segunda-feira, 28 de março de 2011

Eduardo Souto Moura vence Prémio Pritzker

O prémio Pritzker, galardão que é considerado o "Nobel da arquitetura", foi atribuído este ano ao arquiteto português Eduardo Souto Moura. O júri destaca o "trabalho que é do nosso tempo mas que também tem ecos da arquitetura tradicional".

Edifício do Cinema

Eduardo Souto de Moura nasceu no Porto em 1952. Entre 1974 e 1979 colaborou com o arquitecto Álvaro Siza Vieira, e em 1980 licenciou-se em Arquitectura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto. Foi professor-assistente do curso de Arquitectura na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e professor convidado na Faculdade de Arquitectura de Paris-Belleville, nas Escolas de Arquitectura da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos da América, e de Dublin, na Irlanda, bem como na ETH de Zurich e ainda na Escola de Arquitectura de Lausanne. Souto de Moura é uma referência incontornável entre os arquitectos que se formaram após o 25 de Abril de 1974, sendo o arquitecto português da sua geração mais divulgado internacionalmente.

Casa das Histórias (actual Museu da obra de Paula Rego)


Da sua vasta obra, há a destacar a Casa das Histórias em Cascais, a Casa das Artes no Porto, a Estação de Metro da Trindade, o Centro de Arte Contemporânea de Bragança, o Hotel do Bom Sucesso em Óbidos, o Mercado da Cidade de Braga, a Marginal de Matosinhos-Sul, o Crematório de Kortrijk (Bélgica), o Pavilhão de Portugal na 11ª Bienal de Arquitectura de Veneza (Itália) ou a Casa Llabia (Espanha).

O prémio Pritzker tem o valor de 70 mil euros e será entregue a Eduardo Souto Moura numa cerimónia marcada para o próximo mês de Junho, em Washington, nos Estados Unidos.

Este prémio anual, promovido pela Fundação Hyatt, foi criado em 1979 e tem como objetivo distinguir um arquiteto vivo.
Edifício do Burgo (Porto)



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sexta-feira, 25 de março de 2011

O carteiro de Pablo Neruda – O livro e o filme

O LIVRO

 
Sinopse: 

Mario Jiménez, jovem pescador, decide abandonar o seu ofício para se converter em carteiro da Ilha Negra, onde a única pessoa que recebe e envia correspondência é o poeta Pablo Neruda.


Mario admira Neruda e espera pacientemente que algum dia o poeta lhe dedique um livro ou aconteça mais do que uma brevíssima troca de palavras ou o gesto ritual da gorjeta.

O seu desejo ver-se-á finalmente realizado e entre os dois vai estabelecer-se uma relação muito peculiar.




A minha opinião:
Ao falar d'O Carteiro de Pablo Neruda deveríamos brincar metaforicamente com as palavras e vestir-nos com a mais pura das simplicidades.

Depois de terminar o livro fiquei a pensar: “Onde andei este tempo todo que ainda não tinha me deparado com este livro?”

Este livro é um tratado à amizade entre Mário e Neruda. Uma amizade que nasce no desejo sedento de Mário querer conhecer as palavras e escrever poesia. E assim, começa uma relação singular entre estes dois homens, a qual se desenvolve quando Mario pede conselhos ao poeta para conquistar a jovem por quem se apaixonou.

Existe um grande paralelismo entre estes dois homens, um pescador humilde e um eremita intelectual. Foi interessante assistir à evolução desta relação despreocupada por ambos e ao modo como a poesia, e em especial a metáfora, a influenciaram.

No seu todo, este livro é uma ode ao amor, à humildade e à amizade pura e verdadeira. O autor inseriu muitos estilismos ao longo desta curta história, para sobressair estes sentimentos.

Antonio Skármeta escreve de uma maneira sublime, brincando
metaforicamente com o leitor  e fez-me ficar cativado no tom irónico e poético da sua escrita.

Fiquei com muita curiosidade em ler outros livros dele.

Em suma, é uma leitura rápida e lê-se num só trago. Para ler numa tarde livre de fim-de-semana.


O FILME
Trailer

A minha opinião:
De tempos a tempos o cinema italiano prenda-nos com um filme mágico, um clássico que para sempre será evocado na mente de quem o assiste, sendo um exemplo o filme “Cinema Paraíso” e este "O carteiro de Pablo Neruda".

