Além do livro de contos Souvenir, de Marta Hugon, chega às livrarias, com o selo Tinta da China, a 18 deste mês os livros A Cidade Demovrática e Catarina e a Beleza de Matar Fascistas.
Nas semanas que se seguiram ao 25 de Abril de 1974, milhares de casas foram ocupadas por moradores pobres das grandes cidades. O problema habitacional deixado pelo Estado Novo era visível nos extensos bairros de barracas que rodeavam as principais cidades submetidas a um processo de acelerada metropolização. Foi assim que, em torno das reivindicações de direito à habitação e à participação política, emergiu um amplo movimento social urbano que disputou durante o PREC o modelo de democracia a construir em Portugal, que se esvaiu com a sua despolitização nos anos seguintes.
Este livro analisa o período revolucionário tomando a questão urbana como lente para ler a afirmação da democracia portuguesa. O que significou construir um regime democrático na cidade? Para responder a esta pergunta, a autora foi ao encontro dos actores, das políticas e das instituições — nos debates da Assembleia Constituinte, nos programas habitacionais lançados no pós‑25 de Abril, nas propostas dos partidos políticos sobre participação e habitação, nas leituras de arquitectos e urbanistas sobre planeamento urbano e metropolização. E também nas respostas do novo poder local democrático à crise habitacional nas periferias dos anos 70 e 80, preso nas contradições entre o direito à habitação, a explosão da construção «clandestina» e os direitos de propriedade.
Ana Drago é licenciada em Sociologia e doutorada em Estudos Urbanos. É actualmente investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Tem publicado sobre políticas urbanas e de habitação, participação e democracia na cidade.
Esta família mata fascistas. É uma tradição antiga que cada membro do núcleo familiar sempre seguiu. Hoje, reúnem‑se novamente numa casa no campo, no Sul de Portugal. Uma das jovens da família, Catarina, vai matar o seu primeiro fascista, raptado de propósito para o efeito. No entanto, Catarina é incapaz de concretizar o homicídio ou recusa‑se a fazê‑lo. Estala assim o conflito, acompanhado de várias questões. O que é um fascista? Há lugar para a violência na luta por um mundo melhor? Podemos violar as regras da democracia para melhor a defender?
O espectáculo criado a partir deste texto, com encenação também de Tiago Rodrigues, foi apresentado com grande sucesso de crítica e público em várias salas portuguesas e em vários países, merecendo o Prémio de Melhor Espectáculo Estrangeiro em França e Itália.
Tiago Rodrigues é actor, encenador, dramaturgo e produtor. Em 2003, fundou a companhia Mundo Perfeito com Magda Bizarro, através da qual criou e apresentou, ao longo de 11 anos, cerca de 30 espectáculos em mais de 20 países. Foi também professor de teatro em várias escolas. Paralelamente ao seu trabalho em teatro, escreveu argumentos para filmes e séries televisivas, artigos, poesia e ensaios. Foi Director Artístico do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, entre 2015 e 2021. Actualmente, é director do Festival d’Avignon, sendo o primeiro não-francês a assumir a função naquela que é uma das mais importantes manifestações de teatro em todo o mundo.
domingo, 7 de abril de 2024
Novas publicações a cargo da Tinta da China
publicado por Miguel Pestana
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário