sábado, 9 de novembro de 2019

«Psicologia para Não Psicólogos», uma publicação com o selo RH editora

Psicologia para Não Psicólogos
A Gestão à Luz da Psicologia
Sinopse
Com base em case studies, o livro Psicologia para Não Psicólogos tem como primeiro objetivo o autodesenvolvimento, procurando promover a reflexão e o aperfeiçoamento das competências pessoais do leitor. Como segundo objetivo, este livro visa o heterodesenvolvimento − através da mudança efetiva de hábitos, rotinas e comportamentos das suas pessoas, nos mais variados contextos laborais (e.g., empresas, instituições e organismos públicos, escolas, organizações de saúde, organizações sem fins lucrativos). Pretende-se, assim, proporcionar os conhecimentos e as ferramentas fundamentais de gestão de pessoas e mudança de comportamentos, sem que o leitor sinta a necessidade de obter um grau académico em psicologia!

«Com este livro, pretendem os autores, em boa hora, proporcionar os conhecimentos fundamentais e as estratégias concretas de mudança do comportamento humano, sem que o leitor sinta a necessidade de obter um grau académico em psicologia. Por outras palavras, almeja-se com esta obra colocar ao alcance do leitor os conhecimentos e as técnicas da psicologia essenciais a qualquer profissional que tenha de gerir pessoas em contexto de trabalho.» João Bilhim (Presidente da CReSAP e Professor catedrático do ISCSP-UTL)

Os coordenadores do livro
Patrícia Jardim da Palma é doutorada em Psicologia das Organizações e Empreendedorismo e professora no ISCSP − Universidade Técnica de Lisboa, lecionando nos mestrados e doutoramento. É autora de mais de duas dezenas de capítulos de livros e artigos científicos

Miguel Pereira Lopes é doutorado em Psicologia Aplicada e pós-doutorado em Economia pela Universidade Nova de Lisboa. É professor no ISCSP − Universidade Técnica de Lisboa, onde leciona no curso de doutoramento em Comportamento Organizacional.

José Bancaleiro é doutorando em ciências do trabalho, licenciado em direito, pós-graduado em gestão de RH e fez curso de magistrado judicial e o MBA de marketing. Escreve regularmente artigos para jornais e revistas, sendo também autor de vários livros.
https://www.editorarh.pt/pt

Livros da Bookout sobre depressão e ansiedade


quinta-feira, 7 de novembro de 2019

De português de Portugal e de português do Brasil estão já disponíveis novos livros de Possidónio Cachapa e Vinicius de Moraes

A Vida Sonhada das Boas Esposas, o novo romance de Possidónio Cachapa, é um olhar contemporâneo sobre o papel da mulher, a expressão da sua sexualidade e a visão que a família e a sociedade mantêm sobre ela à medida que o tempo passa.


Todo Amor reúne cartas, crónicas, poemas e letras de canções de um dos grandes poetas da nossa língua, compondo um painel admirável e emocionante, onde cabem a alegria, a tristeza, o ciúme, a devoção absoluta, o arrebatamento e o arrependimento, o perdão e a traição, a ameaça do fim e a ética de um sentimento que inclui toda a Humanidade.
Aqui está o Vinicius de Moraes de sempre, como nunca o vimos. Aqui está o amor de sempre com uma nova intensidade.

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Novos romances editados pela LeYa

Sem Mentiras, de Robert Wilson
O multimilionário político brasileiro Iago Melo sabe o que quer e como consegui-lo. Sem quaisquer escrúpulos. Quando, apesar de todas as precauções, a sua filha Sabrina é sequestrada, ele contrata formalmente um negociador, mas continua a jogar o seu perigoso jogo, mesmo pondo em risco a vida de Sabrina. Porque um Iago Melo não pode mostrar fraqueza.
Por sorte, ele não contou com a perícia de Charles Boxer, o especialista em sequestros, vindo da Europa, que faz tudo para libertar Sabrina - mesmo contra a vontade do seu cliente. Mas ele não sabe que está profundamente envolvido numa densa rede de política e vingança. E que, no final, a sua dolorosa história pessoal irá desempenhar um importante papel...

Do mesmo autor: O Cego de Sevilha, As Mãos Desaparecidas, Assassinos Escondidos e Último Acto em Lisboa.


A Porta Oculta, de Jørn Lier Horst
Sofie Lund está pronta para um novo começo quando se muda com a filha pequena para a casa que herdou do avô. Sofie tem lembranças tão dolorosas da sua infância que decide livrar-se de todos os vestígios do Velhote, todos os vestígios exceto um cofre trancado que está preso ao chão da cave.
Dentro do cofre, Sofie encontra algo chocante que se irá tornar uma prova crucial num caso que tem atormentado o inspetor William Wisting há demasiado tempo, e levantar dúvidas sobre o real culpado de outro caso de homicídio que está prestes a ser julgado. No entanto, para seguir essa pista, Wisting terá de pôr em causa lealdades importantes e abalar a confiança dos cidadãos nas forças policiais.

Do mesmo autor: Cães de Caça, Fechada Para o Inverno e O Homem das Cavernas.


Os Órfãos de Brooklyn, de Jonathan Lethem
Viver na cabeça de Lionel Essrog não é fácil. Ele sofre da síndrome de Tourette, não controla as palavras. Quando se enerva saem-lhe frases sem sentido, palavrões, berros. Ou então toca repetidamente nas pessoas, conhecidas ou não. Órfão desde pequeno, viveu num lar para crianças abandonadas, até ao dia em que um gangster de Brooklyn, Frank Minna, o foi buscar – e a mais três rapazes. Cresceram juntos, a fazer biscates, sempre à margem da lei.
Lionel, o freak do grupo, não se queixa. Vê no gangster o pai que nunca teve, é aceite por ele, desde que cumpra as ordens. Vive uma existência discreta, ordenada, que cai por terra com estrondo no dia em que Frank é esfaqueado. Lionel, que até a contar anedotas se baralha, tem agora um mistério para resolver e poucas pistas. Numa Brooklyn povoada de máfias italianas e japonesas, navega perdido, empurrado por uma mente que teima em falhar e palavras que não lhe obedecem.
Escrito com uma energia maníaca por um dos mais inventivos escritores americanos da atualidade, Os Órfãos de Brooklyn é uma tour de force no domínio da linguagem. Em Lionel, Jonathan Lethem encontrou a personagem perfeita para se libertar de constrangimentos estilísticos, jogar com as palavras, procurar o caos. E que lhe permitiu reinventar um género, neste caso o romance hard-boiled, e torná-lo ainda mais sedutor.
Desconcertante e comovente, Os Órfãos de Brooklyn recebeu no ano da sua publicação o mais prestigiado prémio literário dos EUA (NBCA) e, no ano seguinte, o mais importante prémio de literatura policial (Gold Dagger). E cimentou a reputação de um autor que, como Margaret Atwood ou Michael Chabon, é especialista em subverter e recriar géneros literários.

Do mesmo autor: Tu Ainda Não Gostas de Mim.


Perseguidos, de Arne Dahl
Tudo começa quando Desiré Rosenqvist (Deer para Sam Berger), da Polícia de Estocolmo, recebe uma misteriosa carta e percebe de imediato que a missiva que segura nas mãos lhe revela dois factos: foi escrita num estado de grande desespero e loucura; refere pormenores de um dos casos de homicídio que investigou e que só o assassino pode conhecer.
Desiré contacta o ex-inspetor da Polícia de Estocolmo, Sam Berger, que se desloca para o longínquo norte da Suécia com a colega Molly Blom para tentarem encontrar o autor da carta e perceber quais os seus desígnios.
Mas há quem esteja empenhado em evitar a todo o custo que eles consigam esse propósito e que observa todos os seus movimentos. É neste cenário, quando os detetives deixam de ser o caçador e passam a ser a presa, que tudo pode acontecer.
É o segundo volume da nova série do galardoado autor sueco Arne Dahl protagonizada pelo inspetor Sam Berger e por Molly Blom, agente do Serviço de Segurança.
Um arrepiante thriller nórdico que nos leva até à gélida tundra na Suécia rural, e que nos deixa em suspenso da primeira à última linha.

Do mesmo autor: Areias Movediças.

No Dia de Consciencialização do Stresse, eis uma sugestão de leitura

Hoje se celebra o Dia de Consciencialização do Stresse. Com o carimbo da Editora RH, encontra-se publicado Confronto do Stresse, Fatores Psicossociais e Saúde no Trabalho, um livro onde o autor Marco Ramos, doutorado em Psicologia, faz uma análise sobre a importância do bem-estar no local de trabalho.

Sinopse
A saúde é essencialmente a capacidade de autorregulação psicobiológica e de adaptação social. Enquanto capacidade, é uma condição de proficiência organizacional. No trabalho, a saúde joga-se na forma como lidamos quotidianamente com as contrariedades que nos perturbam. Essa forma de lidar designa-se de confronto do stresse (coping, na literatura científica). Como será o tipo de confronto do stresse que mais se relaciona com a saúde no trabalho? Poderá ele depender de fatores psicossociais, relativos à organização e realização do trabalho? Com base no estudo da realidade portuguesa do trabalho (mental e emocional), o presente livro desvenda a configuração mais salutogénica de estratégias de confronto do stresse, bem como os fatores psicossociais que mais parecem apoiar esses esforços de adaptação. Espera-se que ele possa concorrer para trabalhos mais saudáveis, trabalhadores mais capazes e organizações mais produtivas.
«Estamos perante uma obra atual, pertinente e de grande valor, pelos contributos que aporta à compreensão dos fenómenos da saúde e da doença mental no trabalho (...). As propostas que apresenta para a criação de locais de trabalho saudáveis e promoção da saúde e do bem-estar laboral são, porventura, o principal contributo deste livro para a comunidade científica e para a sociedade em geral.» Samuel Antunes (Vice-presidente da Ordem dos Psicólogos Portugueses)
O autor
Marco Ramos é licenciado em psicologia pela Universidade de Coimbra, mestre em psicologia clínica pela Universidade do Minho e doutor em psicologia pela Universidade de Aveiro. Além da prática clínica como psicoterapeuta, tem dedicado grande parte do seu percurso profissional ao controlo do stresse, sobretudo no domínio da saúde no trabalho. Tem escrito livros, capítulos e artigos, realizado conferências e dinamizado formações sobre o stresse e a prevenção do stresse.

Uma biografia ilustrada de David Bowie acaba de sair pela Suma de Letras

Da mesma autora e ilustradora de Frida – Uma Biografia (2018), a Suma de Letras lança um novo título. Em Bowie - Uma Biografia, os espanhóis María Hesse e Fran Ruiz abordam todos os aspectos da vida do cantor, compositor, actor e produtor musical britânico falecido em 2016.


Sinopse
Não mostro lealdade a nenhum estilo. Simplesmente escolho o que me permite transmitir o que quero naquele momento.
David Bowie é muito mais do que um cantor que vendeu 136 milhões de discos, muito mais do que um artista que experimentou uma infinidade de estilos e definiu a cultura pop. Como disse o seu biógrafo David Buckley, "ele mudou mais vidas do que qualquer outra figura pública". Com o seu alter ego perturbador, Ziggy Stardust, e músicas como "Starman" ou "Space Oddity", Bowie desafiou as regras da música e se tornou um ícone de sua geração e uma referência para as gerações presentes e futuras.
A sua longa carreira artística está intimamente ligada à sua biografia pessoal. Como um hieróglifo, David Bowie é um mistério que todos queremos revelar. Hoje Bowie continua a fascinar mais do que nunca.

terça-feira, 5 de novembro de 2019

PIM Edições lançam um novo volume da colecção Repórter X

Depois de O Mistério da Rua Saraiva de Carvalho (2017) e Punhais Misteriosos (2018), a PIM Edições publica um novo livro de Reinaldo Ferreira, um marcante jornalista português da primeira metade do século xx e pioneiro em Portugal do romance policial. Em As Sensacionais Aventuras de Jim Joyce, o Ás dos Detetives Americanos, o autor revela todo o seu poder criativo: forja, sem esforço e ao correr da pena, mistérios aparentemente insolúveis, situações de alto risco aparentemente sem hipótese de salvação e proezas detetivescas aparentemente impossíveis de concretizar, sabendo explorar, como os melhores escribas da ficção em fascículos, o imprevisto, o sensacional, o suspense, o desfecho inesperado. Uma faceta quase ignorada do talento novelístico de Reinaldo Ferreira que este volume finalmente dá a conhecer na íntegra.
Publicadas no Brasil por volta de 1924, as dez narrativas que, tanto quanto se sabe, compõem a série As Sensacionais Aventuras de Jim Joyce, o Ás dos Detetives Americanos, até agora inéditas em livro, transportam-nos aos loucos anos 20, a uma América imaginada por Reinaldo Ferreira, pioneiro português do romance policial. Nesta edição cuidada, que conta com um texto introdutório do especialista Joel Lima, são ainda recuperados diversos materiais de época, incluindo as capas e ilustrações de Stuart Carvalhais (1887-1961) e Alfredo Morais (1872-1971) para os fascículos da publicação original daquela que deverá ser, muito justamente, considerada uma das criações mais conseguidas do mítico Repórter X.

Eis os títulos das aventuras contidas neste volume: O Mistério do Metropolitano, A Máquina da Morte, O Fonógrafo Revelador, O Telégrafo Vermelho, O Homem Imortal, O Doutor Satanás, O Crime da Mulher Loura, O Manequim Trágico, O Roubo do Banco Morgan e O Clube dos Regicidas.
Referir de Reinaldo Ferreira chegou às livrarias em Abril deste ano O Táxi N.º 9297 (Relógio D'Água).

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Novidades com o selo Sistema Solar

