sexta-feira, 16 de agosto de 2013

«O Aperto do Parafuso» de Henry James é uma das novidades da Sistema Solar

 
O Aperto do Parafuso
de Henry James


Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes

ISBN: 978-989-8566-10-2
Edição: Julho de 2013
Número de páginas: 176

Sinopse
Para entretenimento do período de Natal, o Colliers’Weekly de Nova Iorque propunha a Henry James (1843-1916) que escrevesse «um produto da época», o que desde logo lhe fez pensar no mais interessante projecto de narrativa lúgubre que tinha alguma vez registado e podia apertar até à dimensão de dez episódios a serem publicados pela revista, entre Janeiro e Abril de 1898 (a edição em livro surgiria alguns meses mais tarde). Nos seus cadernos de apontamentos afirma que a história — um «esboço simples, vago e sem pormenores» — lhe foi contada dois anos antes pelo arcebispo de Cantuária, «entre duas chávenas de chá», por sua vez ouvida da boca de uma mulher mantida sob anonimato, e que esta mulher tê-la-ia escutado de um desconhecido.
Mais tarde, estudiosos da obra literária de James vieram a dar esta génese como falsa e apenas destinada «a baralhar as pistas»; porque seria impossível coincidência uma história anónima, chamada «Tentation» e cinquenta anos antes publicada no Frank Leslie’s New York Journal, ter posto em cena crianças violentadas psicologicamente por criados, e uma dessas crianças chamar-se Miles (como a personagem de James), sujeita às maldades de Peter Quin (que na novela de James surge numa posição idêntica e com o nome de Peter Quint); passada numa mansão de Harley Street, a mesma rua onde a preceptora de O Aperto do Parafuso é recebida pelo seu empregador; acrescentando-se a tudo isto Sigmund Freud descrever, em Studien über Hysteria, o caso de uma miss Lucy R., preceptora inglesa de duas crianças nos arredores de Viena, vítima de alucinações idênticas às da preceptora imaginada por James, consequência de uma paixão reprimida pelo seu empregador. Para um grande número de jamesianos são estas as verdadeiras fontes de O Aperto do Parafuso; mas frequentes as tentativas de encontrar outros antepassados a esta novela de James, e destroçar-lhe as ambiguidades; decidir se na história há fantasmas ou apenas uma alucinação da preceptora, uma vez que só ela os vê. A este jogo Pietro Citati chama, no seu livro Il Male Assoluto, «um desporto nacional inglês». 
A.F.
 
Outros títulos da autoria de Henry James já publicados pela Sistema Solar: O Mentiroso e Os Manuscritos de Aspern 

O autor
Henry James (1843-1916), nasceu em Nova Iorque, nos Estados Unidos, numa família de intelectuais. Filho do teólogo Henry James Sr e irmão do filósofo-psicólogo William James, foi um dos mais reconhecidos autores de finais do século XIX e princípios do século XX. Na sua juventude viajou basntante entre a Europa e a América, estudando com professores de Geneva, Londres, Bolonha, Paris, chegando mesmo a frequentar por um período breve a Harvard Law School. Passou assim a maior parte da vida na Europa dedicando-se à escrita de vários géneros como romances, contos, crítica literária e artística, literatura de viagens, biografia e auto-biografia. Analisava o mundo tendo em conta conceitos base como a liberdade, o monólogo interior e o drama psicológico, abordando histórias de fantasmas onde explorava a ténue fronteira entre o sobrenatural e as áreas mais recônditas da mente humana. Das suas inúmeras obras notabilizaram-se Retrato de Uma Senhora, Os Europeus, Washington Square, O Mentiroso e Daisy Miller, entre outras. 

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