quinta-feira, 27 de março de 2014

«Fernando Pessoa em Espanha» é uma das novidades da Babel

Fernando Pessoa em Espanha
Organizadores: Antonio Sáez Delgado e Jerónimo Pizarro 

Catálogo de uma das mais singulares exposições sobre a presença, o interesse e recepção de Fernando Pessoa em Espanha

Contém imagens do espólio pessoano, recortes de jornais e capas de obras de e sobre Fernando Pessoa

«A presença de Fernando Pessoa em Espanha tem qualquer coisa de velho fantasma familiar. Nunca se interessou demasiado pela cultura espanhola, mas entrou em contacto com alguns dos escritores espanhóis do seu tempo. Nunca viajou ao país vizinho mas escreveu sobre a estrutura de Espanha e sobre o seu papel no contexto da Ibéria. […] A exposição “Fernando Pessoa em Espanha” pretendeu percorrer este caminho [a partir dos anos 80 até à actualidade] e mostrar quem foi e quem é Fernando Pessoa no âmbito da cultura espanhola, através de cartas, textos, livros e documentos que evidenciam a activa presença do autor da “Mensagem” no seio da outra grande cultura peninsular, em toda a sua pluralidade. Um Pessoa menos conhecido, menos visto, que documenta a dimensão ibérica do seu trabalho. As comunicações apresentadas no Colóquio, vinculadas ao mesmo tema da Exposição, tentaram analisar as relações que o poeta manteve com escritores espanhóis, bem como a sua presença no mercado editorial espanhol das últimas décadas.» in nota introdutória
 



Os Passos em Volta dos Tempos de Eduardo Lourenço,
de Carlos Câmara Leme

«A temática abstracta do Tempo é, desde sempre, de ordem cosmológica, e o discurso de que releva ou que exige, de carácter científico, de Platão e de Aristóteles até Galileu, Newton, Einstein e à ciência mais actual. Esse tempo, no sentido próprio, cósmico, aquele onde nunca como "indivíduos", a bem dizer, existimos, que de algum modo já nos viu morrer antes de nascermos, não é aquele onde o sentido da nossa existência — da nossa existência pessoal ou da humanidade a que pertencemos — nos "interpela" e a que só nós mesmos podemos dar resposta. Para mim, foi o tempo incarnado, o que mal ou bem chamamos História, como se fôssemos o dono dela, que, desde jovem e para sempre, me foi a figuração real, objectiva, da mítica Esfinge. Carlos Câmara Leme compreendeu perfeitamente que era nesse "tempo com História", nós como História, que residia o enigma vivo em que banhamos e, no sentido mais literal e incandescente da palavra, "ardemos".» in prefácio de Eduardo Lourenço



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