O Estranho Animal do Vaccarès, de Joseph d’Arbaud (1874-1950)
Os deuses também morrem.
As palavras de O Estranho Animal do Vaccarès nunca associam a sua criatura nominalmente a Pã, embora tudo façam para nos lembrarmos dele: descrevem-na com a sua forma caprina, dão-lhe uma flauta que encanta os animais; mas deslocam- no para a Camarga medieval e mostram-no ali com uma velhice de deus decrépito e fora de época, nostalgicamente anulado no seu poder e destinado à morte de todos os deuses quando o progresso cultural dos homens os destrói para encontrar outros adaptados à sua necessidade de fé, mas compatíveis com o avanço da sua cultura e do seu progresso civilizacional.
[…]
No canto selvagem de D’Arbaud, esta Camarga de silêncios, de animais e deuses é o cenário adequado ao envelhecimento de um grande mito, para as infinitas águas e as lonjuras de que não vemos nenhum fim, para um calor que abrasa, para caminhos de sonho, para águas que cintilam. E o seu animal de poesia e lenda — saído de uma elegia pânica que o faz aparecer e desaparecer sem sabermos de onde veio e para onde vai partir, talvez expulso de velhos países com uma religião morta que já não o abriga nem reconhece — escolhe uma terra que ainda não perdeu o seu travo primitivo, onde o seu resto de deus talvez possa viver e confundir-se com ela. Mas tudo isto — mesmo no século XV desta história — não passa de uma ilusão. Esta Camarga de cavalos e touros que um Pã envelhecido ainda seduz com a sua flauta, nega-se à sua pretendida e desesperada extensão de vida; esta Camarga de lama, húmus e areia só consegue oferecer-se como cenário do seu fim.
D’Arbaud chegou ao Estranho Animal do Vaccarès depois de ele próprio procurar, como o seu fauno, uma possibilidade de vida fantástica na Camarga de irreal atmosfera, com auroras, noites, sombra adormecida, e arrepio de folhas no silêncio, como ficou descrita num dos seus poemas.
[Aníbal Fernandes]
Diálogos das Carmelitas, de Georges Bernanos (1888-1948)
Georges Bernanos: o homem que escreveu e viveu com uma incómoda incandescência interior.
[…] quando as freiras de Compiègne resolvem adoptar o martírio, sem cumprir as ordens da Revolução que as deixariam livres se aceitassem renegar os seus votos e a sua fé, a superiora mostra um desacordo. Ela preferiria uma anuência falsa, que mantivesse secretamente condições para o renascimento da Ordem quando surgissem na situação política condições que o permitissem. Mas é tarde de mais para fazê-las voltar atrás.
[…]
Sente-se no Bernanos de Diálogos das Carmelitas a consciência desta mesma oposição, mas agora com a vitória do Orgulho. As freiras guilhotinadas caminham para o cadafalso com muito mais orgulho do que fé; vão de cabeça levantada por um orgulho soprado pela Verdade que defendem, sem importar aqui se davam um exemplo de «más carmelitas», como lhes era sugerido pelo bom senso da sua superiora. Mas Blanche? Quem nos garante que Blanche de la Force, novamente fustigada pelo mundo que não suporta, aterrorizada a todo o momento pelos homens que agora a maltratam e violentam, não o faz por um patológico desespero de mundo onde nada existe da orgulhosa força que suporta uma superior Verdade? Blanche de la Force avança para o cadafalso com um rosto despojado de todo o temor; mas Bernanos também não se esquece de escrever qualquer coisa que parece logo a seguir desajustada a esta aparência de invencível decisão; porque é, no final do seu caminho em direcção ao sacrifício, empurrada para a guilhotina por um grupo de mulheres. Qual é a função dramática deste empurrão, numa personagem que parece tão decidida a enfrentar a guilhotina?
Teremos até ao fim consciência das indecisões que oscilaram entre a duvidosa Blanche da Força, que o seu involuntário nome de baptismo lhe impôs, e a Blanche da Fraqueza, que o seu comportamento quis mostrar; e do texto sairemos — muito ao gosto das contradições caras a Bernanos — sem uma definitiva resposta para dar.
[Aníbal Fernandes]

domingo, 3 de novembro de 2019

Novos livros de Isabel Allende, Mario Escobar, Michael Palin e Elton John

Um romance baseado em factos reais; uma diário de viagens; um romance; e uma autobiografia. Estes são os géneros literários dos quatro novos seguintes livros.
Um grupo de quase 500 crianças obrigadas a fugir da Espanha devastada pela Guerra Civil e a exilarem-se no México. Foi em homenagem delas que o escritor espanhol Mario Escobar escreveu o comovente romance Recorda-me, editado pela Harper Collins.
Depois dos Monty Python, Michael Palin começou uma nova carreira como escritor de viagens. As suas jornadas levaram-no a todo o mundo. Depois de Brasil (2014), O Pacífico de Lés-a-Lés (2015) e Himalaias (2016) a Editorial Bizâncio publica Diário da Coreia do Norte.
Isabel Allende propõe-nos no seu mais recente romance a sair a 7 deste mês, uma viagem através da História do séc. XX, pela mão de personagens inesquecíveis que descobrirão que numa só vida cabem muitas vidas e que, por vezes, o difícil não é fugir, mas regressar. Longa Pétala de Mar tem o carimbo da Porto Editora.
Eu, Elton John, a autobiografia do cantor de êxitos como 'Your Song' (1971), 'Nikita' (1985) e 'Can You Feel the Love Tonight' (1994) chega a Portugal a 11 de Novembro.
Um livro tremendamente humano e real que descreve as peripécias de um grupo de crianças num barco até à sua chegada ao México, acolhidas pelo governo de Cárdenas. As «Crianças de Morelia» eram um grupo de 456 menores de idade enviado de Espanha para o México em plena Guerra Civil.


Em Maio de 2018, Michael Palin, ex Monty Python, hoje um intrépido viajante, decidiu visitar a Coreia do Norte. Partiu com a equipa de filmagens para nos revelar como se vive no país mais fechado do mundo.
Neste livro partilha com o leitor talvez a mais ousada e peculiar das suas viagens.


