Após um interregno de 8 anos, a escritora Tânia Ganho (n. 1973) regressa com um novo romance sobre uma mãe que luta pelo filho, até às últimas consequências. Apneia (696 pp.), o 5.º romance desta autora, que será publicado no próximo dia 21 pela Casa das Letras, é «uma viagem ao mundo sórdido da violência conjugal e parental, através de um labirinto negro em que os limites da resistência psicológica são postos à prova, ameaçando desabar a qualquer instante, e dos meandros tortuosos de uma Justiça por vezes incompreensível, desumana e desfasada da realidade.»
Em Apneia, através das personagens de Adriana e Alessandro, um casal luso-italiano, e do seu filho Edoardo, Tânia Ganho dá voz às vítimas de violência doméstica e de abusos sexuais, em especial às crianças que são alvo deste flagelo, transmitindo ao leitor as dinâmicas psicológicas da manipulação e do medo e, acima de tudo, as sequelas do stresse pós-traumático.
Embora se trate de uma obra de ficção literária, esta obra assenta em casos verídicos e em experiências reais vividas no Tribunal de Família e Menores de Lisboa e junto do Ministério Público, da Polícia de Segurança Pública, do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e do Departamento de Investigação e Acção Penal. Ao longo das suas páginas, acompanhamos não só o sofrimento das vítimas, mas também o decurso habitual da Justiça que, perante processos desta complexidade, tantas vezes falha, deixando as crianças desprotegidas e entregues à sua própria sorte.
Nos últimos anos, Tânia Ganho tem traduzido para português vários livros de autores de diversas nacionalidades. Os seus trabalhos mais recentes como tradutora são: Recordações do Futuro, de Siri Hustvedt; A Liberdade é uma Luta Constante, de Angela Davis; Entre Eles, de Richard Ford; e Olive Kitteridge, de Elizabeth Strout.
Sinopse
Quando Adriana ganha finalmente coragem para sair de casa com o filho de cinco anos, pondo fim ao casamento com Alessandro, mal pode imaginar que o marido, incapaz de aceitar o divórcio, tudo fará para a destruir - nem que para isso tenha de destruir o próprio filho.
Escrito com uma sobriedade e frieza inquietantes, Apneia é um romance intenso, absorvente e perturbador, que ilustra com uma autenticidade desarmante o estado de guerra em que vivem milhares de famílias estilhaçadas, e com o qual, inevitavelmente, muitos leitores se vão identificar, encontrando nestas páginas ecos da sua própria experiência.
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