terça-feira, 28 de outubro de 2014

Reedições de obras de Agustina-Bessa Luís


Vale Abraão (6.ª edição)

«A recriação duma Bovary, destinada a servir de guião para um filme de Manuel de Oliveira, trouxe à Autora a necessidade de descobrir a natureza flaubertiana que concebeu Ema e a tomou como seu espelho: “A Bovary sou eu” – disse Gustave Flaubert, no auge da incriminação que pesou sobre a sua vida de romancista. De facto, Ema é Flaubert, e o romance é uma história de paixão que tem como adversária a mediocridade. Chabrol soube tocar essa realidade que ofusca todas as outras, ao dizer: “O ser humano é estúpido. O que salva Ema é que ela se bate. ”Ema bate-se contra a rede de pequenas e formidáveis misérias que se apertam em volta dela. Heroína provinciana das insatisfações típicas do ser humano.
Dirão os leitores que uma mulher como Ema não existe. Eu direi que sim. A beleza de Ema tornara-se tão evidente que causava uma espécie de paralisia. Aquilo que se não critica desenvolve uma obediência capaz de, para encontrar saída, cair noutras reprovações.»

Excerto
«Não amava as crianças, mas queria-as bem tratadas, servidas, mantidas com luxo para não destoarem da casa e dela própria que parecia um quadro, como Ritinha dizia por gestos largos e espaventosos. De facto, a beleza de Ema tornara-se tão evidente que causava uma espécie de paralisia. Aquilo que não se critica desenvolve uma obediência capaz de, para encontrar saída, cair noutras reprovações. Ema passou de pasto de maledicência e ainda não tinha feito nada de condenável. Foi nessa altura que lhe inventaram o título de madame Bovary.» (p. 65)

Género: Romance | Formato: 135 x 215 | Páginas: 312 | Edição: capa mole





A Mãe de um Rio

Esta é a história da mãe de um rio, que tinha vivido mais de mil anos, a ponto de os homens esquecerem a sua existência. Também os vigilantes do espírito humano precisam de ser rendidos, e as águas da sabedoria devem ser habitadas por novos mestres. Esta obra conta-nos a história de Fisalina, uma jovem criada numa aldeia com rígidas regras e que parou no tempo.

«De temperamento arrebatado, propensa a sonhos e a tristezas inexplicáveis», Fisalina procura a Mãe do rio – figura mítica de Alvite – para alcançar a liberdade que tanto deseja. Depois de percorrer as galerias azuis, de rocha viva, Fisalina acaba por ter os seus dedos metamorfoseados em ouro, marca característica da entidade. Este segredo foi descoberto durante uma festa religiosa provocando um ódio brutal ao povo da aldeia. Refugia-se na serra da Nave e terá de esperar por alguém que troque com ela de lugar.

- Inclui um CD com a leitura integral da obra por Agustina Bessa-Luís;

- Incluiu, também, uma introdução à obra por Alberto Luís e um excerto de um texto de Fausto José sobre Alvite.

Género: Contos | Formato: 138 x 125 | Páginas: 48

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