Editora: ASA Nº Paginas: 496 Ano publicação:2011 |
Chocolate + guerra. Uma mistura doce ou amarga? Comprovem a acridez.
A história deste livro, publicado pela Edições ASA, baseia-se em torno de três mulheres, Edie, Ruby e Janet, que têm personalidades e ambições muito diferentes e cujas vicissitudes da vida se entrelaçam pela guerra e decadência de felicidade nas vidas matrimoniais.Elas trabalham na fábrica de chocolate Cadbury, em Birmingham, na Inglaterra.[A Cadbury existe também em Portugal, sendo o portfolio constituído por marcas líderes como Trident, Bubblicious, Bubbaloo, Cadbury, Chiclets e Halls. (E não, não vou receber caixas destes produtos pela publicidade!)]A acção do enredo irá deambular perante o antes, o durante e o pós segunda guerra mundial.Edie vem de uma família pequena governada por uma mãe austera que tem modos crueis e insensíveis. Ruby, por outro lado, tem uma mãe excêntrica, ex- bailarina, que sempre esteve ausente, e portanto, que não acompanhou o crescimento da filha. Janet é uma mulher calma e refinada (aparentemente), que vive em casa com sua mãe viúva, Francês, uma mulher bondosa em demasia.A eclosão da guerra significa um fim para produção de chocolate e a fábrica onde as amigas trabalham, começa a industrializar outros produtos. A guerra também trás muitas mudanças para a vida pessoal destas mulheres.Numa noite, quando Edie faz o seu trabalho de voluntariado, e lhe é destinado socorrer uma família, em que a casa foi bombardeada, Edie depara-se com uma criança recém nascida nos braços…Edie dá-lhe o nome de David e durante a década e meia seguinte, educa-o, com o apoio de Frances, a mãe da sua amiga Janet. Depois a história é principalmente sobre Edie e David e de como o amor que os une, pode também os afastar.Este romance dá uma visão extremamente vívida sobre o impacto emocional sobre os homens que voltam da guerra, com traumas enormes e que não mais regressam à normalidade. A trama aborda também as consequências do Holocausto sobre os sobreviventes, na sua maioria judeus.
Fraquezas: o título original deste livro e a tradução fiel do mesmo para português não terá sido a opção mais correcta. Em primeiro lugar, as três personagens femininas principais não são meninas, são mulheres. Depois é verdade que elas trabalham na fábrica de chocolate, mas em apenas algumas passagens do livro, é que a autora faz algumas referências á fábrica e aos chocolates. Claro que o marketing por vezes obriga a que os títulos dos livros não façam jus ao seu conteúdo. Não pensem encontrar o cheiro dos chocolates ao virar cada página, podem sim contar com alguns episódios de abortos espontâneos e/ou não e de mortes.
Um ponto forte: a saga mostra a guerra vista de vários ângulos, mas principalmente, uma guerra que não sobressai em tons cinzentos e densos, pelas linhas das páginas escritas pelo punho de uma autora atenta.Outro post it a salientar: os capítulos estão distribuídos de forma a não maçar o leitor, com os “bombardeamentos” da guerra; toda a parte gráfica do livro e em especial o invólucro em que o livro é apresentado nas livrarias está muito original e cativa a comprá-lo, sem mesmo antes ler o título ou sinopse.
Um romance de leitura fácil, que não é anódino, com personagens femininas fortes e interessantes. Não é um romance de grande importância literária, mas é um livro que retrata as emoções dos personagens e suas naturezas.A autora fez um grande trabalho de pesquisa, é notório. Nalgumas cenas no livro, o leitor sente que está na página com os personagens, vivendo suas vidas naquele momento também. O enredo não contém muito mistério, pois é fácil prever onde a trama irá seguir e que fim terá.Annie Murray foi uma autora que não me causou displicência e quem sabe, um dia voltar a lê-la.
4 comentários:
O tem agrada-me, de modo que talvez o leia, um dia destes... :)
Aqui está um livro que já mora cá em casa. Para ler, quem sabe, um dia destes...
Abraço,
Marco
Não deixes que o "morador" ganhe muito pó. Vale a pena a sua leitura.
:)
Estive vai não vai para o comprar e e ler.
Fiquei na dúvida por causa, precisamente, do nome.
Vou lê-lo. ;)
Obrigada.
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