
«Um livro que vai marcar o ano de 2021.» É com esta afirmação que Cecília Andrade, editora da LeYa, classifica Luto, o multipremiado romance do escritor guatemalense Eduardo Halfon (n. 1971).
Com tradução portuguesa assinada por José
Teixeira de Aguilar, Luto, uma história sobre a perda, a família, os sentimentos e a ausência, foi galardoado com o Prémio das Livrarias de Navarra 2018
(Espanha), o Prémio de Melhor Livro Estrangeiro 2018 (França), o Prémio
Edward Lewis Wallant 2018 (EUA) e o Prémio Internacional do Livro Latino
2019 (EUA).
Texto sinóptico
Halfon viaja até à velha casa dos
avós, nas margens do lago de Amatitlán, onde em criança costumava passar
os fins de semana antes de a família se transferir para a Florida,
devido à violenta situação política vivida na Guatemala em princípios da
década de 1980. A partir do momento em que pisa o Amatitlán, tudo
aquilo que o cerca desencadeia um turbilhão de memórias de infância —
algumas ligadas à sua infância na Guatemala, outras dos primeiros anos
passados nos Estados Unidos.
Em
subtis mas magistrais pinceladas, as recordações de Halfon vão-se
conjugando aos poucos para desvendar segredos familiares profundos: a
história de Salomón ou, talvez mais rigorosamente, a ausência dessa
história, uma vez que ninguém na família falava abertamente dele. E aos
poucos começamos a ver as informações dispersas que Halfon conseguiu
reunir em criança.
Com Luto, Eduardo Halfon regressa ao universo que tem vindo a
construir há anos em torno da personagem chamada Eduardo Halfon — que
pode ou não ser o autor — e da história da sua família. Desta feita,
centra-se no lado paterno da família: emigrantes judeus libaneses que se
radicaram nos Estados Unidos e na Guatemala.
Deste autor, foi publicado no nosso país, mas encontra-se esgotado, O Anjo Literário (Ed. Cavalo de Ferro).