quinta-feira, 30 de abril de 2020

Netflix exibe documentário sobre Michelle Obama, inspirado no livro «Becoming - A Minha História»

Ao escrever Becoming - A Minha História, um trabalho de reflexão profunda e de impressionante fôlego narrativo, Michelle Obama partilhou a sua extraordinária viagem e ajudou a criar um espaço para que outros pudessem contar as suas histórias e para encorajar as pessoas a descobrirem o poder da sua própria voz.
Este livro de memórias, chegado a Portugal em Novembro de 2018 pela Editora Objectiva, tornou-se um bestseller imediato quando foi lançado internacionalmente, e desde então já foram vendidas mais de dez milhões de cópias em todo o mundo; em Portugal o livro vai já na 10.ª edição, com 35.000 exemplares vendidos. Na senda deste livro, em Novembro último, foi lançado A Minha História - Um diário para encontrar a sua voz.
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O documentário, com o mesmo nome, sobre a trajectória de Michelle Obama estreia no próximo dia 6 de Maio na Netflix

«O documentário dirigido por Nadia Hallgren acompanha a minha vida e as experiências que tive durante a tournée de divulgação do meu livro de memórias. Os meses em que estive em viagem – encontrando-me com pessoas de todo o mundo – fizeram-me entender que o que temos em comum é profundo e real e não pode ser desperdiçado. Em grupos grandes e pequenos, de jovens e idosos , reunimo-nos e partilhámos histórias, preenchendo os espaços com nossas alegrias, as nossas preocupações e os nossos sonhos (...)
A empatia é nossa tábua de salvação. Vamos usá-la para redireccionar nossa atenção para o que é mais importante e encontrar maneiras de reconstruir o mundo. Mesmo em tempos difíceis, as nossas histórias ajudam a cimentar nossos valores e a fortalecer nossas relações. Compartilhá-las mostra-nos o caminho a seguir.» Michelle Obama

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Vale mesmo a pena ler o livro (em papel ou eBook) antes de ver o documentário.

De Rubem Fonseca é publicado o romance «O Doente Molière»

Cortesãs, nobres, artistas, padres e médicos, decadentes ou influentes, ninguém era poupado pela verve satírica de Jean-Baptiste Poquelin, mais conhecido como Molière, dramaturgo francês considerado um dos mestres da comédia satírica, que Rubem Fonseca (falecido no dia 15 deste mês) transforma em personagem em O Doente Molière. Este romance originalmente publicado em 2000 no Brasil, tem a chancela portuguesa da Sextante Editora e está disponível a partir de hoje.
«É o grande Rubem Fonseca que encontraremos neste romance, não obstante esta não seja a narrativa típica do autor - o que, por si só, já é um convite para este novo convívio.» Miguel Sanches Neto, escritor e crítico literário brasileiro
Sinopse
Palais Royal, acaba de ser representado O Doente Imaginário. No palco, Molière, que representa o papel principal, dá sinais de mal-estar. Poucas horas depois, já em casa, deitado no leito, sussurra à única pessoa que está a seu lado: «Fui envenenado.» O homem que ouve esta revelação sai em busca de um padre. Não teria sido mais adequado correr para chamar um médico?

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Chegaram os primeiros ebooks do Grupo Narrativa

Estes são os primeiros 10 títulos do catálogo do Grupo Narrativa a serem publicados em ebook. Destaque para Amor de Salvação, de Camilo Castelo Branco, um clássico da literatura Portuguesa com saída exclusiva em ebook, com revisão e fixação de texto da primeira edição da obra de 1864 por Helder Guégués. A editora irá disponibilizar para venda mais títulos em formato digital com uma frequência semanal. Mais informações em www.gruponarrativa.pt.

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Livro de reputado imunologista britânico, a partir de amanhã à venda

A pandemia da COVID-19 veio levantar inúmeras questões: Porque é que o sistema imunitário de um idoso é menos eficaz contra um novo vírus? Em que medida é que estados de doença afetam o sistema imunitário? E o que é que cada um de nós pode fazer para fortalecer a sua imunidade?
No livro O Incrível Sistema Imunitário, que a partir de amanhã ficará disponível nas livrarias onlines, como a Wook, o conceituado imunologista Daniel M. Davis explica o que os cientistas já sabem para responder a estas perguntas.
O autor, que já dirigiu o Departamento de Imunologia do Imperial College London em South Kensington, e actualmente é professor de Imunologia na Universidade de Manchester, relata a história extraordinária dos enigmas resolvidos, das vidas que se perderam e também das que foram salvas para chegarmos ao que hoje sabemos sobre o nosso sistema imunitário: como é afetado pelo stress, pelo sono e pela idade, e a importância que tem no combate a doenças como o cancro, a diabetes ou a artrite e na luta contra bactérias e vírus desconhecidos. Dele depende a nossa sobrevivência.

Críticas de imprensa
«O Incrível Sistema Imunitário anuncia uma revolução na imunologia, com relatos fascinantes de como os investigadores resolveram enigmas que nem sabiam existirem.»
NEW SCIENTIST

«Um livro admirável escrito por um exímio contador de histórias e reconhecido cientista.»
THE GUARDIAN

«Novas formas de tratar o cancro, a diabetes, a artrite e outras doenças associadas ao envelhecimento… Davis é um guia fiável e cativante para estes desenvolvimentos.»
OBSERVER

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Acaba de ser publicado o livro «Onde está Deus? - A fé cristã na época da grande incerteza»

Onde está Deus? - A fé cristã na época da grande incerteza é a mais recente proposta da PAULUS Editora para os tempos que estamos a viver.

Este livro-entrevista é o fruto de quatro dias de diálogo entre Andrea Tornielli e Julián Carrón, presbítero espa­nhol e presidente do Movimento Comunhão e Libertação, sobre o desafio de encontrar Deus num mundo cada vez mais frag­mentado.

«Ainda é possível encontrar Deus na época em que vivemos, na “sociedade líquida” em que estamos mergulhados? A secularização e a descristianização, características de um Ocidente outrora cristão, são um sinal do fim dos tempos ou apenas do fim de um tempo e do início de outro? A sociedade plural e relativista é o inimigo a combater, erguendo barreiras e muros, reforçando cidadelas construídas nas montanhas para rechaçar os ataques, ou será que se pode tornar na ocasião para anunciar o Evangelho de uma forma nova? O fim da civilização cristã, a dificuldade em encontrar um denominador comum nos “valores” e na moral “natural” assinalam a impossibilidade de um diálogo sincero entre crentes e não-crentes, ou exigem que este seja proposto de formas novas? Por que razão é que o Papa Francisco, na esteira dos predecessores do último meio século, insiste tanto na misericórdia?»

O livro já se encontra disponível na livraria online https://paulus.pt/lojavirtual, com portes de envio grátis.

Luis Sepúlveda (1949-2020)

https://www.facebook.com/PortoEditora/photos/a.103033063067545/2924908934213263/?type=3&theater

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Penguin Random House disponibiliza e-books a partir de 2,99€

Neste período difícil e de isolamento que todos enfrentamos, a leitura pode ser uma das melhores companhias.
A Penguin Random House lançou uma campanha de descida de preço de e-books de forma a fomentar e facilitar o acesso a alguns livros dos catálogos das chancelas pertencentes ao grupo editorial: Companhia das Letras, Alfaguara, Objectiva, Arena, Suma de Letras, Nuvem de Letras e Nuvem de Tinta.

São mais de 50 e-books com preços de 2,99€ e 4,99€, numa selecção que inclui romances, ensaios, biografias, livros de receitas, desenvolvimento pessoal e muitos mais. Nomes internacionais como Michel Houellebecq, J.P. Delaney, Joel Dicker e Lucia Berlin, ou lusófonos como Afonso Cruz, João Tordo, Chico Buarque e Helena Sacadura Cabral são alguns exemplos de autores que poderás ler em e-book a preço muito reduzido.

