quinta-feira, 17 de julho de 2014

A história comovente de um dos sobreviventes do Holocausto, retratada em livro

O que um sobrevivente do Holocausto me ensinou sobre a vida
de Susan Kushner Resnick

Páginas: 336
Editora: Sinais de Fogo
Data publicação: Julho 2014

Sinopse
Uma história extraordinária de amizade entre uma jovem mãe e um velho sobrevivente do Holocausto. Há quinze anos, Aron Lieb aproximou-se de Sue Resnick e encontrou uma companheira e uma alma gémea que se manteve firmemente ao seu lado até ao fim da vida e lhe prometeu que não o deixaria morrer sozinho. Uma comovente história real, que nos conta a forma como duas pessoas tão diferentes partilharam os segredos mais profundos e criaram uma relação intensa, complicada, desafiadora, divertida e, acima de tudo, de valor inestimável. Com uma prosa encantadora, intercala a história de Aron, o desenvolvimento da sua amizade e uma crise de saúde que poderia forçá-los a separar-se.

Impressões da imprensa
«Uma história de vida, amor e realização, que permanecerá muito para além do livro acabado.» — New York Journal of Books

«A prosa sensível de Susan Resnick captura a voz e a alma de Aron, assegurando-se de que as suas memórias persistirão até muito depois de o número ‘141324’ ter desaparecido. A história comovente e memorável de uma amizade e de um período de tempo que nunca poderá ser esquecido.» — Kirkus Reviews

«Uma pérola rara, Também Me Salvaste revela-nos beleza, humor e inspiração mesmo nos momentos mais negros... Um livro que celebra, em cada página, a própria vida e o poder redentor do amor. Transmite-nos inúmeras lições e o seu lugar é na estante, ao lado do livro As Terças Com Morrie.» — Carlos Eire, autor de Waiting for Snow in Havana, vencedor do National Book Award

Excertos do livro
«Tinhas os olhos entreabertos e deixavas transparecer apenas um disco de cor, azul-acinzentado como o das crianças. Naquele momento, a tua capacidade de atenção podia ser tão limitada como a de um recém-nascido, ou é possível que estivesses a ver tudo: ela, eu, as últimas pessoas que reconheceste naquele apartamento perto da fábrica de açúcar. Então, só depois de teres absorvido aquilo de que precisavas para te aperceberes de que este era o teu derradeiro momento, mergulhaste. Ficámos deslumbrados: a tua graciosidade, a velocidade, o silencioso rasgar da água — tudo num contraste abismal com cada uma das sessões anteriores.»

«As tatuagens obrigam-nos a recordar o que aconteceu. Todos aqueles programas escolares e os museus não são nada comparados com o poder das tatuagens. As pessoas vêem-nas em braços enrugados, que pousam sopa enlatada nas caixas das mercearias. Vêem-nas em braços, com o punho cerrado de gente que se prepara para análises ao sangue de rotina. Vêem-nas e lembram-se. Quando a tua tatuagem desaparecer, quem se lembrará? Quando morreres, hoje ou noutro dia qualquer, esse símbolo será enterrado contigo. Os números decompor-se-ão. Ficarás sem mácula.»

«Contaste-me certa vez que viver o Holocausto se assemelhava à dor de dar à luz.
— Não te esqueces disso — contaste-me.
Ah, mas estavas enganado. As mulheres esquecem-se das dores de parto porque terminam em alegria. A tua dor não cessou. Tem vindo a afectar cada minuto da tua vida.
— Não consegues deixar de pensar nisso — disseste. — Quando és apenas mais um zé-ninguem e uma pessoa maldosa aparece e te tira tudo o que tens.
Fitaste-me e continuaste.
— A tua dignidade.»
A autora
Susan Kushner Resnick lecciona escrita criativa na Universidade de Brown. Foi premiada com a medalha de ouro pelos Independent Publisher´s Book Awards com o seu livro Goodbye Wifes and Daughters e publica regularmente na revista do New York Times e no Boston Globe.

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