segunda-feira, 3 de abril de 2023

Próximas publicações com o selo da Quetzal

Uma Mulher com Cancro, um Psicólogo e uma Virgem Entram num Death Café
O inesperado diagnóstico de cancro do pulmão, aos trinta e um anos, durante a pandemia e numa idade em que os seus pares começam famílias e compram casa, obrigou Lara da Rocha Vaz Pato a confrontar-se com as reações de amigos e família, com a perda de cabelo, os tratamentos ou o apoio psicológico e, acima de tudo, com o medo da morte. Pelo meio, fala da pressão de estudar em Portugal durante a crise dos anos 2000, sobre viver no estrangeiro e sobre as exigências que sentiu no mercado tecnológico como jovem adulta. Com a chegada da doença, as suas histórias e recordações falam de ser feliz e de ver o lado belo da vida, mesmo no meio de tanta má fortuna. Os temas pesados e desconfortáveis não se evitam, mas tornam-se mais fáceis de digerir pela verdade do tom e pelo humor. Um livro que não se esquece.
Desassombrada, Lara mostra-nos como lidou com os altos e baixos que a vida lhe trouxe, desde pequenos episódios da sua intimidade a temas como o cancro e a morte, a competição entre mulheres no trabalho, as relações amorosas ou as recordações da infância e da família.


Porco Assado

Numa manhã de outono em Pequim, Jia Jia toma o pequeno-almoço com o marido, que prepara as malas para uma viagem. Porém, minutos depois encontra-o morto na banheira; ao lado, o desenho a lápis de uma estranha figura aquosa, uma imagem tão perturbadora que Jia Jia nunca mais vai esquecer e que a obriga a procurar uma explicação para ambas as coisas: a morte do marido e natureza daquele desenho. Então, livre do casamento (que a oprimia), Jia Jia inicia uma jornada que a leva às alturas do Tibete ou a lugares fantásticos e imaginários que ela não sabia que existiam.
Mostrando a complexidade da vida de Pequim e evocando a atmosfera cinematográfica da China urbana de classe média, An Yu explora a estranheza íntima da dor, os mistérios dos mundos invisíveis e a autodescoberta cheia de energia de uma mulher jovem e independente em busca de respostas e novidade.

 

A Morte Dela Fica-me tão Bem

Este romance elegante de Miguel Viana Baptista fala sobre sobre amor, adultério, crime, classe média – e a tragicomédia do ciúme.
Num fim de tarde de maio, Simão Sousa Santos, advogado conhecido pela sua experiência em casos de divórcio, recebe uma nova cliente, a dermatologista Carla Trancoso. Simão é um homem de 50 anos, casado pela segunda vez, que pertence a uma sólida burguesia lisboeta. Tem uma paixão quase obsessiva pela escrita: da grande literatura, que consome vorazmente, à que ele próprio pratica, num registo íntimo, introspetivo e memorialista. Contudo, o seu diário e a aparente estabilidade que se espera de alguém como o advogado Sousa Santos vão ser dramaticamente postos em causa pela aparição desta bela mulher perfumada de flor de laranjeira - Carla, uma ameaça raríssima. O que começa por ser um lamento e um exercício literário transforma-se num policial, quando o seu autor se enreda num crime. Ou será ao contrário? São certamente um e outro.

 

A Doença como Metáfora
Em 1978, quando convalescia de cancro, Susan Sontag escreveu A Doença como Metáfora, um notável ensaio sobre a utilização alegórica e culpabilizante da doença na nossa cultura. Tornou-se num clássico que a revista Newsweek considerou «um dos livros mais libertadores do seu tempo».
Neste livro, Susan Sontag defende que a maneira mais autêntica de enfrentar a doença - e a mais saudável de estar doente - é resistir a esse «pensamento metafórico» e alegórico. Ao desmistificar essas fantasias, Sontag mostra o que a doença não é: nem maldição, nem castigo, nem um sinal de culpa.
Um ensaio que continua a ter uma enorme influência no pensamento dos profissionais médicos e, acima de tudo, na vida de muitos milhares de pacientes e cuidadores.
Em 1989, em A Sida e as Suas Metáforas, Sontag retoma este tema e desenvolve-o no contexto da crise da sida, na altura, uma doença nova.

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