O Teatro Invisível
História do teatro radiofónico
de Eduardo Street
História do teatro radiofónico
de Eduardo Street
Para quem nasceu já com a presença da televisão, é difícil imaginar um serão familiar com todos reunidos à volta da telefonia. O relógio da casa de jantar, o relógio que o avô trazia no bolso do colete, eram acertados pelo sinal horário da Emissora Nacional. Ouvir o noticiário lido por João da Câmara trazia à família um sentimento de segurança, de paz, a falsa ilusão de que se vivia no melhor dos mundos. Os programas eram ouvidos, saboreados em silêncio como um digestivo. A informação serena, a atenção, a entrega aos pacíficos prazeres que a estação oficial oferecia, lembravam os serões que Eça de Queirós descreveu n’O Primo Basílio. Às primeiras palavras, o ouvinte reconhecia o locutor, o actor. E, porque em muitos casos se ignorava o aspecto físico de quem falava, esgotavam-se as revistas que trouxessem uma fotografia do dono ou da dona da voz. Quantas vezes, um intérprete do Teatro Invisível, num café ou num táxi, ao falar, ouvia a invariável pergunta: "Não é X?"
Deus Tem Medo do Escuro
E outros contos sobre a imaturidade
de Christophe Sauvage
E outros contos sobre a imaturidade
de Christophe Sauvage
Deus Tem Medo do Escuro é uma coletânea de cinco contos sobre o tema da imaturidade. Não retratam a que caracteriza as crianças e os adolescentes — esperada no caminho do crescimento —, mas a que sobrevive no adulto, com a qual o mesmo vai ter que lidar durante a sua vida toda e que terá consequências diversas na sua existência.
É que a imaturidade — que se pode definir como tudo o que não cresceu dentro de nós — exprime-se de várias maneiras, muitas vezes (ou talvez sempre) de forma cómica — sobretudo quando não chega à consciência — e cola-se tão bem à pele que não se pode fugir dela facilmente. Afinal, a imaturidade não será a característica humana mais partilhada no mundo?
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