Espanha, final da década de 1930. A vitória iminente das tropas franquistas na Guerra Civil obriga milhares de pessoas a abandonar o país, numa perigosa viagem através dos Pirenéus. Entre eles, Roser Bruguera, uma jovem viúva, e Víctor Dalmau, médico e irmão do falecido marido de Roser.
Em França, conseguem embarcar no Winnipeg, um navio fretado pelo poeta Pablo Neruda que transportou mais de 2 mil espanhóis até ao Chile – essa «longa pétala de mar, de vinho e de neve» –, onde são recebidos como heróis.
Víctor e Rosa integram-se com sucesso na vida social do país de acolhimento, durante várias décadas, até ao golpe de Estado que derruba Salvador Allende, parceiro de xadrez de Víctor Dalmau. Os dois amigos de toda uma vida voltam a ser obrigados ao exílio, mas, como diz a autora, «se vivermos o suficiente, todos os círculos se fecharão.»


À imagem da vida de Elton, não falta drama nesta autobiografia: desde as rejeições iniciais das editoras a ser considerado o artista pop mais famoso do mundo; das amizades com Jonh Lenon, Freddie Mercury e George Michael às noites loucas no Studio 54; das tentativas de suicídio à dependência que escondeu até de si próprio durante anos e que quase o destruiu.
Elton descreve de forma emocionada o processo de reabilitação, a criação da Elton John AIDS Foundation, como encontrou o verdadeiro amor ao lado de David Furnish, as férias com Versace e a participação no funeral da princesa Diana.
Excentricamente divertido mas também profundamente emocionante, Eu, Elton John levá-lo-á numa viagem inesquecível pela intimidade de uma lenda viva.

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Novos livros dos autores Neale Donald Walsch e Richard Rohr

Decide o Teu Caminho, de Neale Donald Walsch
Vivemos tempos de alienação a vários níveis, nomeadamente, na política, na economia e na espiritualidade. A Humanidade parece estar a distanciar-nos das pessoas que amamos, das nossas esperanças e sonhos, da nossa mãe-Terra, daquilo que verdadeiramente dá sentido à vida. Culpamos tudo e todos ao redor pelos problemas coletivos que nós mesmos criamos. Voltamo-nos uns contra os outros ao invés de criarmos união.
Em Decide o Teu Caminho, o grande mestre espiritual Neale Donald Walsch apresenta a solução radical para o crescente problema da alienação da Humanidade, convidando-nos a questionar velhas crenças sobre nós, os outros, a vida e Deus.
Numa era em que as mudanças planetárias são evidentes, surge este livro urgente como um empurrão para tomarmos a decisão que nos fará escolher quem realmente somos.

O Cristo Universal, de Richard Rohr (disponível a 11 de Nov.)
E se «Cristo» for uma palavra para a imensidão do amor verdadeiro?
E se «Cristo» for apenas uma palavra para o transcendente, ou um termo para referir um horizonte infinito que nos puxa? Poderá ser, em alternativa, uma palavra para o que é tudo?
Richard Rohr, frade franciscano e autor bestseller, traz-nos uma obra que promete ser um guia na exploração destas e outras perguntas sobre Cristo, bem como sobre a realidade que representa para cada um de nós.

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Livros juvenis de 1939 e 1960 perduraram no tempo e são reeditados em Portugal

O livro de ficção juvenil Veloz como o Vento, escrito pela jornalista e autora belga Gine Victor, ganhou recentemente uma nova edição. A obra - publicada pela primeira em Portugal nos anos 1960 - tem o selo da Ponto de Fuga e tem como acrescento uma parte gráfica, da autoria da artista plástica e ilustradora Rachel Caiano. A tradução mantém-se a mesma, assinada pelo poeta Herberto Helder.
Veloz como o Vento, valeu à escritora, à altura de publicação, o Prix Jeunesse, atribuído em França ao melhor livro para jovens.

O livro é protagonizado por Kumbo, um rapaz que ficou órfão e foi acolhido por Gengisser, chefe de uma tribo mongol. É lá que ficará amigo da rapariga Surong e se tornará inseparável de um pequeno cavalo negro, batizado de "Veloz como o vento". 

Excerto
«A lua cheia ilumina a estepe. Em baixo, no topo de um cabeço, semelhando outros tantos pontos negros, os cavalos selvagens recortam-se no céu noturno.
Conduzido por um robusto garanhão, o bando pasta silenciosamente, avança passa a passo como que contra vontade, dá uma volta e regressa ao ponto de partida.»

Gine Victor nasceu em Mons, na Bélgica, em 1909. Jornalista e autora de romances para jovens, viveu vários anos na China da primeira metade do século xx. As impressões que então recolheu das paisagens, das gentes e das milenares tradições orientais marcam indelevelmente a sua obra. O exotismo dos cenários, o ritmo das aventuras e a capacidade evocativa da escrita, com uma linguagem rica mas acessível, envolvem os leitores e educam para os valores da experiência, da diversidade e da empatia.

Herberto Helder nasceu em 1930 e morreu em 2015. Foi um dos maiores poetas portugueses século xx. A par da sua produção literária, fez também muitas e variadas incursões no jornalismo e na tradução, nomeadamente de obras infantojuvenis.