“O carteiro de Pablo Neruda” foi feito com a mais simples das simplicidades e embora não seja uma cópia do livro, pois os pormenores, o tom poético, o poder de imaginação enquanto lê-se e até o desfecho difere um pouco.

É um filme de conteúdo e de causas, onde a magia e encanto está quase toda concentrada num só único personagem, Mário Ruoppolo, que desempenha este personagem no ponto exacto da perfeição.

O filme tal como o livro é uma ode à poesia, às metáforas e ao amor e é na minha opinião, um dos maiores clássicos da 7ª arte.


Curiosidades:
¥  Este filme esteve nomeado nos Óscares de 1996, nas categorias de Melhor Ator (Massimo Troisi), Melhor Director, Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado. Venceu na categoria de Melhor Trilha Sonora Original, composta por Luis Enríquez Bacalov

¥  O actor Massimo Troisi, que interpretou Mario Ruoppolo morreu de ataque cardíaco apenas 12 horas após a conclusão das filmagens do filme. Apesar de saber que era doente cardíaco e que necessitava de tratamento e descanso, persistiu na sua ideia de terminar esta personagem.

¥  Philippe Noiret, que interpretou Pablo Neruda foi um dos atores mais requisitados do cinema italiano e francês. Actuou em mais de 150 filmes ao longo de cinco décadas, ganhando maior notoriedade após os sessenta anos de idade ao interpretar Giuseppe Tornatore, em "Cinema Paradiso”.

¥  Pablo Neruda é considerado um dos mais importantes poetas do século XX, tendo sido distinguido com o Prémio Nobel da Literatura em 1971.
 

segunda-feira, 21 de março de 2011

Um poema + uma árvore = Primavera

Quando vier a Primavera,
   Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
   E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
   A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme

 
   Ao pensar que a minha morte não tem      importância nenhuma.
   Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
   Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.


    Se esse é o seu tempo, quando havia ela de  vir senão no seu tempo?

   Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
   E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.

 
     Por isso, se morrer agora, morro contente,
        Porque tudo é real e tudo está certo.
      Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
         Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
      Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
          O que for, quando for, é que será o que é.

    (Alberto Caeiro)


domingo, 20 de março de 2011

Robin Sharma:O Monge que vendeu o seu Ferrari

Sinopse:
Julian Mantle é um prestigiado advogado de Nova Iorque que não tem mãos a medir, nem em termos de trabalho, do qual é dependente, nem no que concerne à ambição pessoal de conquista. A vida, contudo, teria uma lição a dar-lhe: proporcionou-lhe um enfarte que o havia de salvar dele próprio e das suas prisões. Efectivamente, depois deste episódio, em que o balanço da existência é uma inevitabilidade, urgia reequacionar valores e prioridades. Para tal, nada melhor do que dirigir-se ao “cosmos da espiritualidade”: o Oriente. Se bem pensou, melhor o fez; vendeu todos os bens que possuía e partiu para a sua viagem de autodescoberta.

O Monge que Vendeu o Seu Ferrari é um best-seller inquestionável que oferece aos leitores uma série de lições simples e eficazes sobre como viver melhor. 

«Uma história cativante que ensina e encanta.» 
– Paulo Coelho

A minha opinião:
Este foi um livro que já tinha ouvido falar excelentemente bem e após vários meses, talvez mais de um ano a tentar encontrar um exemplar disponível em várias livrarias, finalmente a editora Pergaminho reeditou-o.

Portanto, após tanto tempo de espera era mais que normal estar insaciável e ávido para embrenhar-me nesta leitura.

Devo dizer que desde as primeiras páginas fiquei em pleno estado de absorção!
As lições que este livro ensinou-me são fundamentais e despertou em mim vários pensamentos que estavam latentes e ancorados no fundo da mente.Foi como uma luz que apareceu no fundo do túnel, que embora eu soubesse que existisse, não conseguia ver antes.

Mais do que uma fábula, este livro pode ser entendido como uma força motriz, que faz o nosso raciocínio mover.

Depois de ler O Monge que vendeu o seu Ferrari, tive a sensação peremptória de que essas páginas seriam para sempre o resquício de uma lição apre(e)ndida.

Entre o hiato que separa o início e termino deste fabuloso livro,a minha percepção de vários modos de pensar, sentir e agir mudou.

