«A Primeira Mestiça», de Álvaro Vargas Llosa

Editora: Saída de Emergência

Ano de Publicação: 2013

Nº de Páginas: 240

A história de vida de Francisca, descendente de dois genes e culturas antípodas, e herdeira de um grande império, é o epicentro do sétimo livro (publicado em 2003) de Álvaro Vargas Llosa (n. 1966), filho do Nobel de Literatura de 2010. A Primeira Mestiça é a primeira obra do autor traduzida para português, e tem como premissa relembrar a história peruana através do ponto de vista de Francisca, filha mestiça da princesa inca Inés Huaylas e do conquistador do Peru, Francisco Pizarro.

Vargas Llosa conta-nos a história de Francisca, que ao longo dos anos, dividiu-se entre dois mundos opostos, enquanto a História de Espanha e do Perú ia acontecendo.

Após duas tentativas falhadas para conquistar o Império Inca, em 1524 e em 1526, Pizarro conseguiu o seu objectivo em 1532, após uma longa batalha contra os nativos repletos de hostilidade. Três anos mais tarde Pizarro funda a cidade de Lima, um projecto que ele considerou ser a sua maior conquista. Até aos dias de hoje a figura do espanhol é idolatrada por muitos peruanos, mas igualmente odiado por outra facção.

Pese embora as primeiras páginas da narrativa sejam difíceis de assimilar, devido aos enquadramentos históricos — que para quem não está habituado a colher, em catadupa, conhecimentos sobre a América Latina e cultura Inca — que o autor apresenta, é uma obra enriquecedora. É um romance, mas também o resultado de uma rigorosa pesquisa histórica.

Álvaro Vargas Llosa além de escritor é jornalista, comentador político, autor de séries documentais para a National Geographic, além de ser um dos intelectuais de maior renome da América Latina. Da sua bibliografia, entre outros, fazem parte os livros: El diablo en campaña (1991), Tiempos de Resistencia (2000) e The Che Guevara Myth and the Future of Liberty (2006).