segunda-feira, 13 de agosto de 2018

«A Mulher no Expresso do Oriente», de Lindsay Ashford

Editora: Chá das Cinco
Data de publicação: 04-05-2018
N.º de páginas: 288

Lindsay Ashford, de 59 anos, é um nome desconhecido dos leitores portugueses. Esta escritora inglesa, com oito livros publicados, é formada em Criminologia, tendo sido repórter da BBC antes de se tornar uma jornalista freelancer. O seu mais recente romance, The Woman on the Orient Express (2016), é o título do seu primeiro livro traduzido para português. Agatha Christie é a figura central deste romance que baseia-se em factos em torno da sua vida pessoal.
Após o seu misterioso desaparecimento em finais de 1926 (retratado no romance também biográfico Talento Para Matar) e com o término do seu casamento com Archie, Agatha sente-se emocionalmente esgotada, deprimida e ansia por privacidade. Numa tentativa de escapar de si mesma e da sociedade londrina, no início do Outono de 1928, Agatha, então com 38 anos, embarca sob falsa identidade no Expresso do Oriente com destino à Mesopotâmia.
No comboio, ela faz amizade com outras duas mulheres que a acompanha para o mesmo destino: Bagdade. Katharine é viúva e uma mulher sensual, que faz parte da equipa de escavação que trabalha em Ur. Nancy é uma jovem mulher que está fugindo de seu marido e que está grávida de um homem casado. O que têm em comum estas três mulheres? São seres em fuga, mulheres traídas, infiéis, sofridas, todas com fragilidades que tentam ocultar atrás de uma aparência forte. Agatha, Katharine e Nancy: todas escondem segredos do passado.
A Mulher no Expresso do Oriente revela-se uma biografia ficcional notável, cujo trabalho de pesquisa realizado pela autora é bem visível ao longo do livro. O estilo e forma de escrita de Lindsay Ashford é muito semelhante ao de Agatha Christie; não falta mistério, intriga, adrenalina, e personagens que aparentam ser o que não são; e um epílogo surpreendente.
Para quem já leu vários policiais de Christie e tem interesse em conhecer melhor a vida pessoal (também recheada de mistérios) desta grande escritora, A Mulher no Expresso do Oriente, um óptimo trabalho que entrelaça ficção com eventos da vida real, é recomendável.
Após a leitura desta obra, são vários os livros de ficção e de não-ficção escritos pela Rainha do Crime que curiosidade em lê-los pode nos despoletar. Eis alguns: Crime na Mesopotâmia, Intriga em Bagdade, Um Crime no Expresso do Oriente, Na Síria e Autobiografia.

Excertos
«Quanto tudo está contra vocês e chegam a um ponto em que parecem não aguentar nem um minuto mais, nunca, mas nunca, desistam, porque é exatamente nesse lugar e tempo que a maré mudará.» (p. 73)

«Não é fácil acreditar em alguma coisa quando o nosso mundo fica de pernas para o ar. O principal é continuarmos a acreditar em nós próprios.» (p. 267)

5 comentários:

Unknown disse...

Olá! Fiquei com vontade de ler este livro, na verdade, já o andava a namorar há um tempo :)

Rui Alves disse...

Fiquei com vontade de ler este livro. ;)

ritateles disse...

Bastante curiosa com este livro...

Fernanda Costa disse...

Quero muito ler este livro.

Marta Ribeiro disse...

Um livro que nos ajuda a matar as saudades dos enredos policiais da autora Agatha Christie.