Só resta-me dizer que valeu a pena esperar tanto tempo por este livro/alimento.

Aconselho vivamente esta leitura.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Nº1 Top Bertrand

O Cão do Sócrates
Autor: Ribeiro, António
Editora: A Esfera dos Livros
Sinopse:
«Desta vez fiz asneira e da grossa. Mas como podia eu saber que aquele pedaço de papel que rasguei e comi era tão especial para o meu dono? Todos os dias lhe como e destruo metade dos papéis oficiais e dos despachos que ele tem em cima da secretária e ele não se importa com isso. Aliás, as coisas que já lhe comi davam para fazer um livro só sobre isso: um DVD intitulado 'Espanhol para Falar com Chefes de Estado', um telemóvel que fazia ruídos estranhos quando se atendia (este por acaso até foi o meu dono que me deu para roer), um livro de poemas autografado pelo Manuel Alegre (ainda por abrir!), uma fotografia do presidente da República que estava a marcar as Páginas Amarelas, três ou quatro orçamentos de Estado (são sempre os mais difíceis de roer). 

Sempre que tenho estes impulsos de rafeiro, o meu dono faz-me aquela falsa cara de mau e diz-me «Não, pá, isso não pá, larga pá!» mas depois ou toca o telemóvel e ele distrai-se com a conversa ou acaba por esboçar um sorriso e perdoar-me. Desta vez não. Foi tudo muito diferente. Enfim, a culpa é minha. Tinha de acabar em desgraça esta minha mania de me atirar a tudo o que é papel oficial. E o que mais me causa estranheza é que desta vez só roí um papel, um miserável papel. (...) Este era fininho, uma folha apenas, estava cheio de números e letras e tinha um emblema no cimo da página. Uma coisa aparentemente rasca, sem valor mas afinal era valiosíssima! 

Como é que eu ia saber que aquilo era o certificado de habilitações do meu dono, do seu curso de engenheiro?»

sexta-feira, 11 de março de 2011

O homem que sonhava ser Hitler

Sinopse:  
No pátio das traseiras de um prédio de um pacífico bairro de Lisboa, uma criança é atacada por três homens e deixada em coma. Ao investigar o que inicialmente se supõe ser um mero acto de cobardia de um grupo de cabeças-rapadas que resultou em tragédia, as autoridades vão descobrir uma gigantesca conspiração que prova que, nunca como hoje, a democracia e o estado de direito estiveram tão ameaçados em Portugal. 

Neste surpreendente romance, Tiago Rebelo abre-nos a porta dos fundos do lado mais obscuro da política nacional dos nossos dias, onde nada é o que parece ser e onde se desenrolam acontecimentos extraordinários que colocam em perigo toda a sociedade, sem que esta se aperceba do que está realmente a acontecer.



A minha opinião:
“O Homem que sonhava ser Hitler” foi um livro que me cativou e foi de leitura ininterrupta. Tiago Rebelo surpreendeu-me neste tipo de escrita, que tende para o género policial, o que não acontece nos seus outros livros. Já li “Não chores o passado” e a temática não assemelha-se em nada a este.

Nesta história que envolve o mundo da politica, dos “Skinheads” que demonstram a sua ideologia xenófoba e racista, de um partido neo-nazi chefiado por João Carlos, um megalómano com ideologias destrutivas para com o sistema politico e social. Os personagens, o Caveira, o Sombra, o Malhado, o Janico e o Pardal, são o comprovar de que o autor sabe escolher bem os seus personagens e não desfigura-se do tom caricato e hilariante que põe nos mesmos.

O autor inseriu no contorno deste excelente livro, o romance entre Rita e António, o inspector da policia. Em pano de fundo do enredo está o rapaz de 7 anos, o Hugo, que é encontrado sem sentidos, após ter sido espancado, pelo grupo de “cabeças rapadas”, supostamente…
O final é, no mínimo impensável e hilariante!

O que achei exímio na escrita de Tiago Rebelo, neste livro, foi o de este “dar” pistas, que à priori, o leitor não repara. Isto só deixa transparecer o nível da escrita criativa que este escritor possui.