Rachel Caiano nasceu em 1977. Artista plástica e ilustradora, com projetos nas áreas da edição de objetos de autor, pintura, cenografia e ilustração. Ilustrou livros de diferentes géneros, publicados em vários países, e colabora em diversas publicações periódicas. De Rachel Caiano estão editados pela Ponto de Fuga Contos de Encantar e O Mundo é Redondo.

Publicado pela primeira vez em 1939, O Livro dos Gatos Práticos do Velho Gambá é o famoso conjunto de poemas sobre gatos que T. S. Eliot foi escrevendo, durante a década de 30, em cartas para os seus afilhados. Serviu de base para o famoso musical composto por Andrew Lloyd Webber, Cats. Esta edição bilingue, com o carimbo da Assírio & Alvim, com tradução de Daniel Jonas, conserva as ilustrações originais de Edward Gorey.

T. S. Eliot (1888-1965) foi um poeta modernista, dramaturgo e crítico literário inglês nascido nos Estados Unidos. Recebeu o Prémio Nobel de Literatura de 1948. Eliot nasceu em St. Louis, Missouri, nos Estados Unidos, mudou-se para a Inglaterra em 1914, tornando-se cidadão britânico em 1927, com 39 anos de idade.
Em Portugal, foi publicado em Abril deste ano Ensaios Escolhidos (Relógio D'Água).

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

«O Evangelho das Enguias», de Patrik Svensson

Editora: Objectiva
Data de publicação: Outubro 2019
N.º de páginas: 240
Foi considerado o livro mais promissor da Feira do Livro de Londres decorrida no passado mês de Março. Em apenas duas semanas, o livro de estreia do jornalista cultural sueco Patrik Svensson (n. 1972) foi vendido para editores de 22 países. Actualmente, são 33 os idiomas (entre os quais o chinês, o russo, o alemão, o francês, o grego e o italiano) que a partir do título Ålevangeliet estão ou serão traduzidos. A tradução portuguesa tem a assinatura de Elin Baginha e o carimbo da Objectiva.
O que tem de cativante e original um livro de não-ficção que se debruça sobre um peixe estranho e pouco conhecido do leitor comum? À partida, e cingindo-se apenas pelo título da obra, este seria um ensaio que teria como alvo um público muito específico (como os biólogos marinhos); mas não; não é à toa que editores de todo o mundo andaram a disputar um livro sobre a história das enguias: um peixe viscoso e sinuoso, que move-se no oculto, na escuridão e no fundo do lodo, «uma criatura que procura activamente escapar ao conhecimento humano.»
Através de uma narrativa bem construída e evocativa, escrita em capítulos alternados, o autor começa por nos fazer uma visita guiada ao mundo obscuro e simultaneamente misterioso da enguia, uma criatura que existe há pelo menos quarenta milhões de anos, que foi tema de inúmeras teorias ao longo dos séculos e que despoletou o interesse de um sem-número de cientistas de relevo, que estudaram e dissecaram, literalmente, a enguia sem realmente nunca conseguirem compreender as suas metamorfoses e enigmas respeitantes ao seu nascimento, reprodução e morte.
«Há circunstâncias em torno das enguias que é preciso escolher aquilo em que queremos acreditar. A enguia é uma dessas circunstâncias.» Assim inicia Patrik Svensson o capítulo que reservou para contar aos leitores os estudos e conclusões que Aristóteles, há mais de dois mil anos, dedicou à enguia - acreditava que esta criatura como nenhuma outra brotava do nada.
Um outro capítulo deste trabalho ensaístico põe-nos em 1876, em Itália, e relata-nos as tentativas de um investigador austríaco de 19 anos que auspiciava resolver o enigma (relativo à sexualidade) da enguia e deixar a sua marca na história da ciência: «O jovem Freud era um investigador ambicioso (…) provavelmente, aprendeu muito sobre a importância da observação sistemática e paciente para a investigação, conhecimentos que mais tarde aplicaria aos seus pacientes no divã da terapia.»
Em O Evangelho das Enguias, a parte que reveza com a de carácter científico, ontológico, cultural e mitológico destes peixes catádromos, é relativa à própria história do autor, que desde pequeno lembra-se de pescar enguias com o pai («Não me recordo de alguma vez termos conversado sobre outra coisa que não de enguias») nos riachos da Suécia. Nas páginas onde o autor expõe as suas memórias de infância e início de idade adulta, e o amor-mútuo que dois homens nutriram durante muitos anos pela protagonista deste livro, a prosa torna-se poética, simbólica e metafórica. Em algumas destas páginas, o autor antropomorfiza a enguia.
Seria impensável lermos um livro sobre enguias e nos depararmos com uma leitura inspiradora, que nos põe a refletir sobre a fronteira entre a vida e a morte.
Numa entrevista recente, Patrik Svensson afirmou que «a enguia se torna uma metáfora para a necessidade de todos procurarem a sua origem (…) É também sobre a minha própria experiência de pesca com o meu pai. Ele morreu e trouxe os seus segredos à profundidade, tal como a enguia. Dessa maneira, escrever tem sido uma jornada simbólica de volta ao Mar dos Sargaços. Meu próprio mar de sargaço.»

