O Diário de Adão e Eva, de Mark Twain

Editora: Coisas de Ler

Ano de Publicação: 2003

Nº de Páginas: 88

Considerado por Ernest Hemingway como o precursor da literatura moderna americana, Mark Twain é sem dúvida um dos autores mais apreciados em todo o mundo, sendo As Aventuras de Tom Sawyer e As Aventuras de Huckleberry Finn as suas obras mais consagradas. Enquanto jornalista, Mark Twain foi um dos primeiros escritores de viagem, sendo até um dos primeiros escritores a usar o humor nos seus romances e contos.

O livro fala de relações humanas, da famosa “guerra dos sexos”, que está em vigência até aos dias de hoje, só que no caso em específico, era uma guerra entre duas pessoas únicas no mundo.

Depois de muitos momentos de conflito, eles começam a aprender a viver juntos e chegam a perceber que homens e mulheres podem, de facto, existir em harmonia, independentemente das suas diferenças físicas e psíquicas. Escrito em forma de diário, O Diário de Adão e Eva é um livro que aborda e satiriza o início da criação humana. Os textos irónicos e cheios de humor, transmitem uma mensagem moralizadora sobre os avanços tecnológicos, recriando e subvertendo a história bíblica sobre os primeiros habitantes na Terra, Adão e Eva.

Twain conta esta história destes 2 seres humanos, numa versão sem frescuras nem atenuantes estilísticos. O resultado é uma ou duas horas (dependendo do tempo que o leitor queira se debruçar sobre o livro) de puro prazer.

Os diários que compõem este livro foram originalmente publicados entre 1904 e 1906, causando grande celeuma na sociedade da época, sendo mesmo banidos em algumas bibliotecas americanas.

O Diário de Adão e Eva, um clássico intemporal.

Do Diário de Eva:

«Tenho quase um dia de idade. Cheguei ontem. Pelo menos, é isso que penso. E com certeza que deve ser assim, porque se antes de ontem tivesse havido dia eu recordar-me-ia, ou então é porque não estive presente.» (p. 7)

«Só através da experiência se conhecem as coisas tais como são. Se trabalharmos unicamente com teorias e suposições, nunca conseguiremos disciplinar a mente.» (p. 48)

Do Diário de Adão:

«Esta criatura de cabelos compridos é muito chata. Encontro-a por todo o lado, passa a vida a seguir-me. Detesto que o faça. Não estou habituado a viver em sociedade.» (p. 57)

«A nova criatura refugiou-se nele; e quando quero pô-la a andar, começa a deixar cair água por cada um dos buracos que tem na cara e lhe servem para olhar.» (p. 58)