Elogio dos Amantes Derradeiros, a mais recente obra do escritor Manuel Andrade, será apresentada ao público no dia 18 de Março, às 21h30, na Fábrica de Santo Tirso (adere ao evento aqui).
Sinopse
Este romance é um exultar poético e arrebatador acerca da maravilha de viver intensamente a paixão em cada minuto da nossa existência, sem decoro ou limitações, quer ao nível dos corpos quer da mente.
Escrito de uma forma simultaneamente terna e vibrante, transporta-nos para uma reflexão profunda sobre o erotismo como razão suprema de aqui andarmos.
Na qualidade violenta e crua da sua escrita, Manuel Andrade – um escritor já consagrado pelos leitores e críticos mais exigentes – questiona-nos ainda sobre qual o caminho de maior comprazimento nesta vida: se o da rotina de afetos do concubinato, ou se antes o da sensualidade libertária.
Excertos
«as almas que se pertencem sempre se entendem por siglas surdas.»
«o sentido quieto do momento somos nós que lho damos, donos e senhores dos gestos nulos»
«Sim, sabe-me tão bem esta noção de impertença, Madalena, esta noção de não ser nada nem ninguém, inimportante para quem quer que seja, por um instante de tempo que fosse, inimportante sequer para uma mulher que me espere, que de mim queira homem, eu que agora sou este fio mínimo de ar no pulmão, algures respirando entre passado e presente, em tempo quase indefinido.»
«sua porque sim, ponto final, porque é o seu cheiro, é o seu riso, o seu inexplicável menear de anca, a melodia da voz que é sua desde o princípio das rochas, desde a formação do feto, ainda que o andar seja desajeitado e a pose de diva quebrantada, sua porque lho gritam as pontas dos dedos, sua porque os olhos a precisam por paisagem, impossível viver sem ela, abandoná-la, ainda que a sociedade lhe aconselhe outras, o homem sabe que não porque não e que sim porque sim, que melhor não sabe explicar, nem poderia.»
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