Excertos
«Com o Mar dos Sargoços acontece o mesmo que com os sonhos, raramente é possível dizer com toda a certeza exactamente quando se entra ou quando se sai, só se sabe que lá se esteve.» (p. 11)
«Tem havido muitos enigmas na área das ciências naturais, mas poucos se provaram tão persistentes e difíceis de resolver como a enguia.» (p. 30)
«O mais persistente e controverso de todos os enigmas relacionados com a enguia, também tem sido aquele sobre como ela realmente se reproduz.» (p. 31)
«As suas metamorfoses não são apenas adaptações superficiais. Uma enguia transforma-se no que precisa de ser, quando chega a altura certa.» (p. 57)

Os britânicos Jonathan Coe e Ian McEwan publicam livros onde abordam o Brexit

Em vésperas do Brexit, são publicados em Portugal dois livros de autores britânicos de renome, onde é abordado a saída do Reino Unido da União Europeia.
De Jonathan Coe (n. Birmingham, 1961), a Porto Editora lançou no dia de hoje O Coração de Inglaterra, um romance sobre um país dividido, onde o autor aponta com humor as fragilidades da sociedade britânica moderna, em particular as que o Brexit veio pôr em evidência. Actual e pertinente, este livro está já nomeado para o Prémio Femina.

Ian McEwan (n. Aldershot, 1948) é outro escritor inglês que também escreveu um livro sobre a tragédia do Brexit. A Gradiva vai publicar dentro de algumas semanas A Barata (título original: The Cockroach), uma novela que é uma homenagem ao clássico de Kakfa A Metamorfose.
Sinopse
Ian, Sophie, Doug, Coriander, Benjamin e Colin são algumas das personagens de Jonathan Coe que partilham com milhões de britânicos as tormentas de um país dividido nas primeiras décadas do século XXI.
Quando, em 2010, é eleito um governo sem maioria, os problemas estão só a começar. Seis anos depois, o mundo recebe a estrondosa notícia de que o Reino Unido deixará a União Europeia em resultado do referendo que inscreveu a palavra Brexit na História. Mas, em 2018, a confusão continua, assim como as negociações infrutíferas que só aumentam a impaciência e o descontentamento de todos.
O Coração de Inglaterra evoca oito turbulentos anos da vida britânica e o seu reflexo na vida dos cidadãos. Ian e Sophie são recém-casados que veem a relação tremer devido às diferenças políticas; aos 14 anos, Coriander encontra na rebeldia e nas escaramuças que assolam Londres uma forma de lutar por maior justiça social; Colin tem como última vontade poder votar no referendo que afastará o país da União Europeia e - em teoria - devolvê-lo ao que foi no passado; Benjamim, o filho, só quer ficar à margem dos acontecimentos e poder escrever. Pelo meio, o leitor assiste ao significativo aumento das atitudes xenófobas como consequência do declínio da indústria e da diminuição do número de postos de trabalho.
Neste romance, através de uma prosa clara e muito divertida, Jonathan Coe representa de modo magistral os estranhos tempos em que vivemos, mas sobretudo as marcas profundas que deixam nas pessoas.

Outros livros do autor: A Casa do Sono (Asa), Exposição (Dom Quixote), entre outros.
Sinopse
Jim Sams sofreu uma metamorfose. Na sua vida anterior, era ignorado ou até considerado repugnante. Na sua nova encarnação, é o homem mais poderoso da Grâ-Bretanha - e a sua missão é fazer a vontade do povo. Nada poderá desviá-lo do seu caminho; nem a oposição, nem os dissidentes do seu próprio partido, nem sequer as regras de uma democracia parlamentar.
Com inteligência, a perspicácia e o humor contundente que lhe são característicos, Ian McEwan homenageia a obra mais famosa de Frank Kafka, mostrando-nos um mundo virado ao contrário.

«Naquela manhã, ao acordar, Jim Sams, esperto, mas algo leviano, depois de uma noite cheia de sonhos perturbadores, viu-se transformado numa criatura gigantesca.»

Outros livros do autor: Máquinas Como Eu, Mel, Expiação (Gradiva), entre outros.

terça-feira, 29 de outubro de 2019

De João Guimarães Rosa acaba de sair uma nova edição de «Grande Sertão: Veredas»

Chegou hoje às livrarias nacionais Grande Sertão: Veredas, o único romance da autoria de João Guimarães Rosa (1908-1967), escritor, diplomata, novelista, romancista, contista e médico brasileiro, considerado por muitos o maior escritor brasileiro do século XX.
Esta sua obra-prima foi distinguida, no momento da sua publicação, em 1956, com o Prémio Machado de Assis, do Instituto Nacional do Livro, o Prémio Carmem Dolores Barbosa, e o Prémio Paula Brito.
Revolucionário na forma - praticamente inventou uma língua nova - e no conteúdo, Grande Sertão: Veredas mudou a literatura e assumiu-se, desde o primeiro dia e ao longo do tempo, como uma das mais importantes obras literárias da língua portuguesa, comparada - na ambição e na universalidade - a obras como Os Lusíadas, Dom Quixote e Fausto.

