Meg Arroll é doutorada em Psicologia pela Universidade de Surrey, investigadora e autora especializada em saúde e bem-estar. A sua abordagem orientada para as soluções fornece sugestões práticas e estratégias para os problemas da vida, quer sejam os mais complexos, quer sejam os do dia a dia. Os seus artigos são publicados em revistas e jornais britânicos como The Daily Mail e Psychologies, e é uma presença habitual em programas de rádio e em podcasts do Reino Unido.
Desta especialista em saúde mental, chega a Portugal, no início de Junho, com tradução de Pedro Vidal, o livro Mini Traumas Exigem Grandes Soluções, numa publicação com o cunho da Bertrand Editora.
Texto de apresentação
Como é que se sente, de facto? «Assim-assim», «mais ou menos», «não sei muito bem»? Se alguma destas foi a sua resposta, e se sente um nó na garganta, descanse por uns momentos - respire. O problema não está em si, mas no que lhe foi acontecendo ao longo dos anos. Não consegue saber ao certo o que se passa, mas sente que não alcança o que deseja e que não está a tomar parte ativa na sua vida?
Esse é o resultado da acumulação das mazelas da vida, dos pequenos golpes que foi sofrendo e que impedem que se sinta bem: relações familiares desadequadas, opressão entre pares, humilhação na escola ou no emprego ou instabilidade causada pelas mudanças geográficas frequentes são alguns exemplos daquilo que a autora designa como traumas Mini T.
Somos levados a pensar que esses traumas são coisas insignificantes: o mundo está cheio de acontecimentos terríveis e sentimos que os nossos problemas não são dignos de terapia ou de ajuda profissional. Mas as coisas aparentemente sem importância deixam marcas profundas que nos afetam sob a forma de picos de ansiedade, um estado de melancolia constante, perfecionismo desajustado, busca de conforto na alimentação e distúrbios do sono, para citar apenas alguns.
Este livro é para qualquer pessoa que sinta que anda sonâmbula pela vida, em busca de respostas para emoções desafiadoras e das ferramentas práticas para começar a viver a vida que deseja.
Excerto
«Para explicar a razão pela qual ocorrências menos significativas na vida de alguém acabam por ter um tão grande impacto, gosto de usar a analogia que se segue. Imaginem que a vossa vida é um barco e que vocês vão navegando ao longo dos anos. Com o tempo, o vosso barco embate contra alguns rochedos, há tempestades violentas e os peixes mordiscam o fundo do casco. Cada uma destas pequenas agressões, por si só, não constitui um problema, em especial se estiverem atentos aos danos e possuírem as ferramentas adequadas à sua reparação. No entanto, navegar é trabalhoso e, por vezes, não reparam numa fuga, em particular se estiverem a debater-se contra o vento e a chuva. Em geral, só quando começam a ter problemas - por exemplo, começam a perder o ânimo sem saberem porquê - é que poderão intuir que estão em apuros.»
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