domingo, 24 de maio de 2015

«A Rapariga no Comboio», de Paula Hawkins

Editora: Topseller
Data de Publicação: 05/06/2015
N.º de Páginas: 320

Neste dia em que escrevo sobre A Rapariga no Comboio, um best-seller que tem merecido excelentes referências por parte dos leitores e dos críticos, este livro continua no n.º 1 do top semanal do The New York Times, quase consecutivamente desde a altura em que entrou para a lista dos mais vendidos, há dezoito semanas, sendo já considerado o êxito de vendas mais rápido de sempre. Vamos nos debruçar sobre a história que tem cativado milhares de leitores em todo o mundo, que desenrola-se em Inglaterra e cuja acção principal decorre no Verão de 2013 e é-nos contada através do ponto de vista de um trio de narradoras: Rachel, Megan e Anna.
É em torno da primeira que toda a narrativa gira. Rachel tem 33 anos e vive com uma amiga em Ashbury, após Tom, o seu ex-marido, se ter envolvido com outra mulher, Anna. Não aceitando ter sido rejeitada pelo homem com quem esteve casada seis anos, esta mulher para quem «a vida não é um ponto parágrafo» insurge-se consigo própria e entra num ciclo vicioso autodestrutivo, de onde fazem parte o álcool, a culpabilidade e a obsessão. Rachel muitas vezes não compreende a consequência dos seus actos quando bebe, pois sofre de amnésia alcoólica. Sem visualizar um único sentido para dar à sua existência, quando desloca-se de comboio para o trabalho, ela foca diariamente o seu pensamento num casal aparentemente feliz, que vive perto da sua antiga casa, em Blenheim Road, Whitney, onde Tom continua a viver com a nova mulher e filha. A alegria alheia, principalmente a desse casal idílico, corrói o mais profundo das suas lembranças e feridas que continuam por sarar. Todo o rumo desta história altera-se e ganha maior ritmo quando Rachel numa das suas viagens de comboio repara que na varanda da moradia do casal a mulher está a ter um affair com outro homem. Mais adrenalina vem se juntar à narrativa quando essa mesma mulher é anunciada como desaparecida, no dia seguinte.
Até onde a mente perturbada de uma mulher abandonada e traída pode chegar? Será que conhecemos totalmente a pessoa com quem partilhamos a vida? Como reconhecer os traços de personalidade de um mentiroso compulsivo? Que segredos escondem a última pessoa que nos dirigiu a palavra ou o olhar? Eis algumas questões que A Rapariga no Comboio pode despoletar no leitor, quando todas as páginas terem sido lidas e finalmente reveladas todas as ocultações de factos e acções que, através das vozes narradoras deste romance psicológico, Paula Hawkins nos fez acreditar, para também nos pôr à prova, revelando assim o seu jogo de mestria na arte de compor uma história inteligentemente bem delineada, com enredos com voltas e reviravoltas.
The Girl on the Train, traduzido para português por José João Leiria, é, inquestionavelmente, um excelente livro de estreia, que nos envolve desde o início e faz com que desconfiemos da índole de todos os personagens criados pela autora. A obra já vendeu mais de dois milhões de exemplares nos Estados Unidos e tem sido comparado pelos críticos ao livro-sensação do ano passado, Em Parte Incerta, e também será adaptada cinematograficamente em breve por Tate Taylor (o mesmo realizador do filme As Serviçais /The Help).


Excerto
«As pessoas com quem partilhamos um passado não nos deixam seguir em frente, e por muito que tentemos não conseguimos desembaraçar-nos delas, não conseguimos libertarmo-nos. Talvez ao fim de algum tempo acabemos por desistir.» (p. 261)


12 comentários:

Renato Almeida disse...

Olá, Miguel.
Não conhecia o livro, mas gostei muito de sua opinião sobre o mesmo.
Me pareceu uma história instigante com pensamentos e divagações que vem a fazer o leitor refletir muito e personagens complexo na medida certa.
http://realidadecaotica.blogspot.com.br/

Miguel Pestana disse...

Olá Renato.
O livro ainda não foi publicado aí no Brasil?

Obrigado pela visita. Boas leituras.

Marta Rocha disse...

Ando há que tempos para comprar o livro, agora depois de ter lido isto irei comprá-lo de certeza ;)

Unknown disse...

O livro que me vai acompanhar estas férias :-)

Catarina disse...

Curiosa em relação a este livro.

Turista disse...

Estou neste momento a ler este livro, que me está a deixar fascinada.
Gosto sobretudo dos pontos de vista diferentes das três personagens femininas principais.
Um frase que se poderia caracterizar este livro: não há verdades universais!

gmgm disse...

Estou ansiosa por ler este livro. Irá ser uma das minhas leituras de férias, de certeza!

Marilina Fernandes disse...

Olá!
Tenho este livro na minha estante.
A crítica é boa e estou muito curiosa para o ler.
Espero que seja já em Agosto, nas minhas ferias, que o possa ler!
;)

Unknown disse...

Fiquei curiosa

Unknown disse...

Fiquei muito curiosa com o livro e aproveitei as férias para o ler e adorei! Não o conseguia largar, queria sempre saber mais e mais sobre o que se estava a passar. E adorei o facto de o fim ser inesperado e não ter seguido o caminho óbvio que a história sugeria. Muito bom!

Unknown disse...

Comecei a ler o livro mas ainda não despertou em mim aquela curiosidade abismal de não o largar! Espero que no fim se revele uma surpresa entusiasmante!

Vera disse...

Um livro que me decepcionou, não gostei do final, não é um livro que recomende.