Editora: Gradiva
Ano de Publicação (8ª edição): 2006Nº de Páginas: 180 |
Publicado originalmente a 1 de Dezembro de 1998, pela editora inglesa Jonathan Cape, Amesterdão, escrito por Ian McEwan, venceu o prestigioso Prémio Man Booker, desse ano. A história nele contida passa-se em Fevereiro do ano antes de 2000 e começa com o funeral de Molly Lane, que morrera vítima de doença cerebral que lhe aparecera de súbito. No velório, dois velhos amigos, Vernon Halliday e Clive Linley, e ex-amantes da defunta, George, o viúvo, e Julian Garmony, um outro ex-namorado de Molly, estão todos presentes prestando homenagem. Os três respeitam o marido da mulher falecida e lhe dão apoio moral. Antes de regressar a casa, Clive, o compositor musical, vê-se no meio de uma briga verbal com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Julian. O resultado desse atrito entre os ex-amantes de Molly terá uma precursão muito mais extensiva do que Clive julgara. Ele, que estava quase terminando a que deveria ser sua magnum opus, uma sinfonia para comemorar o milénio que se aproximava. Vernon é o editor de um jornal cujas vendas estão diminuindo, mas com o aparecimento de umas fotografias que comprometem o ministro e candidato a próximo Primeiro-Ministro, ele julga que é a oportunidade que tanto esperava para voltar a ver o seu matutino em destaque. Durante o curso da narrativa Clive e Vernon se tornam inimigos, após ambos verem as carreiras profissionais a decomporem-se. Num momento em que o mundo os maltratava quando as suas vidas estavam a ser destruídas, ninguém os tratava pior do que os seus velhos amigos e que isso era imperdoável a ambos.As consequências da vingança que fez desunir uma forte amizade, fará a que eles se reecontrem na cidade que colherá a estreia da sinfonia do compositor: Amesterdão. É na capital holandesa que o desfecho do romance se desenrolará. E tudo teve início nessa gélida manhã de Fevereiro.Na entrevista que Ian McEwan concedeu a José Rodrigues dos Santos e que foi transmitida na RTP em 2009, e posteriormente transposta para o livro Conversas de Escritores (Gradiva, 2010), o escritor afirmou que «escrever romances é entrar nas mentes de outras pessoas» (cf p. 24). E é isso mesmo isso que o leitor capta em Amesterdão: um autor que observa, percepciona e que nivela os comportamentos e relações entre as pessoas e a sociedade. Há muita tensão psicológica entre os personas principais deste romance inteligentemente engendrado pelo autor de Mel, e onde a moralidade e a mortalidade se confundem.
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