O Mandamento do Amor ou o Sermão do Mandato
de Padre António Vieira
Sinopse
O amor forte separou Cristo dos homens. Discorrendo sobre um momento tão
profundo e reflexivo, que foi o tempo de Jesus se despedir dos homens
para ir ao Pai, Vieira cria novas imagens a partir do texto bíblico e
leva-nos a repensar a narrativa dos evangelhos. João, o discípulo amado
de Jesus, foi o ponto de partida deste belíssimo sermão. A narrativa
prossegue circularmente, partindo sempre do texto do evangelista João.
Assim, em contínuo diálogo com o versículo bíblico, o ilustre prosador
de quando em vez escorrega a outras passagens da Bíblia, sempre a fim de
persuadir sobre o extremo do amor de Cristo para com os homens, extremo
que é representado pelo ausentar-se de Jesus Cristo e pelo facto de ter
amado os homens não para que estes O amassem mas para que se amassem
uns aos outros como paga desse Amor.
O Mestre
Diálogo entre pai e filho sobre a linguagem e a descoberta da verdade interior
de Santo Agostinho
Sinopse
Diálogo entre Santo Agostinho e o seu filho Adeodato, ajuda-nos a perceber que a verdade está no interior de cada homem.
Da Grandeza da Alma
de Santo Agostinho
Sinopse
Escrita em Roma em 388 d.C., Da Grandeza da Alma está entre os
primeiros escritos de Santo Agostinho, e é um texto pioneiro entre aqueles
que tratam este tema. Neste diálogo com Evódio, Santo Agostinho tenta
responder às questões do seu amigo e aluno acerca da alma: donde vem
a alma, qual a sua natureza, qual a sua grandeza, por que foi dada a um
corpo, o que se torna quando se une ao corpo e também depois de o
ter deixado. Santo Agostinho acaba por circunscrever a amplitude das
perguntas de Evódio, focando-se em três questões síntese, e, a seu ver,
as únicas merecedoras de ocupar os seus espíritos: qual a ascendência
da alma sobre o corpo, a sua ascendência sobre si mesma e a sua
potencialidade junto de Deus, de quem está tão próxima quando atinge
a purificação e onde encontra o supremo bem.
Excerto
«Quem teria justas razões para duvidar que a alma tenha sido dada ao
corpo para o conduzir e governar? Que outro vínculo, melhor que este,
para estreitar uma ordem tão grande e tão divina? Quem quereria indagar
acerca daquilo que a alma se torna nesse frágil corpo mortal, uma vez
que, se o pecado, muito justamente, a impeliu para a morte, ela pode,
nesse corpo mesmo, libertar-se pela sua virtude? Ou acerca daquilo que
ela deve tornar-se depois de abandonar o corpo, a partir do momento
que o castigo da morte necessariamente subsiste, se o pecado subsiste, do
mesmo modo que a recompensa prometida à sua virtude e à sua piedade
é Deus, isto é, a Verdade mesma. […] Não reivindiquemos nada que
não nos pertença; esse desejo de vanglória iludir-nos-ia e chegaria para
nos precipitar do alto para o precipício. Não odiemos aqueles que são
oprimidos pelos vícios, mas os próprios vícios; não os pecadores, mas
o pecado. Devemos desejar que a todos seja prestado socorro, mesmo
àqueles que prejudicaram, ou que desejam prejudicar-nos, ou mesmo que
soframos um infortúnio qualquer. Eis a verdadeira, a perfeita, a única
religião, aquela graças à qual essa «grandeza» da alma está em condições de
se reconciliar com Deus, tornando-se digna de liberdade.
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