mais largar o livro, até a ultima página.
“Terraços de Teerão” é também um conto trágico de desafio e coragem, numa sociedade em que o preço do desafio é muitas vezes a prisão e execução.
É um romance que oferece uma visão oposta ao que estamos habituados a reter da cultura iraniana. Nunca ouvimos falar alguma coisa positiva sobre o Irão, nos noticiários eles são retratados como homens de mau aspecto, sempre com armas apontadas, e provocando guerras e tudo mais. Torna-se fácil generalizar sobre os países e esquecer as pessoas que vivem lá. Talvez seja um ligeiro exagero meu, mas é a noção que tinha deste país asiático. Este mudar de mentalidades, foi também um dos tópicos que levou Mahbod Seraji, o autor, a escrever este romance.
"Ao escrever Terraços de Teerão, queria dar a conhecer o Irão aos leitores..numa altura em que o país onde nasci é geralmente apresentado nos meios de comunicação social como o <<inimigo>>."
A história é narrada em dois estados temporais, em 1973 e 1974, criando no leitor a dúvida e o suspense, envolta do desfecho da história. O leitor pergunta para si mesmo: O que aconteceu para mudar o curso dos acontecimentos na vida destes personagens?
Foi uma estratégia eficaz, na minha opinião, do autor.
Seraji consegue educar quem ler este romance, sobre a política da época, os rituais, a opressão, as frustrações e as nuances intrincadas da sociedade iraniana.
A narrativa de Terraços de Teerão é rica e intrigante, com uma trama supostamente óbvia de acontecer, mas é trabalhada de modo a que os desenvolvimentos sejam completamente inesperados. Seraji fez também, um tremendo trabalho no desenvolvimento dos personagens deste romance.
A narrativa de Terraços de Teerão é rica e intrigante, com uma trama supostamente óbvia de acontecer, mas é trabalhada de modo a que os desenvolvimentos sejam completamente inesperados. Seraji fez também, um tremendo trabalho no desenvolvimento dos personagens deste romance.
Esta história pode mexer com os sentimentos de quem a lê.
Pergunto eu, é como um romance escrito com tanta mestria, pode ser o primeiro do autor, o romance de estreia?
Prós: A linguagem simples, a história forte, os personagens cativantes e a catadupa de suspense.
Contras: Não encontrei.
Sobre o Autor:
Mahbod Seraji veio para a América em maio de 1976, com a intenção de obter um título de bacharel em Engenharia Civil, e depois retornar para o Irã a trabalhar na sua indústria de construção crescendo. Mas não demorou muito depois de sua chegada que revolta e tumulto varreu seu país - o Xá foi derrubado em 1979, os diplomatas americanos em Teerão foram tomados como reféns por um grupo de estudantes universitários radical, e do exército de Saddam Hussein atacou o Irã, iniciando uma guerra que durou mais de oito anos e custou mais de um milhão de vidas - e Mahbod foi forçado a mudar seus planos por ficar na Universidade de Iowa até 1989 e garantir o Bacharelato, Mestrado e Doutorado.
Mahbod Seraji veio para a América em maio de 1976, com a intenção de obter um título de bacharel em Engenharia Civil, e depois retornar para o Irã a trabalhar na sua indústria de construção crescendo. Mas não demorou muito depois de sua chegada que revolta e tumulto varreu seu país - o Xá foi derrubado em 1979, os diplomatas americanos em Teerão foram tomados como reféns por um grupo de estudantes universitários radical, e do exército de Saddam Hussein atacou o Irã, iniciando uma guerra que durou mais de oito anos e custou mais de um milhão de vidas - e Mahbod foi forçado a mudar seus planos por ficar na Universidade de Iowa até 1989 e garantir o Bacharelato, Mestrado e Doutorado.
3 comentários:
Fiquei com muita curiosidade em ler este livro.
Pareceu-me interessante, até porque como bem referes, a imagem do país e da sua gente é-nos vendida como se fossem o "inimigo"... sem que na realidade não saibamos muito sobre a sua história e cultura! ;)
Resposta: 20/03/2012
Nome: Carla Neves
Seguidora: Carla Neves
Email: cfdneves@gmail.com
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