quarta-feira, 1 de abril de 2020

Novo livro do médico e cientista italiano Lamberto Maffei está entre as novidades da Almedina

Elogio da Rebeldia, de Lamberto Maffei
Paradoxalmente, o subproduto da tecnologia e da globalização é a solidão, uma solidão causada por um excesso de estímulos que induzem uma frenética atividade do cérebro, tirando espaço à reflexão e à liberdade de pensamento, saturado que está de ligações em rede e pela televisão. É a solidão de um cérebro que envia e recebe notícias apenas através de programas informáticos, mas que muitas vezes perdeu o contacto emocional com os outros. O cérebro superligado é um cérebro solitário, porque corre o risco de perder os estímulos fisiológicos do ambiente, do sol, da realidade pulsante da vida que o rodeia. Esta é também a solidão dos mais jovens, cuja atividade cerebral está a diminuir. Um cérebro sem estímulos é um cérebro em coma. É contra esta inatividade incapacitante que o autor de Elogio da Lentidão e O Elogio da Palavra se insurge nesta obra.

Como Tornar-se um Ditador, de Frank Dikötter
Mussolini, Hitler, Estaline, Mao Tsé-tung, Kim Il-sung, Ceausescu, Mengistu da Etiópia e Duvalier do Haiti.
Nenhum ditador pode governar apenas pelo medo e pela violência. Pode-se tomar e manter o poder puro e duro temporariamente, mas isso só não basta a longo prazo. Um tirano capaz de constranger o seu povo a aclamá-lo durará muito mais. O paradoxo do ditador moderno é que ele deve criar a ilusão do apoio popular. Ao longo do século XX, centenas de milhões de pessoas foram condenadas ao entusiasmo, obrigadas a saudar os seus líderes enquanto estes os conduziam para a escravidão.
Em Como Tornar-se um Ditador, Frank Dikötter regressa a oito dos cultos de personalidade mais perturbadoramente eficazes do século XX. Desde desfiles meticulosamente coreografados até à projeção premeditada de um véu de mistério, passando por uma censura de ferro, estes ditadores trabalharam incessantemente a sua imagem e encorajaram o conjunto da população a glorificá-los. Numa altura em que a democracia está em retrocesso, estaremos a assistir a um ressurgimento das mesmas técnicas entre alguns dos líderes mundiais atuais?
Este estudo oportuno, escrito com grande vigor narrativo, examina a forma como um culto se instala, cresce e se sustenta a si mesmo. Coloca o culto da personalidade onde este pertence, no próprio cerne da tirania.

A Economia dos Pobres, de Abhijit V. Banerjee e Esther Duflo
Durante mais de quinze anos, Abhijit V. Banerjee e Esther Duflo trabalharam em dezenas de países dos cinco continentes, tentando compreender os problemas específicos que surgem com a pobreza e encontrar soluções consistentes. O seu livro é, em simultâneo, radical, na medida em que repensa a economia da pobreza, e inteiramente prático nas sugestões que oferece, permitindo uma visão autêntica das vidas dos mais pobres do mundo.
A Economia dos Pobres defende que grande parte das políticas de combate à pobreza falhou ao longo dos anos devido a uma compreensão inadequada da própria pobreza. Esta batalha ainda pode ser ganha, mas irá requerer paciência, uma reflexão cuidadosa e a vontade de aprender com os factos. Banerjee e Duflo são visionários com sentido prático, e o seu trabalho meticuloso constitui um guia imprescindível para decisores políticos, filantropos, ativistas e qualquer pessoa interessada em erradicar a pobreza do mundo.

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