sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Sugestão de leitura: «Vós os Que Julgais a Terra», de John Ruskin


Vós os Que Julgais a Terra
de John Ruskin
 
Um texto de 1860 sobre política económica e justiça social
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Ghandi disse que Ruskin foi a maior influência da sua vida. Leon Tolstoy afirmou ser Ruskin um desses homens raros que pensam com seu coração. Marcel Proust traduziu toda a sua obra para o francês.
Excerto
«De geração em geração, o grande erro dos melhores dentre nós tem sido a ideia de auxiliar o pobre dando-lhe esmola, pregando-lhe resignação e esperança, ou empregando outros meios diversos, mitigantes ou consoladores, com excepção da única cousa que Deus ordena se lhe conceda: a justiça. Os economistas clássicos envaidecem-se por terem descoberto que a riqueza, ou de um modo geral qualquer forma de propriedade, aflora nos pontos onde é solicitada; logo que existe a procura, deve aparecer a oferta. Declaram depois, que estas correntes da oferta e da procura, não podem ser proibidas pelas leis humanas.»

«Em especial em contexto de crise torna-se urgente tomar conhecimento de obras como a de Ruskin. Há muitos anos que venho a alertar para a necessidade de uma nova história universal, aquilo a que chamo a História das Oportunidades Perdidas. Ruskin pertence a este universo da história. Ruskin, de quem Mahatma Gandi disse ter sofrido a maior das influências, elogiado por tantos outros, não conheceu a sociedade de consumo, contudo foi capaz de antever uma sociedade vergada às questões económico-financeiras. Ele antecipou a visão do mundo de Maslow, indo mais longe ao demonstrar-se capaz de imaginar o que seria um mundo que parte, exclusivamente, dos desejos de um Homem mundano. Nada devendo estar sujeito à lei da oferta e da procura, mas sim à lógica do seu justo valor, anteviu a impossibilidade de uma economia baseada na livre concorrência dar resposta ao sistema por ele imaginado. No sistema de justiça integral proposto por Ruskin poderemos imaginar uma oportunidade para lógica cooperativa, comunitária, onde para além da partilha de meios haveria, igualmente, a partilha de fins.» in Prefácio
O autor
Escritor, pintor, crítico artístico, professor e pensador inglês nasceu em 1819, em Londres. Filho único de um casal escocês próspero, desde cedo viajou por variadíssimas partes do mundo, desenvolvendo um aparente interesse pela arte e pela arquitetura. Sua mãe cedo o ensinou a escrever e a ler, sendo a Bíblia o seu principal texto de leitura. Desde pequeno se começou a notar em Ruskin uma notável genialidade. Só entrou no ensino público quando começou a frequentar a Universidade de Oxford, aí iniciando um sério estudo sobre arte. Embora considerado um dos maiores escritores da época vitoriana, Ruskin, ao morrer em 1900, a sua reputação de escritor e pensador morre também com ele, pois daí em diante o seu nome entra em declínio para muitos dos que o acompanharam na difícil sociedade do século XIX.  


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