No dia 2 de Outubro, a Guerra & Paz Editores apresenta dois novos livros: A Solidão de Sermos Dois, de Maria João Carrilho, e A Palmeira, de Pedro Goulão.
O primeiro, é da mesma autora de Praça do Império (2016), e segundo nota editorial é «um romance contemporâneo que nos faz acompanhar uma família em busca da sua identidade. Uma história cravejada pelo trauma do abuso, a figura do predador, a sombra do incesto.»
O segundo livro, de Pedro Goulão, um talentoso guionista responsável pelos sketches de alguns dos maiores humoristas portugueses, é um romance de inspiração autobiográfica.
E se na busca do pai desconhecido descobrirmos, com sobressalto, que o preferimos ausente?
É à beira do rio Tejo que Liza vai descobrindo as raízes familiares.
Em conversas com a Avó Nena revive um passado feliz e tem a percepção de que o mundo é bem maior que o da sua infância.
Abuso, ciúme e paixão são aves agoirentas que infestam as vidas de Laura, da tia Flora, da própria Liza.
Eis os retractos instantâneos de quatro gerações. Uma espécie de cábula evocativa, um auxiliar de memória, cheio, curiosamente, de memórias aos pedaços da minha família, ao longo de quarenta anos, sempre a passarmos férias juntos. No mesmo sítio. Na mesma altura do ano.
Mas é a hora de dizer a verdade: A Palmeira é a minha primeira autobiografia autorizada.
O que faz dela, provavelmente, a mais geograficamente consistente das autobiografias.
Nela, encontrarão algumas das melhores pessoas que conheço.
E eu.
Sobretudo eu. Bastante melhorado e heróico, seguramente mais magro. Afinal de contas, é a minha autobiografia autorizada, e é mesmo muito possível que algumas das coisas nela retratadas só se tenham passado na minha imaginação.
Outras, as inverosímeis, passaram-se mesmo.
São quase todas sobre dias felizes. De pistas de caricas na areia, de mar, de mesa, de risos e de livros, de viagens e de sol.
De luz e de sombras.
E escaldões, sobretudo escaldões.
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