A campanha de e-books encontra-se a decorrer em Kobo, Fnac, Bertrand e Wook.

Sugestões de leitura da Bookout Editora

Livros para conhecer, crescer, sorrir; sempre com o intuito de lhe oferecer livros úteis e atuais, adequados às nossas vidas e aos nossos momentos. Sempre.

Esta é a filosofia da Bookout Editora, que tem no seu catálogo/loja on-line, muitos livros inspiradores para fazer-te companhia nestes dias de confinamento social. Aproveita a oferta dos portes de envio e recebe comodamente na tua casa todos os título com 10% de desconto. Visita https://www.bookout.pt/livraria-online.
Elenco 10 livros, cujas sinopses podes também ler aqui no blogue:
Livre! - Descobrir um sentido em todos os momentos da vida
Olhar a Vida de Frente
Alcance a Vida que Merece
Saúde Digestiva e Bem Estar
Diálogos Para o Despertar da Humanidade
A Educação Hoje
Tapping - A cura através do toque
Vencer a depressão causada pelo stress e ansiedade
Como travar as preocupações e reduzir a ansiedade
A Lei da Atração

sábado, 11 de abril de 2020

«Chuva Miúda», de Luis Landero

Edição: Porto Editora
Data de publicação: 13-02-2020
N.º de páginas: 240
Miguel Filipe Mochila traduziu para português Lluvia fina, romance considerado pela crítica espanhola como o melhor do ano em 2019. Este nono romance de Luis Landero (n. 1948), que será adaptado para o teatro e televisão, foi publicado 30 anos após a sua estreia na literatura com Jogos da Idade Tardia (Dom Quixote, 1992).
Não é spoiler dizer que esta história começa por ser banal e festiva e que acaba em ruína e em desgraça; logo nas primeiras páginas, somos informados sobre o início e o fim.
Em 2018, para comemorar o octogésimo aniversario da mãe, Gabriel, um professor de 45 anos, decide reunir a família, para saldar ofensas e rancores que eles guardam uns pelos outros. Aurora, a mulher, não acha uma boa ideia: «Não telefones já. Espera pelo menos até amanhã. Mas ele não a ouviu.»
Já tinha passado dez anos desde a última vez que Gabriel e as irmãs Sonia e Andrea se tinham juntado todos, na casa da mãe, num almoço que culminou com o rompimento de relações entre estes irmãos «quase inimigos» deste os tempos de adolescência.
A matriarca, uma mulher austera, pessimista e materialista, cedo ficou viúva, e com três filhos para criar sozinha. A inaptidão para ser uma mãe afectuosa e pouco ambiciosa para com o futuro dos filhos, fez com que a filha mais velha, Sonia, aos 14 anos, largasse o seu sonho de estudar línguas para poder viajar pelo mundo, para trabalhar numa retrosaria. Fez com que Andrea, dois anos mais nova, largasse os estudos para trabalhar num lar de idosos. E, para desolação e inveja das irmãs, deixou o filho mais novo seguir os seus desígnios sem se opor.
Casamentos forçados, abusos consentidos, mentiras cruéis, traumas que não se pode delir. Cada membro desta família tem as suas histórias importantes para contar.
«Todos temos uma data de palavras guardadas cá dentro que são como feras enjauladas e famintas que se debatem para ver a luz do dia.»
Aurora é uma das personagens centrais desta trama, visto ser a ela – que por ser uma mulher que ouve, cala e compreende – que todos contam os seus segredos: «ela nunca se importou de ouvir os outros», ela «alivia os pesares de todos e pacifica as discórdias.» O que eles não sabem é que também Aurora tem uma história para contar.
«As águas passadas regressam sempre turvas»
Chuva Miúda é um romance magistral, entusiasmante, lúgubre e completamente original. Através de uma estrutura polifónica pouco usual, uma linguagem cuidadosa e densa camuflada por uma aparente simplicidade, e uma excelente construção psicológica dos personagens, Luis Landero apresenta uma história crível e avassaladora sobre os relacionamentos familiares e românticos.
Sobre este seu romance, numa entrevista que deu em Dezembro passado ao El Mundo, o escritor espanhol de 72 anos, que é considerado um dos nomes essenciais da literatura espanhola, disse: «En la familia todo se encona porque hay cuentas que sanar, agravios que la imaginación exalta. O se inventan. Traumas... Y, por supuesto, reproches que se suelen hacer tardíamente. El victimismo está en todas partes, siempre buscamos culpables (…) Las frustraciones las proyectamos en la familia.»

