quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O Perfeito Cavalheiro, de Imran Ahmad

Editora: Bizâncio
Ano de Publicação: 2012
Nº de Páginas: 320
Imran Ahmad nasceu em 1962 no Paquistão. Dois anos depois foi viver para Manchester, em Inglaterra numa época em que o país possuía um sistema de classes muito rígido, onde as pessoas de cor eram constantemente suprimidas – e embora a sua família pertencesse à classe média – o facto de Imran e a sua família serem mestiços foi alvo de racismo por parte dos ingleses.
O rapaz muçulmano tem uma infância atribulada, mas só quando começa a frequentar a escola primária é que Imran depara-se com constantes episódios de bullying, por parte dos colegas e até dos professores.
Ao longo dos anos, ele foi «tentado» por amigos a se reconverter em cristão, havendo ocasiões em que se sentiu em dúvida, mas permaneceu sempre fiel às suas crenças religiosas.
Assim, a história deste rapaz vai preenchendo página por página, cada capítulo falando de um ano da sua vida. Os seus primeiros amores e desilusões amorosas, os anos no secundário, as amizades que perduraram, a entrada na universidade, o primeiro trabalho, etc. são momentos que lê-se com gosto e emoção.
Uma promessa de Imran entrelaça quase toda a sua história de vida adulta: ele tinha a fé inabalável de que se casaria com Janice, uma amiga que ele fez na faculdade. (Promessa cumprida, será?)
A temática da religião, do islamismo em especial, acompanha todo o trajecto da vida do autor, e por conseguinte a do livro – o que poderá tornar-se um obstáculo a incidência e descrições sobre o islamismo. Todavia, para o leitor que queira ver respondidas algumas dúvidas sobre essa religião, durante a leitura desta história, certamente essas perguntas serão respondidas.
Nesta autobiografia há uma parte «surreal», utópica, infantil talvez, e incide sobre aspiração do autor em ser James Bond, em dirigir um Jaguar XJ6 e ter uma «mulher perfeita (morena, de preferência, mas não necessariamente).»
Com um estilo bem-humorado e despretensioso, este livro sobre culturas antípodas (Ocidental e Oriental) retrata os episódios da vida de um homem sonhador, dos 0 aos 43 anos. Uma leitura muito retilínea; uma vida sem grandes altos e baixos, mas digna de ser descoberta.

1 comentário:

Vc disse...

Olá :)

Tens um selo à espera no Refém das Letras.

Boas leituras!

http://refemdasletras.blogspot.pt/2012/12/selo-campanha-de-incentivo-leitura.html