De Pablo d'Ors, sacerdote, teólogo, filósofo e autor de A Biografia do Silêncio e Sendino Está a Morrer, é publicado a 18 deste mês um livro sobre o silêncio, a contemplação e a busca do absoluto. Com beleza e sobriedade, O Amigo do Deserto insere-se nessa tradição do famosíssimo Siddhartha, de Hermann Hesse, ou de Os Olhos do Irmão Eterno, de Stefan Zweig.
No deserto pode-se caminhar durante dias, semanas e até meses sem ver
outra coisa além de areia; chega sempre o momento em que aparece um
oásis maravilhoso que convida a parar e reabastecer. Repostas as forças
no oásis, torna-se a empreender um caminho em que não é invulgar que o
caminhante volte a impacientar-se. E assim até que, de repente, quando
menos espera - quase quando desespera -, volta a aparecer outro oásis.
Pois é isto precisamente o que o deserto ensina: caminhar pela terra e
parar onde houver água, e assim um dia após outro até chegar o momento
em que se descobre que não só se ama o oásis como também o próprio
caminho: ama-se a areia, a dificuldade. Só nesse dia é que podemos
definir-nos com justiça como «amigos do deserto».
Do agora elevado a Cardeal pelo Papa Francisco, o madeirense José Tolentino Mendonça, a Quetzal Editores publica um novo livro da sua autoria, sucessor de O Pequeno Caminho das Grandes Perguntas (2017, 9.ª edição) e Elogio da Sede (2018, 5.ª edição).
Uma Beleza Que nos Pertence (disponível desde o dia 4 em todas as livrarias) é uma coleção de aforismos e citações sobre o sentido da vida, a beleza das coisas, a presença de Deus, as dúvidas e as incertezas espirituais dos nossos dias.
Ao longo de uma obra já volumosa e densa, reunindo ensaio, crónica e
poesia, José Tolentino Mendonça escreveu fragmentos notáveis e
memoráveis - acerca da presença de Deus, do amor, da solidão e da sua
necessidade, dos cinco sentidos, da travessia do deserto, do tempo e da
lentidão, mas também sobre a beleza que dá sentido às coisas, e que é
nosso dever procurar todos os dias.
Este livro transcreve alguns desses fragmentos, transformados em
aforismos, ensinamentos para o dia a dia, perguntas que nos devem
inquietar ou levar a escolher um caminho, bem como exemplos dessa
procura permanente da beleza e da felicidade.
Uma escrita que oscila entre o poético e o confessional, dirigindo-se
diretamente a cada leitor, a cada um de nós, e que busca um caminho ou a
luz perdida da comunhão com o infinito.
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