Todos os anos por esta altura José Rodrigues dos Santos lança um novo livro. Este ano não é excepção. A 22 de Outubro a Gradiva publica As Flores de Lótus, o 14.º romance do autor, obra composta por 688 páginas, que sucede-se a A Chave de Salomão (Outubro 2014). O lançamento do livro será na Sociedade de Geografia de Lisboa, às 17h do dia 24 deste mês.
Sinopse
Pode uma ideia mudar o mundo?
O século XX nasce, e com ele germinam as sementes do autoritarismo. Da Europa à Ásia, as ondas de choque irão abalar a humanidade e atingir em cheio quatro famílias.
Inspirando-se em figuras históricas como Salazar e Mao Tse-tung, o novo romance de José Rodrigues dos Santos conduz o leitor numa viagem arrebatadora que nos leva de Lisboa a Tóquio, de Irkutsk a Changsha, do comunismo ao fascismo o que faz de As Flores de Lótus uma das mais ambiciosas obras da literatura portuguesa contemporânea.
Vídeo de apresentação do livro
Excerto
«O olhar de Salazar desviou-se momentaneamente para a janela do automóvel. Caíam lá fora os primeiros pingos de chuva, provenientes da treva, que deslizavam em ziguezague pelos vidros como se a noite despejasse lágrimas, mas logo surgiram nos passeios as luzes amareladas dos candeeiros noturnos, sinal seguro de que entravam em Lisboa.
“Para que se fez esta revolução se é para ficar tudo na mesma?”
“Na mesma?”, admirou-se o general Carmona. “O que quer o senhor dizer com isso?”
“O problema do país, senhor general, são os partidos!”, exclamou Salazar, a voz a ganhar veemência. “Os partidos, está vossa excelência a entender? Foi justamente a ação nefasta dos políticos e dos partidos que pôs o país onde ele está, senhor general. Ao contrário do que apregoam aos quatro ventos, os partidos não existem para servir o povo, mas para servir as suas clientelas. Fingindo servir a população, os partidos servem-se a si mesmos e apenas deixam ao país umas migalhas do banquete que engorda as suas gentes. Essa é que é a raiz do problema!»
O volume que dá continuação à história de As Flores de Lótus será publicado em breve pela Gradiva e intitula-se O Pavilhão Púrpura.
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