sexta-feira, 23 de maio de 2025

Os romances mais icónicos de Jane Austen estão a ganhar reedições

Jane Austen (1775-1815) foi uma romancista inglesa cuja escrita marca a passagem do Neoclassicismo para o Romantismo. Na produção literária desta autora, que para Henry James estava ao mesmo nível de Shakespeare e Cervantes, cujos livros serão imortais, nas palavras de Virginia Woolf, e elogiada de "génio" por Martin Amis, constam quatro romances obrigatórios que a Editorial Presença tem vindo a reeditar desde o passado mês de Março. São eles, nos seus títulos originais: Sense and Sensibility (1811), Pride and Prejudice (1913), Emma (1816) e Persuasion (1818).

Por uma Senhora. Foi com esta singela - e, porém, tão significativa - definição de autoria que, em 1811, Jane Austen publicou, a suas expensas e em três volumes, o primeiro romance, Sensibilidade e Bom Senso. Aquela que viria a tornar-se uma das autoras mais lidas de todos os tempos morava, então, em Chawton, Hampshire, e estava já longe de ser uma novata na escrita, pois encontrara a vontade e a imaginação para as letras ainda jovem, antes de ter comemorado o vigésimo aniversário.
No primeiro livro que publicou, encontramos duas irmãs, Elinor e Marianne, filhas da pequena burguesia inglesa do século XVIII, arrebatadas pelo amor, e por ele feridas. Comandada pela razão, Elinor procura esconder as suas emoções e fazer prevalecer o bom senso. Sob o ímpeto da paixão, Marianne mostra-se ao mundo sem reservas, escolhendo como bússola a sensibilidade. Contudo, ambas sabem que o seu lugar de mulheres, naquele mundo, está subjugado à vontade dos homens, do socialmente correto, do vil metal - e não do que mandam as suas cabeças ou os seus corações. E, enquanto os dias passam e a vida se mostra pouco gentil, algo parece definir-se no horizonte: será o equilíbrio entre a sensibilidade e o bom senso o lugar da felicidade inaugural?
Ironia fina, fôlego romântico, personagens inesquecíveis e diálogos intemporais: eis, em poucas palavras, o que a injusta economia de uma frase nos permite escrever sobre a inigualável Jane Austen.


É em Persuasão, o último romance terminado de Jane Austen, publicado seis meses após a sua morte, que encontramos a sua heroína mais notável - Anne Elliot. Então com dezanove anos, Anne é persuadida a terminar o noivado com o oficial da marinha Frederick Wentworth, o homem que tanto ama. Esta união, que não lhe confere estatuto nem fortuna, não é bem vista pela sociedade inglesa do início do século XIX. No entanto, oito anos depois, o casal reencontra-se inesperadamente. Rapidamente percebem que os sentimentos do passado continuam despertos e impossíveis de ignorar.
Naquela que é a sua obra mais amadurecida, que traça um afastamento nítido em relação ao tom predominantemente satírico dos seus anteriores romances, Jane Austen trata o carácter e os afetos da protagonista de uma forma que, sem perder de vista a ironia, é, sem sombra de dúvida, inundada de ternura, e anuncia já uma perceção mais aberta e dinâmica dos comportamentos humanos.
Uma história de amor, desenvolvida com profundidade e subtileza, com personagens inesquecíveis e diálogos intemporais: eis, em poucas palavras, o que a injusta economia de uma frase nos permite escrever sobre a inigualável Jane Austen.


Orgulho e Preconceito é o mais conhecido dos romances de Jane Austen e aquele em que assume a maturidade da sua escrita. Publicado pela primeira em 1813, e retratando a sociedade inglesa rural da época, o universo desta obra consegue ultrapassar as fronteiras geográficas e temporais, graças ao génio criativo da autora, mantendo intacta a intemporalidade da trama.
Esta é uma história de amor poderosa vivida entre Elizabeth Bennet, uma das cinco filhas de um pequeno proprietário rural, a de espírito mais vivo e independente, e Mr. Darcy, um aristocrata altivo da mais antiga linhagem. Mas Orgulho e Preconceito é também uma deliciosa comédia social, à qual estão subjacentes temáticas mais profundas. A sua atmosfera é iluminada por uma jovialidade contagiante, por uma variedade de personagens e vozes que tornam o enredo vibrante e constantemente agitado pelo elemento surpresa.
A genialidade da inteligência e da ironia de Jane Austen, associados ao seu apurado poder de observação, dão-nos um retrato impressionante da pequena burguesia inglesa do seu tempo, onde nem todos são o que parecem, mas em que o amor é capaz de vencer tudo.
Um dos maiores romances de sempre, protagonizado pelo par romântico mais arrebatador da literatura: eis, em poucas palavras, o que a injusta economia de uma frase nos permite escrever sobre a inigualável Jane Austen.


Entre erros e acertos, Emma lembra-nos que o amor nem sempre segue todos os planos!
Bela, inteligente, otimista e segura de si, Emma é uma das heroínas mais complexas e encantadoras de Jane Austen, dando título a um dos seus livros mais acarinhados. A jovem Emma Woodhouse acredita que é a pessoa ideal para promover casamentos entre os que a rodeiam, mesmo que o amor não seja uma prioridade para ela e que esteja convencida de que nunca se casará.
Após ter orquestrado o enlace da sua antiga governanta, menina Taylor, com o viúvo senhor Weston, Emma está decidida a encontrar um marido para a sua protegida, Harriet Smith. no entanto, o que parecia ser uma boa ideia, dá origem a uma série de desastres amorosos.
Em Emma, Jane Austen constrói um universo repleto de julgamentos precipitados e normas grotescas da sociedade do início do século XIX, revelando como as pessoas, mesmo através de enganos e mal-entendidos, se apoiam nas convenções sociais para se encaixar e sobreviver.
Personagens memoráveis e diálogos ágeis e cheios de humor: eis, em poucas palavras, o que a injusta economia de uma frase nos permite escrever sobre a inigualável Jane Austen.

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