Editora: Livros do Brasil
Ano de Publicação: 2011
Nº de Páginas: 288 |
O Pianista, A Lista de Schindler ou A Vida é Bela são três dos meus filmes favoritos. Todos os livros e filmes em que o Holocausto seja temática, é de meu interesse. Irena Sendler (1910-2008) era-me um nome completamente desconhecido, e tenho a certeza que para a extrema maioria das pessoas é-o também — infelizmente. O presente livro, publicado em 2004 com o título Mother of the Children of the Holocaust: The Irena Sendler Story, conta pela primeira vez! a história desta grandiosa mulher. Uma história que permaneceu camuflada da História devido ao obscurantismo comunista, e de política anti-semitista que no fim da Segunda Guerra tomou conta da Polónia, e que esteve em regime até 1994. Só a partir do ano 2000 é que o nome de Irena Sendler e o seu contributo para a humanidade emergiu na comunicação social americana. A história desta mulher poderia nunca ter sido conhecida mundialmente, se não fosse o entusiamo de um grupo de quatro estudantes dos E.U.A., que por acaso, ao estudarem os sobreviventes do Holocausto depararam-me com uma notícia que dizia que uma polaca tinha salvado 2500 vidas. As jovens, ao início, pensaram que tratara-se de um erro tipográfico, da publicação. Quando investigaram melhor, elas descobriram que além de ser verdade, Irena ainda estava viva. Vivia num lar de idosos, mas muito debilitada das pernas, consequências físicas da permanência de um ano na prisão, e de lesões provocadas pelos actos de tortura a mando da Gestapo. As jovens entraram em contacto com Irena e foram as impulsionadoras do recontar da história desta heroína. Esta.Cerca de 2500 judeus, na sua maioria crianças, foram salvos do Gueto de Varsóvia, durante a ocupação nazi, e foram «entregues» a famílias católicas e a conventos polacos. «A mãe das crianças do Holocausto», como muitos a chamam, foi a mulher que desde 1940 pôs a sua vida em risco, levando às escondidas alimentos e remédios para dentro do Gueto. Quando saía do antigo bairro, a assistente social e enfermeira, trazia/enviava bebés e crianças embrulhados em roupa, em caixas, em cestos do lixo, dentro de ambulâncias (dando as crianças como mortas); as redes de esgotos do Gueto serviram também de meio escapatório do inferno que eles viviam. Irena era uma mulher com um nível altruístico bastante elevado e tinha muitas pessoas que admiravam-a. Foi com a ajuda dessas pessoas que ela elaborou um plano para dar novas identidades aos cerca de 2500 judeus salvos por ela. «A preciosa lista de Irena Sendler permitiu que muitos órfãos encontrassem os seus parentes afastados.» (p. 193)Irena era a única pessoa que sabia os nomes e onde se encontravam as famílias que abrigaram as crianças judias. Ela coligiu num vidro, os escritos que escrevia sobre o destino que dava ás crianças. A humildade e filantropia era apanágio de Irena, que nunca se considerou uma heroína. No ano de 2003, Irena Sendler recebeu uma carta do papa João Paulo II. Esteve nomeada para o Prémio Nobel da Paz em 2007. (Só) nesse ano a Polónia prestou-lhe uma homenagem. Faleceu a 12 de Maio de 2008.A História de Irena Sendler l A mãe das crianças do Holocausto conta com três prefácios: o primeiro, da edição portuguesa, da autoria do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa; o segundo da edição polaca e o último foi escrito pela jornalista e co-autora do livro.Um livro comovente e, como escreve Marcelo Rebelo de Sousa: «A leitura deste livro, mais do que um bálsamo para a época de crise, é um convite-intimação para que nos desacomodemos, nos desaburguesemos, nos desinstalemos, olhemos para além dos queixumes (…) do nosso dia-a-dia.» (p. 13)
6 comentários:
Partilho do teu interesse sobre o Holocausto e ainda não li este livro mas irei em breve colmatar a falha!
Teresa Carvalho
Este, é um livro que deveria ser lido por todas as pessoas. Especialmente por aquelas que têm a memória muito curta!
Parece-me uma excelente leitura.
Um livro para juntar à lista de livros a ler! =)
gostava de ler este
Parece um livro interessante!
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