Editora: Pergaminho
Data de publicação: Setembro de 2021 N.º de páginas: 120 |
Viktor E. Frankl (1905-1997) foi um dos neurologistas e psiquiatras mais proeminentes do século XX. Na década de 1930 fundou a chamada terceira corrente de psicoterapia de Viena: a Logoterapia. Este jovem médico judeu estava a dar os primeiros passos para difundir para o mundo os conceitos desta análise assentada na existência, quando começou a ser perseguido pelo regime de Hitler. A sua imberbe carreira profissional parou repentinamente quando foi deportado.
Viktor E. Frankl sobreviveu a quatro campos de concentração nazis e foi libertado em Abril de 1945. Quando chegou a Viena soube que a sua mulher, pais e irmão não sobreviveram ao Holocausto: «Fiquei completamente só. Quem nunca sofreu a mesma sorte não poderá compreender-me.» Apenas onze meses após a sua libertação, o psiquiatra foi orador de três palestras num centro de educação de adultos na capital austríaca, coligidas e publicadas num livro que foi publicado originalmente em 2019, e agora traduzido em português, a partir do alemão, por Álvaro Gonçalves, que assinou também a tradução do sucesso de vendas O Homem em Busca de um Sentido (Lua de Papel, 2012).
O propósito destas conferências foi mostrar que a pessoa humana, apesar de tudo, apesar do sofrimento e da morte – «se a vida tem sentido – então o sofrimento também tem de ter sentido» (1.ª conferência), apesar do sofrimento físico ou mental (2.ª conferência), ou sob o destino do campo de concentração (3.ª conferência), pode sempre dizer sim à vida.
Decorridos 75 anos, estes textos do autor de A Falta de Sentido na Vida (Pergaminho, 2017) apresentam-se extremamente actuais, pois neles encontramos reflexões filosóficas sobre temas controversos dos nossos tempos como por exemplo o suicídio e a eutanásia. Como é mencionado no prefácio deste livro, por Nuno Almeida, Bispo auxiliar de Braga (um estudioso da vida e obra de Viktor E. Frankl, tendo em 2016 defendido a tese “Busca de Sentido da Vida e Reconciliação Cristã. Leitura teológica do pensamento de Viktor Frankl"): «Num tempo em que o mundo é atravessado por enormes perplexidades e as pessoas são assaltadas pela dúvida, pelo desânimo e até pelo niilismo, vale a pena o encontro ou reencontro com V. Frankl».
Dizer Sim à Vida Apesar de Tudo revela-se uma leitura esperançosa, inspiradora e obrigatória para o leitor (re)pensar sobre o significado da (sua) vida. Porque nenhum de nós sabe o que está ainda à nossa espera.Excertos
«A felicidade não deve, não pode nem consegue nunca ser um objetivo, mas apenas um resultado»
«Viver em si nada mais é do que ser interrogado (…), todo o nosso ser nada mais é do que uma resposta – uma assunção da responsabilidade da vida.»
«Damos sentido à vida através de ações, mas também através do amor – e finalmente através do sofrimento.»
«É na forma como lidamos com as dificuldades que se vê quem somos, e é também isso que nos torna capazes de viver uma vida plena de sentido.»
«O suicídio não é (…) uma resposta a uma qualquer pergunta; o suicídio nunca será capaz de resolver algum problema.»
5 comentários:
Parece ser uma leitura interessante e importante.
Bom livro que recomendo.
Fez-me lembrar de um livro difícil do Dr. Daniel Sampaio sobre as incompreensões da vida e o suicídio, que só é visto como solução quando o desgaste emocional é profundo demais
Um livro importante para quem gosta da Vida, apesar de tudo. Vale a pena lê-lo.
Apesar de ser um tema muito forte sempre me despertou interesse, deve ser uma boa leitura
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