O Aperto do Parafuso
de Henry James
Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes
ISBN: 978-989-8566-10-2
Edição: Julho de 2013
Número de páginas: 176
Sinopse
Para entretenimento do período de Natal, o Colliers’Weekly de
Nova Iorque propunha a Henry James (1843-1916) que escrevesse «um
produto da época», o que desde logo lhe fez pensar no mais interessante
projecto de narrativa lúgubre que tinha alguma vez registado e podia
apertar até à dimensão de dez episódios a serem publicados pela revista,
entre Janeiro e Abril de 1898 (a edição em livro surgiria alguns meses
mais tarde). Nos seus cadernos de apontamentos afirma que a história —
um «esboço simples, vago e sem pormenores» — lhe foi contada dois anos
antes pelo arcebispo de Cantuária, «entre duas chávenas de chá», por sua
vez ouvida da boca de uma mulher mantida sob anonimato, e que esta
mulher tê-la-ia escutado de um desconhecido.
Mais tarde, estudiosos
da obra literária de James vieram a dar esta génese como falsa e apenas
destinada «a baralhar as pistas»; porque seria impossível coincidência
uma história anónima, chamada «Tentation» e cinquenta anos antes
publicada no Frank Leslie’s New York Journal, ter posto em
cena crianças violentadas psicologicamente por criados, e uma dessas
crianças chamar-se Miles (como a personagem de James), sujeita às
maldades de Peter Quin (que na novela de James surge numa posição
idêntica e com o nome de Peter Quint); passada numa mansão de Harley
Street, a mesma rua onde a preceptora de O Aperto do Parafuso é recebida pelo seu empregador; acrescentando-se a tudo isto Sigmund Freud descrever, em Studien über Hysteria, o caso de uma miss Lucy R., preceptora inglesa de duas crianças nos arredores
de Viena, vítima de alucinações idênticas às da preceptora imaginada
por James, consequência de uma paixão reprimida pelo seu empregador.
Para um grande número de jamesianos são estas as verdadeiras fontes de O Aperto do Parafuso;
mas frequentes as tentativas de encontrar outros antepassados a esta
novela de James, e destroçar-lhe as ambiguidades; decidir se na história
há fantasmas ou apenas uma alucinação da preceptora, uma vez que só ela
os vê. A este jogo Pietro Citati chama, no seu livro Il Male Assoluto, «um desporto nacional inglês».
A.F.
O autor
Henry James (1843-1916), nasceu em Nova
Iorque, nos Estados Unidos, numa família de intelectuais. Filho do
teólogo Henry James Sr e irmão do filósofo-psicólogo William James, foi
um dos mais reconhecidos autores de finais do século XIX e princípios do
século XX. Na sua juventude viajou basntante entre a Europa e a
América, estudando com professores de Geneva, Londres, Bolonha, Paris,
chegando mesmo a frequentar por um período breve a Harvard Law School.
Passou assim a maior parte da vida na Europa dedicando-se à escrita de
vários géneros como romances, contos, crítica literária e artística,
literatura de viagens, biografia e auto-biografia. Analisava o mundo
tendo em conta conceitos base como a liberdade, o monólogo interior e o
drama psicológico, abordando histórias de fantasmas onde explorava a
ténue fronteira entre o sobrenatural e as áreas mais recônditas da mente
humana. Das suas inúmeras obras notabilizaram-se Retrato de Uma Senhora, Os Europeus, Washington Square, O Mentiroso e Daisy Miller, entre outras.
Sem comentários:
Enviar um comentário