Referir que a presente edição portuguesa, com a chancela Companhia das Letras, respeita na íntegra o texto da 22.ª edição da obra, publicada pela Companhia das Letras Brasil no passado mês de Fevereiro.
Sinopse
Definido pelo próprio Guimarães Rosa como "autobiografia irracional", o romance usa como cenário o sertão brasileiro e os trilhos - "veredas" - que o gado vai sulcando no terreno árido, uma rede complexa de caminhos na qual é fácil perder o rumo - como na vida, como no mundo. No centro da encruzilhada está Riobaldo, protagonista-narrador, jagunço feito fazendeiro, que vai desfiando as suas memórias a um interlocutor desconhecido enquanto faz a sua travessia, debatendo-se entre deus e o diabo, entre o bem e o mal, a luz e as trevas. E dentro de Riobaldo está tudo: está o amor, o sofrimento, a força, a violência e a alegria de todos os homens e mulheres. Porque "o sertão é do tamanho do mundo".

Elogios
«Rosa não escreve sobre o sertão. Escreve como se ele fosse o sertão. Um sertão que se enche de estórias para contrariar o curso da História.»
Mia Couto

«Quando lemos Guimarães Rosa e seu maravilhoso Grande Sertão: Veredas, tem algo dito ali que não pode ser dito de outra forma. (#) A grande visão da vida que nos dá uma obra literária é o que faz esta obra ser grande.»
Mario Vargas Llosa

«Nunca vi coisa assim! É a coisa mais linda dos últimos tempos. Não sei até onde vai o poder inventivo dele, ultrapassa o limite imaginável. Estou até tola. A linguagem dele, tão perfeita também de entonação, é diretamente entendida pela linguagem íntima da gente - e nesse sentido, ele mais que inventou, ele descobriu, ou melhor, inventou a verdade.»
Clarice Lispector (carta a Fernando Sabino)

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Faktoria K de Livros lança livro de contos de Alejandro Pedregosa

Ou, do escritor e poeta espanhol Alejandro Pedregosa, é o novo título da colecção Confluências de ficção para adultos da Faktoria K de Livros. Por esta obra que reúne 13 contos sobre o destino, a sorte e a morte, o autor recebeu em 2018 o "Premio de la Crítica Andaluza".

Sinopse
Antologia de contos breves, intensos e poderosos, todos eles unidos no respectivo título por um «ou» inicial e optativo. Contos que exalam ecos longínquos de lenda ou fábula moral e atribulada, escritos com a mestria de um artesão minucioso. Contos que põem em cena uma galeria de personagens de existência efémera que vai saudando o leitor ao longe, do cenário, mesmo antes de enfrentar o seu destino, por vezes trágico, mas quase sempre com a resignação de um penitente.
Excerto
«O menino encontrou o corpo atirado a um espinheiro. Vinha da aldeia e andava por aquelas lombas agrestes à procura de espargos. Ficou surpreendido mas não se alarmou. O corpo transmitia uma pacífica resignação. Estava de face virada para o matagal e era evidente que não se podia mexer. O menino inclinou-se, agarrou numa pedra e lançou-a ao vulto. Foi embater na carne mole e ouviu-se apenas um lamento, uma espécie de brisa fugaz e dolorosa. Ainda não está morto, pensou ele…»

Recentes publicações com o selo da Editora Meridiano

O Choque do Futuro - As Pessoas e os Mundos, de José Maria Rodrigues da Silva
O choque do futuro, um futuro que já está entre nós, obriga a saber como é possível preservar a humanidade do homem perante as tecnologias que dominam o futuro: a robótica, as tecnologias de informação, a engenharia genética.
O que nos espera é ameaçador, sobretudo se se entender que a ordem tecnoeconómica determina a simbólica ou ético-cultural, como entendem quer o neoliberalismo dos E.U.A. quer o marxismo-leninismo.
Felizmente, eu sempre entendi que entre a ordem tecno-económica e a simbólica ou ético-cultural há relações de acção-reacção e não há determinismo. É isso que me faz feliz, pois se assim não fosse nada havia a fazer para evitar que a humanidade do homem se perdesse irrevogavelmente.
Compreende-se, pois, que termine este ensaio invocando o direito à liberdade de pensamento com recurso a uma conhecida canção da Resistência.

A Gravidez do Meu Vazio e Outros Contos, de Elisabete Lucas
Este livro de contos - de leitura intensa, que não dispensam a ironia - traz-nos narrativas cheias de vida e de morte. Também derrotas e vitórias, desvios e oportunidades. Nem sempre o que se deseja chega na medida certa.
Nem sempre o que se espera surge segundo os planos. Os imponderáveis da vida! Muitos. Interessantes. Continuidades e reviravoltas: sem elas, o que seríamos? Apenas passantes sem história e sem histórias. Vinte e cinco contos surpreendentes!
A Meridiano é uma chancela da Editora Sinais de Fogo.