Excertos
«A verdadeira felicidade só se encontra no mais fundo da dor, (…) só aí é que uma pessoa aprende a amar o próximo a sério.»

«Instala-se um longo silêncio. Mas os silêncios já não são como dantes. Dantes, o que as palavras evitavam ou se esqueciam de dizer diziam-no os silêncios com o descaramento das crianças ou dos papagaios, mas agora não, agora os silêncios carecem de vida e não têm nada a acrescentar ao já dito. São tão brutos e espessos, os silêncios, que nem sequer os lugares-comuns, as frases feitas, conseguem penetrar neles.»

quinta-feira, 9 de abril de 2020

«Cosmos: Mundos Possíveis», a continuação do grande clássico de Carl Sagan

Cosmos: Mundos Possíveis é a continuação da emocionante odisseia que Carl Sagan - cientista, físico, biólogo, astrónomo, astrofísico, cosmólogo, escritor, divulgador científico e activista norte-americano falecido em 1996 - e a sua mulher, Ann Druyan, começaram juntos. O livro chancelado pela Gradiva, encontra-se à venda no site da editora e nas livrarias digitais habituais. O premiado Cosmos: Odisseia no Espaço é um fenómeno global, exibido em 181 países em todo o mundo.
Agora, com Cosmos: Mundos Possíveis, Ann Druyan continua a aventura electrizante que levará o leitor através de 14 mil milhões de anos de evolução cósmica e aos recantos mais íntimos da Natureza. Aqui são incluídas histórias nunca contadas de «interrogadores» destemidos cuja busca nos proporcionou o vasto Universo que começamos agora a conhecer. Neste livro cativante, Druyan prevê o futuro inspirador que ainda podemos ter neste mundo, se acordarmos a tempo de usar a nossa ciência e a alta tecnologia com sabedoria.

No canal National Geographic, a série homónima está a ser exibida desde 9 de Março.

Outros livros de Carl Sagan e Ann Druyan: Cometa e Sombras de Antepassados Esquecidos.

