quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Filme: A Dama de Ferro (The Iron Lady) 2011

Trailer
Baseado no livro homónimo escrito por John Campbell (que ainda não está publicado em Portugal), A Dama de Ferro é uma bela – e simultaneamente pesarosa – biografia de uma das personalidades que marcou impacto no final do século XX. Margaret Tatcher, que exerceu o cargo de primeiro-ministro do Reino Unido.
É um filme biográfico de uma mulher que actualmente tem 86 anos - o que pelos cânones tradicionais não é comum suceder com este tipo de produções, usualmente realizadas após o falecimento da figura a biografar.
Antes de assistir ao filme tinha um conhecimento muito reduzido (quase nulo) acerca de Margaret Tatcher. Apenas pessoas com mais de quarenta anos, tenderão a se lembrar dos 11 anos em que a política esteve no cargo. Isto não é desculpa, porque hoje em dia, com a catadupa de informações, tanto em papel como virtualmente, acerca de toda e mais alguma personalidades, só não está a par dos grandes acontecimentos passados, quem não quer.
O filme mostra uma mulher emancipada e convicta nos seus ideais, e pioneira a «marcar presença» no território político vincadamente masculino.
O focus temporal e recorrente no filme é Tatcher (Meryl Streep) no seu estado avançado de doença de Alzheimer, contrabalançando com lembranças em flashback da sua vida desde menina até à sua ascenção ao poder.
É inequívoco em A Dama de Ferro o contraste de dois extremos da sua existência humana – o ex-libris da glória, e a fragilidade física e mental. Numa «temporada» o ser [humano] é poderoso, noutra é fragmentado pela doença. Um paradoxo que incita-nos a reflectir.
Mas mesmo débil a ex-primeiro-ministro britânica não tem o sentimento de auto-comiseração, ao invés: ela continua vaidosa com a sua aparência e [como numa cena do filme] não se sente incapacitada de ir ao supermercado comprar um pacote de leite (cena de abertura e das que mais apreciei).
Quanto a Meryl Streep, esta «camufla-se» bem na personagem e é soberbamente habilidoso o seu desempenho, digno de um Oscar. Realço o trabalho de maquilhagem no que toca ao envelhecimento de pele, que foi bem executado.
Todavia ao filme no seu todo dou-lhe nota 6/10. Se votasse apenas no desempenho da Meryl, seria um 10/10, indubitavelmente.

1 comentário:

Teté disse...

Pois, já tenho um bocadinho mais de 40 anos (eheheh), de modo que me lembro bem dela, personagem por quem não nutro a mínima simpatia. Doente ou não! Fui ver o filme (fraquito) por causa da Meryl Streep, que juntamente com Jim Broadbent e a caracterização são as únicas notas positivas deste filme. Altas, mas mesmo assim não dá para o classificar de BOM filme... :)