quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

«História do Livro», de Albert Labarre

Editora: Livros Horizonte
Ano de Publicação: 2005
Número de Páginas: 104
Em 1882 definia-se o livro assim: «reunião de várias folhas que servem de suporte a um texto manuscrito ou impresso»;
Em 1931: «Reunião de cadernos impressos, cosidos em conjunto e colocados dentro de uma capa comum»;
Em 1962: «conjunto de folhas impressas e reunidas num volume brochado ou encadernado»
Actualmente no dicionário de língua portuguesa o significado da palavra livro é «Conjunto de folhas de papel, em branco, escritas ou impressas, soltas ou cosidas, em brochura ou encadernadas

Ninguém mais adequado para escrever sobre o Livro, do que Albert Labarre, conservador da Biblioteca Nacional de Paris.
Neste História do Livro o autor apresenta a evolução histórica do livro ao longo de sete capítulos.
Labarre considera que na definição de livro é necessário recorrer a três noções que têm de andar bem juntas: suporte da escrita, difusão e conservação de um texto e manuseamento.
O livro surge inicialmente como um objecto: produto fabricado, mercadoria, peça de arte, e foi-se assumindo durante muito tempo como o único meio de difusão e conservação do conhecimento, em que participava na história da civilização e da cultura.
O aparecimento do livro está ligado aos suportes de escrita. O mais antigo foi a pedra, depois a madeira – tanto que as palavras que em grego e em latim designam o livro (biblos e liber) tinham como primeiro significado casca de árvore - , a argila, a seda, a ardósia, o tijolo, o marfim, o couro e a pele de animais, o osso serviram também como suporte antigo do livro, mas os principais suportes do livro antigo foram o papiro e  pergaminho.
Fiquei a saber que o papiro é uma planta que cresce nas margens do rio Nilo - aliais a maioria dos papiros são originários do Egipto – e que este apresentava-se em forma de rolo feito de folhas coladas umas às outras, indo de 10m a 40m.
O que não sabia também era que o pergaminho foi inventado pelo rei de Pérgamo, Êumenes II, na Ásia. Para fazer o pergaminho utilizavam-se peles de ovelhas, de vitela e de cabra.

Houve uma altura em que o livro também era um objecto de luxo e ornamento. O scriptorium era onde os livros eram escritos, à mão, decorados e encadernados. Este lugar fazia parte das dependências de mosteiros e igrejas.
A execução de um livro era tida como uma obra de arte, e como tal, chegar a Deus. Portanto o livro e a religião já andaram de mãos dadas faz muito tempo atrás. O aparecimento do papel levou à multiplicação dos manuscritos. Neste estudo de Labarre fiquei a saber que o papel foi dado a conhecer ao mundo pelos Árabes.
O papel tinha, sobre o pergaminho, a vantagem de um preço mais baixo e de maiores possibilidades de fabrico. Os primeiros moinhos para fabrico de papel apareceram por meados do ano de 1100. Sabiam?
Claro que depois inventaram a imprensa – os alemães -  e o objecto livro ficou mais em foco pelo mundo inteiro.
Os principais centros de produção e de difusão de livros impressos foram feitos em feiras em Veneza, Lyon e Frankfurt, sendo esta última cidade onde o livro teve a sua maior expansão.
Todos sabemos que anualmente o maior encontro mundial do sector editorial do mundo realiza-se lá.

Segundo o autor – e sendo sublinhado por mim - o livro apenas recebe o seu inteiro significado e finalidade quando chega às mãos dos leitores.
«O livro para se completar, para ser um verdadeiro livro, na sua acepção da palavra, deve ser lido pelo leitor, tem que estar nas mãos dos leitores

Para o leitor bibliófilo, ter informação acerca da origem do livro, suas transformações consoante os tempos e descobertas tecnológicas e digitais, é imprescindível. O utensílio impresso continua indispensável para quem queira ser responsável pela sua informação e ter uma atitude activa perante a cultura.
Claro que aconselho a sua leitura. Um livro editado pela Livros Horizonte.

2 comentários:

Unknown disse...

Parece muito interessante :O Gostei... irei comprar =DD

Miguel Pestana disse...

olá Helena,

obrigada por passar aqui no blogue.