domingo, 5 de abril de 2020

«O Lado Negro da Mente», de Kerry Daynes

Editora: Bertrand
Data de publicação: 07-02-2020
N.º de páginas: 240
A britânica Kerry Daynes afirma que «cada pessoa tem as suas histórias importantes para contar.» Talvez por isso, esta psicóloga forense que conta com quase vinte e cinco anos de experiência a trabalhar com vítimas tanto quanto com agressores, decidiu que chegara a hora de contar as suas memórias, não só profissionais, mas também pessoais. «Escrever o livro funcionou um pouco como terapia», «Há um poder enorme em contar a nossa própria história», «foi um processo muito emocional», revelou numa entrevista.
São relatos fascinantes, complexos, aterrorizantes, mas também, por vezes, plenos de humanidade, os que a autora britânica de 46 anos apresenta em O Lado Negro da Mente.
Em cada um dos 11 capítulos do livro, Kerry recupera um ou vários casos de clientes e pacientes seus, com quem trabalhou em prisões ou em hospitais psiquiátricos. São exemplos os seguintes: Alison, condenada pela morte do marido; Marcus, um doente esquizofrénico que matara o irmão; Gary, um pedófilo a cumprir pena, cuja consulta e análise do seu historial clínico revelou-se fulcral para a psicóloga dar o seu testemunho em tribunal; e Jeane, diagnosticada com perturbação de personalidade borderline, que tentava periodicamente auto-mutilar-se (esta foi a única paciente que alguma vez Kerry deixou que a visse a chorar).
Ao analisar quotidianamente e ao longo de vários anos a psique de homens e mulheres condenados, ao tentar compreender os processos mentais por trás dos seus actos criminosos, esta psicóloga astuta e pragmática conta-nos que esse trabalho complexo e minucioso revelou-se um desafio constante, que confrontava as suas próprias crenças sobre ofensores e vítimas. Kerry confessa que alguns pacientes a ajudaram a se tornar uma pessoa mais compassiva.
Como referido acima, a história da sua carreira entreliga-se com acontecimentos pessoais dramáticos com que teve de lidar: «Passara muito tempo a olhar para o abismo, as fendas negras da mente onde as coisas más habitam e apodrecem, e agora o abismo estava a olhar para mim.» Um relacionamento amoroso com um parceiro controlador e abusivo, enquanto era psicóloga estagiária, e mais tarde, após ser uma presença assídua em programas televisivos, foi alvo de um stalker, uma experiência angustiante de perseguição.
O Lado Negro da Mente é um livro de memórias franco e envolvente, escrito por uma das mais reputadas psicólogas forenses do Reino Unido, que nos apresenta a sua visão, muitas vezes incisiva, do mundo do encarceramento e da saúde mental nesse país.
A linguagem adoptada no livro é acessível, com um tom certo e linguagem isenta de jargões, tornando acessíveis a todo o leitor as suas explicações sobre o comportamento humano. Salientar o humor refinado e perspicaz (muitas vezes “camuflados” dentro de parêntesis) com que a autora teceu algumas partes do livro.
O Lado Negro da Mente é o título a procurar nas livrarias por psicólogos ou leitores com curiosidade em perceber um pouco mais sobre os meandros da mente humana.

Excertos

«Às vezes, só temos de nos sentar com uma pessoa e validar o que ela está a sentir, sem temer a sua dor e o seu desgosto.»

«As histórias que contei aqui são apenas um punhado das experiências que fazem de mim quem sou como psicóloga forense e como pessoa.»

«Deixa-te de Mentiras», de Philippe Besson

Editora: Sextante
Data de publicação: 06-02-2020
N.º de páginas: 160
Nasceu em 1967, estudou Direito e trabalhou como jurista e professor até 2002, ano em que viu publicado o seu terceiro romance. Philippe Besson tinha-se estreado na literatura no ano anterior, com o romance En l'absence des hommes (publicado em Portugal em 2008 sob o título Em Tempos de Guerra) e confortado pelo excelente feedback que os seus romances obtiveram por parte dos leitores e da crítica, o escritor decidiu dedicar-se exclusivamente à escrita.
O seu décimo oitavo romance foi lançado em França em 2017 (actualmente já ultrapassou o número de 200 mil exemplares vendidos) e recebeu vários prémios, e tem já assegurado para breve a sua adaptação ao cinema. Falo de Deixa-te de Mentiras, um livro escrito com uma rara sensibilidade e beleza, absolutamente perfeito desde a primeira até à última frase.
No Inverno de 1984, numa pequena cidade no sudoeste da França, dois jovens encontram-se no último ano do liceu. Um, «um rapaz de cabelos emaranhados, de barba a despontar, de olhar sombrio», é robusto, pouco sociável e vive no meio rural. O outro, um ano mais novo, é o melhor aluno da turma, tem uma índole sensível e alguns trejeitos efeminados ‒ «Dizem que eu prefiro os rapazes», é o rumor que corre sobre ele na escola.
Um dia, um aborda o outro e rapidamente estabelecem um relacionamento emocional e sexual. Nas semanas seguintes, durante encontros clandestinos descobrem as potencialidades do corpo, do sexo, e assim, com as necessidades consumadas, florescem ritos e tormentos que a primeira inocência perdida faz despertar.
«Estava enternecido», «fascinado», «perturbado», «seduzido», «apanhado», «cego», «a verdade nua e crua, é que eu estava apaixonado». 
Com o findar da Primavera, chega também o fim do liceu. Mas não o fim da história.

