Mais de dois anos após o seu último livro publicado, o colunista e escritor Joel Neto está de regresso à literatura com um novo romance. Arquipélago (460 pp.) tem a chancela da Editora Marcador e está a partir de hoje à venda nas livrarias.
A obra será apresentada ao público de Lisboa e do Porto, nos próximos dias 26 e 27, respectivamente: às 18h30, na Fnac do Chiado, com apresentação de Alice Vieira. Na Fnac NorteShopping, a sessão está marcada para acontecer às 21h30 e contará com apresentações do livro por Miguel Guedes e Nuno Quintas.
Sobre o livro
No último paraíso do Planeta, a meio caminho entre o Velho e o Novo Mundo, as ventanias preparam a sua ofensiva. Ardem vulcões e terramotos, e é contra a morte que o povo dos Açores festeja, eufórico, como se em todo o caso o fim estivesse próximo. De regresso às ilhas após trinta e cinco anos de ausência, José Artur Drumonde colecciona afectos e perplexidades.
Há Elias Mão-de-Ferro, um velho endurecido pela vida no mato e pela culpa. Há Maria Rosa, uma pequena maria-rapaz, loira como só aos oito anos, conhecedora das raças de vaca e da natureza humana. Há Cabrinha, taberneiro e manipulador da consciência coletiva; há La Salete, a sua filha cozinheira e sábia; há Luísa Bretão, mulher de beleza e silêncios, a quem o regressado demorará tempo de mais a declarar-se.
A sua viagem não é a de um vencedor. Com a carreira na universidade onde ensina em risco, José Artur voltou em busca de vestígios da Atlântida, a utopia há tanto procurada por arqueólogos e historiadores, e provavelmente também da memória de José Guilherme, o avô de cuja vida de adulto a sua própria existência fora, décadas antes, uma reprodução em ponto pequeno.
A terra não treme sob os seus pés: nem o maior o terramoto o seu corpo será capaz detectar, no que constituirá o mais evidente sinal da incompletude da sua pessoa. Na autenticidade da vida do campo, na repetição dos gestos dos seus antepassados – aí se encontrará, talvez, a redenção.
Mas as entranhas da velha casa familiar escondem um segredo: os ossos de Elisabete, a criança desprovida de um braço e dotada de força sobre-humana cujo desaparecimento, quase quarenta anos antes, coincidira com o fim da sua própria infância.
Usando a mestria narrativa e o apuro literário dos clássicos, bem como um dom especial para trazer à vida os lugares, as gentes e a História dos Açores, Joel Neto apresenta um romance de grande fôlego, em que a ilha é também protagonista de uma epopeia corajosa e emocionante como há muito não se via na literatura portuguesa.
«O contador de histórias que a paisagem dos Açores há muito esperava.»
Eric Frattinni
«Uma belíssima geografia de recomeços. São silêncios como estes que nos agarram pela intimidade. E pela culpa.»
Miguel Guedes
Lê aqui a entrevista que o autor açoriano concedeu para este blogue, aquando da publicação do seu livro anterior (Os Sítios Sem Resposta, Porto Editora, 2012).
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