O autor passou a pertencer ao meu restrito leque de autores lusófonos. Após o termino desta leitura fiquei com curiosidade em me embrenhar pelos outros títulos já publicados.

sábado, 5 de março de 2011

Aurora polar - Um mistério da Natureza

¥ A Aurora Polar é certamente um dos fenómenos mais belos da natureza. A primeira vez que tomei conhecimento deste fenomeno foi através de um documentário emitido na RTP2. Desde esse dia fiquei com curiosidade para presenciar ao vivo este extâse de cor e mistério.A Natureza é sublime, sem dúvida!



Nem todos os efeitos da actividade solar são nocivos. Um deles, belo e espectacular, são as auroras boreais e austral, luzes coloridas que surgem nos céus de regiões relativamente próximas do pólo Norte. 


Normalmente, as auroras boreais são esverdeadas pois os átomos de oxigénio das altas camadas atmosféricas emitem luz verde, ao serem excitados pelos eléctrodos de alta velocidade do vento solar. Quando a tempestade é forte para valer, camadas mais baixas da atmosfera são atingidas pelo vento solar e a aurora boreal pode vermelha, cor da luz emitida por átonos excitados de nitrogénio, outro constituinte de nossa atmosfera. 


O Fênomeno das Auroras é visível na Terra e em todos os planetas gasosos do Sistema Solar. Na Terra elas ocorrem ao longo de todas as chamadas "zonas aurorais", regiões em forma de anel que circundam os pólos geomagnéticos Norte e Sul. 


O Norte da Europa, em particular, Norte da Noruega e da Finlândia, são excelentes locais para observação de auroras. O Alasca também é outro bom lugar, em particular a cidade de Fairbanks.

É um belo espectáculo de luz e cores na atmosfera à noite. A que ocorre no pólo Norte recebe por nome de aurora boreal, a do pólo Sul é conhecida como aurora austral. Elas formam no céu uma luminosidade difusa, que pode ser vista quando o sol está em baixo no horizonte. 


O Sol emite uma grande quantidade de partículas electricamente carregadas, prótons e elétrons, que caminham em todas as direcções. Esse fluxo de partículas recebe o nome de vento solar. Ao atingir as altas camadas da atmosfera da Terra, essas partículas electrizadas são capturadas e acelaradas pelo magnetismo terrestre, que é mais intenso nas regiões polares. 

Umas têm movimentos suaves, outras pulsam. Sempre em alturas de cerca de 100 quilómetros de altitude.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Filme: Sexo sem compromisso (No strings Attached)

Trailer
Sinopse:
Nesta comédia romântica Emma e Adam são dois amigos de infância que quase arruínam a amizade depois de uma manhã de sexo... Para protegerem os laços de amizade que os unem resolvem fazer um pacto, com o objectivo de manter a relação estritamente na base de "sexo sem compromisso". Isso implica: nada de ciúmes, expectativas, discussões, flores ou falinhas mansas. Além disso podem fazer o que lhes apetecer, quando lhes apetecer, onde quer que estejam, desde que não se apaixonem um pelo outro. É então que começam as dúvidas... Será que consegues ter sexo sem amor pelo caminho? Conseguirá a amizade sobreviver?


A minha opinião:
Emma e Adam conhecem-se desde a infância mas o tempo separou-os até voltarem a se encontrar já eles feitos adultos.
Após o reencontro é criada, mutuamente entre ambos uma química sexual e ambos deixam se levar pela “faísca”.Agora vem o problema, Emma não quer criar laços afectivos e por isso afirma que seria perfeito conservar as coisas como estão: sexo ocasional e apenas isso.

As relações ocasionais para que não deixem vestígio nem amarras no coração, quer da mulher quer do homem (sim, porque também nós temos coração), tem de ser apenas quando acontecem uma vez, ou como dizem os ingleses “one night stand”. Duas vezes é já um problema, pois somos capazes de estar mais vulneráveis.

A comédia não é o género em que estamos habituados a ver Natalie Portman, pois para quem viu Cisne Negro, pode relacionar as suas duas facetas, quer no género dramático quer na comédia.
Não foi em vão que ela ganhou o Óscar de melhor actriz, pois foi muito merecido, na minha opinião.

Natalie é linda de morrer (tenho de confessar que ando com um “fraquinho” por ela) , é doce, parece uma menininha mas tem um talentão do caraças!
Acima de tudo é um filme realista, com uma temática credível e em algumas cenas fiquei com a sensação de deja vu e deja passé
Não sendo excepcional, Sexo Sem Compromisso é um bom filme de entretenimento e humor e muito se deve à dupla, claro.