«Porque tu um dia hás de partir e nós vamos ficar.»

«O tempo foi passando, a vida passou-nos por cima, modificou-nos, transformou-nos.»
 
Deixa-te de Mentiras é um livro profundamente íntimo, tocante e enternecedor. A história fala sobre os encontros que mudam tudo, sobre as encruzilhadas involuntárias que provocam o desvio de uma trajectória.
Através de um estilo auto-reflexivo, fragmentado e refinado, (numa parte do enredo) uma linguagem isenta de filtro e usando como figura de estilo predominante a analepse, neste romance Philippe Besson captura sentimentos complexos e fulgurantes como o amor, a rejeição, o desamparo, a nostalgia e a dor.
Deixa-te de Mentiras (Arrête avec tes mensonges), romance cujo enredo nos reporta automaticamente para Brokeback Mountain, de Annie Proulx, e O Amante, de Marguerite Duras, é o primeiro volume de uma trilogia autobiográfica (que na França já ficou completa em 2019 com Un certain Paul Darrigrand e Dîner à Montréal).
No Goodreads, no dia de hoje, este livro conta com uma classificação de 4.27 em 5, média das pontuações dadas por mais de 5 mil leitores que estão registados nessa plataforma.
Este escritor francófono já escreveu 21 romances, 3 novelas e um livro de poesia, alguns deles já traduzidos para cerca de vinte idiomas.

Excertos
«Sinto-o, este desejo, um formigueiro no ventre percorre-me a espinha. Mas tenho de conter incessantemente, reprimi-lo para que não salte aos olhos dos outros.»

«Como se a vida fosse assim, simplesmente assim, sermos amigos e perdermo-nos de vista e continuar a viver, como se não houvesse desolação, separações que nos deixam exangues, ruturas de que nos recompomos à custa de muito penar, arrependimentos que nos perseguem durante muito tempo.»

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Não acompanhaste as 3 temporadas de 'A Casa de Papel'? Então este livro é para ti!

A quarta temporada da famosa série produzida em Espanha A Casa de Papel, estreia hoje na Netflix. Para quem prefere passar o seu tempo livre a ler, fica a sugestão: A Casa de Papel - Escape Book - O diário do professor, um livro com enigmas construídos a partir de fotogramas das três temporadas da série.

Sinopse
Sergio Marquina mais conhecido como o Professor, líder do maior assalto da história de Espanha, passou parte da infância e adolescência no Hospital de San Juan De Dios em San Sebastián, onde travou amizade com Jero Lamerca.
Nos piores dia de Jero, Sergio que já mostrava sinais de uma mente privilegiada, idealizava jogos para manter o amigo motivado. Quando o olhar de Sérgio estava ausente, era Jero quem o trazia de volta ensinando-lhe a fazer passarinhos de papel.
Passou algum tempo desde o roubo milionário na Casa da Moeda e do Papel. Hoje, enquanto guardava as poucas coisas que estavam na oficina de motas que tem de fechar, Jero recebeu uma encomenda. No interior, uma carta sem assinatura, um caderno, uma caixa fechada com um cadeado, uma fotografia de uma máscara de Dalí e um passarinho vermelho.
Jero não tem dúvidas. Sérgio Marquina deixou-lhe uma parte do saque escondida, uma nova oportunidade. Apenas tem de destrinçar as pistas para o encontrar.

quinta-feira, 2 de abril de 2020

«Os Outros», de C. J. Tudor

Editora: Planeta
Data de publicação: 04-02-2020
N.º de páginas: 368
Após O Homem de Giz (2018) e Levaram Annie Thorne (2019), a escritora britânica C. J. Tudor apresenta aos leitores um novo tríler psicológico, cuja trama nos deixa preso em cada volta e reviravolta, cada choque, cada revelação.

A premissa: uma mãe e uma filha são assassinadas versus uma mãe e uma filha em fuga.

