Um poema de Jaime Rocha
[…]
13.
De novo o corpo dela sobressai
no meio das rochas e, mais tarde,
ao fundo da praia, o seu vulto
assemelha-se a uma árvore nua.
Sou eu que caminho para ti,
diz a mulher.
E a sua sombra parece agora uma
outra figura, um pedaço de barro
caído ao chão, nessa fotografia
comida pelo tempo__________
um tempo colado à árvore onde
o cão se enrosca como se ali estivesse
estado sempre um barco à espera
das ondas pequenas.
[…]
in Mulher Inclinada Com Cântaro, de Jaime Rocha, volta d' mar, 2012
post scriptum: Uma recensão a Mulher Inclinada Com Cântaro pode ser lida aqui.
1 comentário:
"...
um tempo colado à árvore onde
o cão se enrosca como se ali estivesse
estado sempre um barco à espera
das ondas pequenas.
..."
Deu-me um arrepio...
Enviar um comentário