quarta-feira, 29 de novembro de 2017

«Jalan Jalan - Uma Leitura do Mundo» é o título do novo livro de Afonso Cruz

O novo livro de Afonso Cruz, chegado às livrarias a 15 deste mês pela Editora Companhia das Letras, reúne textos filosóficos, poéticos e pensamentos do autor sobre a sociedade em que vivemos. Jalan Jalan - Uma Leitura do Mundo (656 pp.), um livro com encadernação em capa dura, contém também diversas fotografias de Afonso Cruz, que além de escritor, também é ilustrador, músico e cineasta.

Sobre o livro
O mundo, dizem, é um livro. E um livro também pode conter o mundo.
Partindo das suas muitas viagens, Afonso Cruz apresenta neste livro a sua leitura do mundo, um passeio que nos leva a lugares tão diversos como a geografia, a arte, a ciência, a filosofia, e a literatura. Partilhando com o leitor as suas experiências, sugere que façamos com ele percursos idênticos, bastando, para passear assim, dar «um passo para o lado ou usar a imaginação». O resultado poderá ser, se aceitarmos o convite, uma visão nova do mundo.
Excertos
Os livros ficam muitas vezes fechados, as dedicatórias ficam escondidas em lugares que ninguém vê. Eu, que já perdi a minha infância há muito tempo, ainda espero e acredito que de cada vez que abro um livro abro também um futuro. E por vezes uma frase faz toda a diferença. (p. 255)
A arte e a literatura têm a obrigação de lacerar a realidade e de abrir a cortina para novas possibilidades - como diria Rumi, é pela ferida que entra a luz -, a arte não deve estar em harmonia com a realidade, deve magoá-la, deve ser uma dissonância, deve recriá-la, colocar hipóteses, caminhos e perguntas. E já se sabe que uma pergunta é capaz de magoar, é tirar o tecto a uma casa e deixá-lo exposto ao céu, à luz e à tempestade.  (p. 282)
Os ratos em cativeiro, se lhes derem um espaço demasiado reduzido, começam a ter comportamentos que facilmente identificamos como os mais triviais males da sociais: roubo, violação, assassinato, tec. Esta falta de espaço, teórico ou físico, será uma das explicações mais evidentes para a dificuldade em criar uma sociedade harmónica. (p. 397)

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