A história começa com o pior pesadelo de um pai se tornando realidade: «É a respeito da sua mulher… e da sua filha.» Quando Gabe Forman é informado pela polícia que Jenny e Izzy foram encontradas mortas na sua casa, o seu mundo desaba. A polícia acredita que a mulher e a filha de cinco anos tinham sido mortas durante um roubo que correra mal.
Três anos passados sobre este acontecimento, Gabe é um homem desequilibrado (não tinha familiares, nem amigos chegados, «não tinha emprego. Não tinha casa. Já não era pai nem marido») e o único que acredita que a filha ainda está viva: «passava o dia e a noite a conduzir para cima e para baixo ao longo da auto-estrada (…) à procura do carro que lhe levara a sua menina.»
Enquanto isso, juntam-se à narrativa uma mulher chamada Fran e a sua filha Alice ‒ da mesma idade que Izzy teria agora ‒, que fogem de alguma ameaça não especificada; uma empregada de balcão de uma das estações de serviço que Gabe começa a frequentar após a tragédia; e uma enfermeira que cuida há vários anos de uma criança em estado vegetativo.
E ‘Os Outros’, uma facção sombria a quem aconteceu coisas terríveis e que não encontra consolo no perdão ou no esquecimento, que papel terá para o desfecho desta história?
Com tradução (a partir de The Other People) a cargo de Mário Dias Correia, Os Outros é um romance intrigante e invulgar, tão obscuro quanto emocionante, que aborda temas como a vingança, o carma e o perdão.
Entrelaçando capítulos curtos e plenos de suspense, narrados pelas vozes de personagens psicologicamente desestruturados, em constante angústia emocional, e incorporando aqui e ali elementos do sobrenatural, C. J. Tudor volta a surpreender os leitores com uma história inebriante e original, cujo desfecho é impossível de prever.
Tal como nos seus livros antecedentes, neste seu terceiro tríler, a autora explora os perigos e os cantos mais escuros da infância e, em geral, das relações humanas.
Por os factos serem dados a conhecer muito lentamente (uma jogada estratégica bem eficaz), C. J. Tudor faz despoletar no leitor uma ansiedade contínua em relação aos acontecimentos passados e futuros do enredo, mantendo assim o leitor empolgado e disposto a virar a página.
Referir que neste seu novo trabalho, é notório um vocabulário e sintaxes mais ricos, revelando que a autora tem vindo a aprimorar a sua escrita.

Excertos
«Desaparecer é diferente de morrer. De certa maneira, é pior. A morte oferece finalidade. A morte dá-nos licença para chorar. Para fazer um serviço fúnebre, para acender velas e pôr flores. Para deixar ir.
Desaparecer é um limbo. Ficamos perdidos; num lugar estranho e sombrio onde a esperança brilha como uma débil chama no horizonte e a infelicidade e o desespero voam em círculos no céu, como abutres.»


«Não somos especiais. Somos como toda a gente, a caminhar por um campo de minas, a tentar fingir que o nosso mundo não pode ser feito em pedaços de um momento para o outro.»

«Tentamos não pensar na morte. E se pensamos, vemo-la como uma coisa distante e abstracta. (…) Tal como nos convencemos de que a tragédia nunca baterá à nossa porta porque somos de algum modo especiais e imunes. O pior que pode acontecer só acontece aos outros.»

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Novo livro do médico e cientista italiano Lamberto Maffei está entre as novidades da Almedina

Elogio da Rebeldia, de Lamberto Maffei
Paradoxalmente, o subproduto da tecnologia e da globalização é a solidão, uma solidão causada por um excesso de estímulos que induzem uma frenética atividade do cérebro, tirando espaço à reflexão e à liberdade de pensamento, saturado que está de ligações em rede e pela televisão. É a solidão de um cérebro que envia e recebe notícias apenas através de programas informáticos, mas que muitas vezes perdeu o contacto emocional com os outros. O cérebro superligado é um cérebro solitário, porque corre o risco de perder os estímulos fisiológicos do ambiente, do sol, da realidade pulsante da vida que o rodeia. Esta é também a solidão dos mais jovens, cuja atividade cerebral está a diminuir. Um cérebro sem estímulos é um cérebro em coma. É contra esta inatividade incapacitante que o autor de Elogio da Lentidão e O Elogio da Palavra se insurge nesta obra.

