terça-feira, 8 de junho de 2021

As publicações mais recentes com o carimbo da Kalandraka

Uma nova edição, cartonada e num formato mais pequeno, do álbum com conteúdo autobiográfico que Eric Carle publicou originalmente em 2011.
    Do autor britânico de, entre outros, Escondidas, Como te sentes?, Eu e Tu e Pela floresta, chega-nos um novo título.
    Com ilustrações do vencedor do VII Prémio Internacional Compostela para Álbuns Ilustrados, com Ícaro, e texto do italiano Gianni Rodari, a Kalandraka já fez chegar às livrarias uma obra, recomendada para crianças a partir dos 9 anos, onde destaca-se temas como o absurdo, a imaginação e o humor.
    Um álbum com páginas desdobráveis e com um atractivo formato, que tem como protagonistas dois ratinhos. Dos autores gregos de Uma Última Carta.

 
O Artista que Pintou um Cavalo Azul
de Eric Carle

Este livro é uma homenagem de Eric Carle a Franz Marc (1880-1916), um precursor do expressionismo, cuja obra descobriu por intermédio do seu professor de arte, Herr Krauss, quando o regime nazi proibia a criação e a difusão desta corrente de vanguarda pictórica e cultural. A afamada tela «Cavalo Azul I» daquele pintor alemão serviu-lhe de inspiração para este e para outros dos seus livros, que se destacam pelo seu inconfundível predomímio da cor em todas as suas nuances, tonalidades e texturas possíveis.

Sou um artista e pinto... um cavalo azul e...
Um crocodilo vermelho e... uma vaca amarela...


O artista que pintou um cavalo azul encerra ainda um fundo autobiográfico: Eric Carle retrata-se como um ilustrador que não se cinge estritamente à realidade, mostrando-se antes orgulhoso por executar um estilo característico que o distingue.


Ernesto o Elefante

de Anthony Browne
Ernesto vivia com a mãe e os outros elefantes da manada. Todos os dias caminhavam, comiam e bebiam. À noite, dormiam. Ernesto era feliz assim, mas começava a perguntar-se se não haveria outras coisas na vida além de caminhar, comer, beber e dormir.
Ernesto perde-se na selva e nenhum dos seus habitantes parece disposto a ajudá-lo a voltar para a sua manada de elefantes. Nem o mais forte, o mais feroz ou o mais veloz dos animais faz o mínimo esforço, a não ser ouvi-lo com desdém. Será porém o mais pequeno de todos eles a surpreendê-lo, ao dar-lhe a compreensão e a colaboração de que ele necessita.
Anthony Browne projeta nesta história o caráter intrépido do protagonista, a sua curiosidade, própria da infância; mas também o medo, quando descobre que está só e longe da figura adulta que o protege dos perigos. A falta de empatia por parte daqueles que vai interpelando remete para uma sociedade individualista e insensível aos problemas alheios. Mas as aparências enganam, e aquele que parece o mais débil e insignificante, pode transformar-se no mais valente e generoso, e sem pedir nada em troca.
Com o detalhe que o caracteriza ao longo de uma vasta e prestigiada trajetória, o autor apresenta uma obra repleta de colorido e de grande exotismo cénico, com personagens retratadas de forma exaustiva e expressiva, em sintonia com o leque de emoções que se desprendem ao longo da narrativa.

Agente X.99
Histórias e versos do espaço

de Gianni Rodari e Federico Delicado

Quer saber se é verdade que, durante uma das minhas explorações espaciais, tendo aterrado num planeta selvagem, me fiz passar pelo Deus do Fogo? Não, senhor jornalista, não é verdade. Não gosto de andar por aí a enganar as pessoas, mesmo que se trate de macacos enormes com seis patas, como foi o caso. Dizem coisas muito exageradas sobre as minhas aventuras...
Ao longo de uma entrevista a um jornalista, o Agente X.99 evoca, numa espécie de flashback, as suas rocambolescas memórias e fantásticas missões pelo espaço, enquanto guardião do asteroide homónimo. Em cada episódio desta obra, que representa uma incursão de Gianni Rodari pela ficção científica, abre-se uma porta à reflexão crítica, ao mesmo tempo que se abordam temas como a desoberta, a exploração, o progresso, a natureza, a renovação pedagógica, o totalitarismo ou o fanatismo.

Na Fila para a Arca
de Antonis Papatheodoulou e Iris Samartzi

Dois ratos encontram-se com diferentes pares de animais, a quem ouvem falar da Arca de Noé e da sua história: o anúncio do dilúvio, a inundação do planeta, a construção da embarcação… E os ratitos lá vão avançando pelo meio de ursos, rinocerontes, girafas, borboletas, pelicanos, crocodilos… cada vez mais confusos, entre a incredulidade e a angústia, sobretudo a partir do instante em começam a cair as primeiras gotas de chuva e até ao momento em que acabam por descobrir o verdadeiro contexto da situação...

Na fila para a Arca é uma homenagem ao teatro onde, com uma boa dose de humor, se joga com os duplos sentidos e com a torrente de sensações provocadas por um simples mal-entendido.


Outros títulos infantis publicados recentemente:
Tancho, de Luciano Lozano
Como Ser um Leão, de Ed Vere

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