A Assírio & Alvim publica a 21 de Setembro Poesia, um livro que em 672 páginas compila toda a poesia de Eugénio de Andrade, a partir da última edição revista em vida pelo autor e com prefácio de José Tolentino Mendonça.
«Já passou uma década do seu desaparecimento, e o tempo encarregar-se-á
de revelá-lo, sempre mais decididamente, como um clássico da literatura
portuguesa e europeia. Há que dizê-lo com as letras todas: Eugénio de
Andrade revolucionou a nossa poesia. Até ele a poesia era uma espécie de
ponto de passagem para outra coisa, representação de uma realidade
anterior ou para lá do próprio poema. Com ele a poesia deixa de ser
veículo e torna-se substância de si. Termina o primado da ideia sobre a
palavra. Por isso, como sublinhou Prado Coelho, "em Eugénio de Andrade, o
poema é, na sua admirável transparência, duma opacidade total: ele não
permite que se veja através dele, porque continuamente nos reafirma que
tudo está nele". E Eduardo Lourenço dirá, em registo lapidar, que "a sua
poesia é a primeira poesia da poesia da nossa Literatura".»
José Tolentino Mendonça
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