Como Tornar-se um Ditador, de Frank Dikötter
Mussolini, Hitler, Estaline, Mao Tsé-tung, Kim Il-sung, Ceausescu, Mengistu da Etiópia e Duvalier do Haiti.
Nenhum ditador pode governar apenas pelo medo e pela violência. Pode-se tomar e manter o poder puro e duro temporariamente, mas isso só não basta a longo prazo. Um tirano capaz de constranger o seu povo a aclamá-lo durará muito mais. O paradoxo do ditador moderno é que ele deve criar a ilusão do apoio popular. Ao longo do século XX, centenas de milhões de pessoas foram condenadas ao entusiasmo, obrigadas a saudar os seus líderes enquanto estes os conduziam para a escravidão.
Em Como Tornar-se um Ditador, Frank Dikötter regressa a oito dos cultos de personalidade mais perturbadoramente eficazes do século XX. Desde desfiles meticulosamente coreografados até à projeção premeditada de um véu de mistério, passando por uma censura de ferro, estes ditadores trabalharam incessantemente a sua imagem e encorajaram o conjunto da população a glorificá-los. Numa altura em que a democracia está em retrocesso, estaremos a assistir a um ressurgimento das mesmas técnicas entre alguns dos líderes mundiais atuais?
Este estudo oportuno, escrito com grande vigor narrativo, examina a forma como um culto se instala, cresce e se sustenta a si mesmo. Coloca o culto da personalidade onde este pertence, no próprio cerne da tirania.

A Economia dos Pobres, de Abhijit V. Banerjee e Esther Duflo
Durante mais de quinze anos, Abhijit V. Banerjee e Esther Duflo trabalharam em dezenas de países dos cinco continentes, tentando compreender os problemas específicos que surgem com a pobreza e encontrar soluções consistentes. O seu livro é, em simultâneo, radical, na medida em que repensa a economia da pobreza, e inteiramente prático nas sugestões que oferece, permitindo uma visão autêntica das vidas dos mais pobres do mundo.
A Economia dos Pobres defende que grande parte das políticas de combate à pobreza falhou ao longo dos anos devido a uma compreensão inadequada da própria pobreza. Esta batalha ainda pode ser ganha, mas irá requerer paciência, uma reflexão cuidadosa e a vontade de aprender com os factos. Banerjee e Duflo são visionários com sentido prático, e o seu trabalho meticuloso constitui um guia imprescindível para decisores políticos, filantropos, ativistas e qualquer pessoa interessada em erradicar a pobreza do mundo.

Para reduzir (ou potenciar) o stresse, chega o livro «Acalme-se, F*da-se!»

Da mesma autora de Mude a Sua Vida Aprendendo a Dizer que se F*da (2018) e Deixe-se de M*rdas (2019), a americana Sarah Knight, fica disponível na próxima sexta-feira, nas livrarias onlines,  o livro categorizado como de auto-ajuda Acalme-se, F*da-se!

Sinopse
Passa mais tempo a preocupar-se com os problemas do que a resolvê-los? Deixa que as dificuldades inesperadas estraguem o seu dia e não dorme à noite a pensar «e se…»?
Então está na hora de se acalmar, f*da-se. Só porque tudo à sua volta se está a desmoronar não quer dizer que não consiga tomar conta do assunto.
Quer esteja a preocupar-se com coisas que já aconteceram ou que ainda estão para acontecer, a antiguru, Sarah Knight, apresenta-lhe o método 'E Eu Ralado' para moderar a ansiedade e deixar de remoer as situações.
Aqui, outros livros do mesmo género, que desde 2018 têm sido publicados, alguns com excelentes alcances e sucesso.