O Rapaz Selvagem, de Paolo Cognetti
Paolo tem trinta anos, passou um inverno difícil e tem a sensação de não chegar a lado nenhum: «Sentia-me sem forças, perdido e desencorajado… Acima de tudo, não escrevia, o que para mim é como não dormir ou não comer: sentia um vazio como nunca tinha conhecido.»
Daqui nasce a decisão de deixar Milão, a cidade onde nasceu e cresceu, e mudar-se para a montanha, para uma cabana de madeira e pedra situada a dois mil metros de altitude, na esperança de acertar contas com o passado e recomeçar a escrever. Aqui, em solidão quase total, redescobre uma vida mais substancial e relações humanas sinceras, que desenvolve com os seus dois únicos vizinhos.
O Rapaz Selvagem, romance autobiográfico, é a verdadeira história de uma fuga e de uma viagem em busca de si próprio – um combate com as mãos nuas contra a dor. Um livro forte e comovente, do autor de As Oito Montanhas, uma das melhores vozes da literatura italiana.
Uma Pequena Sorte, de Claudia Piñeiro
Uma mulher regressa à Argentina vinte anos depois de a ter deixado para fugir de uma tragédia. Mas aquela que regressa é outra: já não tem a mesma aparência e a sua voz é diferente. Nem tem sequer o mesmo nome. Será que aqueles que a conheceram em tempos a vão reconhecer? Será que ele a vai reconhecer?
Mary Lohan, Marilé Lauría ou María Elena Pujol - a mulher que ela é, a mulher que foi e a mulher que terá sido -, volta aos arredores de Buenos Aires, ao subúrbio onde formou uma família e viveu, e onde irá enfrentar os atores do drama que a fez fugir. Ainda não compreende porque aceitou regressar ao passado que se havia proposto esquecer para sempre. Mas à medida que o vai compreendendo, entre encontros esperados e revelações inesperadas, perceberá também que às vezes a vida não é nem destino nem acaso: talvez o seu regresso mais não seja do que um pequeno golpe de sorte… uma pequena sorte.
Fabián e o Caos, de Pedro Juan Gutiérrez
Escrito com o habitual tom direto e visceral do autor, Fabián e o Caos é a história da amizade improvável entre dois párias da revolução cubana.
Num um momento de turbulência política em Cuba, o acaso une dois rapazes que aparentemente não tem nada em comum. Pedro Juan é um sedutor insolente que leva uma vida caótica. Fabián, ao contrário, é um pianista recluso, frágil, medroso e homossexual. Apesar das diferenças, ambos possuem condutas que não se ajustam aos princípios ideológicos do novo governo cubano.
Anos mais tarde, os seus caminhos voltam a cruzar-se quando os dois são conduzidos a uma fábrica de enlatados onde trabalham os párias da sociedade revolucionária, mas a forma como cada um irá encarar essa situação hostil fará com que as suas vidas tomem rumos opostos.
Um romance repleto de sexo e de vida, que é uma nova prova do arrebatador talento dessa espécie de Bukowski caribenho que é Pedro Juan Gutiérrez.
Zack, de Mons Kallentoft e Markus Lutteman
Belo e irreverente, Zack é um jovem detetive da Polícia de Estocolmo à procura de si próprio.
ZACK é o primeiro livro de uma série sobre o jovem detetive Zack Herry que, como um Hércules dos tempos modernos, tenta combater os criminosos do submundo de Estocolmo, enquanto se debate com as memórias de uma noite estrelada com cheiro a relva e sangue. Zack é uma personagem contraditória que nos cativa desde o primeiro momento. A série é já um sucesso em vários países entre os quais se contam a Alemanha, a França, o Japão e os Estados Unidos da América.
Fora de Si, de Sasha Marian
Desde sempre que os gémeos Alissa e Anton formam um par. No velho apartamento de duas assoalhadas de Moscovo não têm outro remédio senão agarrar-se um ao outro durante as cenas de violência entre pai e mãe. Mais tarde, à espera da autorização de residência na Alemanha Ocidental, percorrem juntos os corredores do lar de refugiados, entrando em quartos alheios para roubar cigarros e cheirar frascos de perfume. Ainda mais tarde, quando Alissa abandona o curso de Matemática em Berlim por sentir que isso a distrai dos treinos de boxe, Anton desaparece sem deixar rasto. Até que chega um postal de Istambul - sem texto e sem remetente ou morada -, mas é o sinal de que Áli precisa para ir em busca do irmão.
É já na cidade banhada pelo Bósforo que a rapariga evocará a história da sua família ao longo de um século e descobrirá que, quanto mais investe na procura de Anton, menos sentido as coisas parecem fazer - a língua materna, a pátria, o género - e talvez só consiga um todo coerente se sair para fora de si.
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