O silêncio em relevo
nos versos em que me teço
é a corda em que tropeço
enleado no que escrevo
e a voz que me enleia
entretecida hesita
entre os sentidos da escrita
e os da voz que a premeia
e nesse intervalo denso
entre o andar e o cair
já nem logro distinguir
entre o que sinto e o que penso
António Gil
in Rio de Doze Águas, Coisas de Ler, 2012
1 comentário:
Que bom descobrir esta lindeza! Abraços alados, querido amigo amante das letras!
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