Chegou hoje às livrarias nacionais Grande Sertão: Veredas, o único romance da autoria de João Guimarães Rosa (1908-1967), escritor, diplomata, novelista, romancista, contista e médico brasileiro, considerado por muitos o maior escritor brasileiro do século XX.
Esta sua obra-prima foi distinguida, no momento da sua publicação, em 1956, com o Prémio Machado de Assis, do Instituto Nacional do Livro, o Prémio Carmem Dolores Barbosa, e o Prémio Paula Brito.
Revolucionário na forma - praticamente inventou uma língua nova - e no conteúdo, Grande Sertão: Veredas mudou a literatura e assumiu-se, desde o primeiro dia e ao longo do tempo, como uma das mais importantes obras literárias da língua portuguesa, comparada - na ambição e na universalidade - a obras como Os Lusíadas, Dom Quixote e Fausto.
Referir que a presente edição portuguesa, com a chancela Companhia das Letras, respeita na íntegra o texto da 22.ª edição da obra, publicada pela Companhia das Letras Brasil no passado mês de Fevereiro.
Sinopse
Definido pelo próprio Guimarães Rosa como "autobiografia irracional", o romance usa como cenário o sertão brasileiro e os trilhos - "veredas" - que o gado vai sulcando no terreno árido, uma rede complexa de caminhos na qual é fácil perder o rumo - como na vida, como no mundo. No centro da encruzilhada está Riobaldo, protagonista-narrador, jagunço feito fazendeiro, que vai desfiando as suas memórias a um interlocutor desconhecido enquanto faz a sua travessia, debatendo-se entre deus e o diabo, entre o bem e o mal, a luz e as trevas. E dentro de Riobaldo está tudo: está o amor, o sofrimento, a força, a violência e a alegria de todos os homens e mulheres. Porque "o sertão é do tamanho do mundo".
Elogios
«Rosa não escreve sobre o sertão. Escreve como se ele fosse o sertão. Um sertão que se enche de estórias para contrariar o curso da História.»
Mia Couto
«Quando lemos Guimarães Rosa e seu maravilhoso Grande Sertão: Veredas, tem algo dito ali que não pode ser dito de outra forma. (#) A grande visão da vida que nos dá uma obra literária é o que faz esta obra ser grande.»
Mario Vargas Llosa
«Nunca vi coisa assim! É a coisa mais linda dos últimos tempos. Não sei até onde vai o poder inventivo dele, ultrapassa o limite imaginável. Estou até tola. A linguagem dele, tão perfeita também de entonação, é diretamente entendida pela linguagem íntima da gente - e nesse sentido, ele mais que inventou, ele descobriu, ou melhor, inventou a verdade.»
Clarice Lispector (carta a Fernando Sabino)
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